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opinião

Desconecte-se do natural

Enquanto grupos estão em fase de apostasia, de esfriamento da fé, há os que estão vivendo grandes experiências com o Criador.

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Reino dos Céus
Reino dos Céus (Foto: Direitos Reservados/Deposiphotos)

“Eu não tenho autoridade espiritual por causa das minhas grandes conquistas, mas sim pelas minhas pequenas renúncias.” (Ap. Luiz Hermínio)

Não sei se o leitor já observou como, mesmo durante períodos em que a maioria das pessoas está sofrendo, existem aqueles que em suas histórias individuais estão desfrutando de prosperidade.

O crescimento do PIB está péssimo, até com retração econômica, mas há os que estão enrique­cendo ou, pelo menos, passando pela turbulência com tranquilidade. E tudo de modo honesto e ético.

Espiritualmente, enquanto grupos estão em fase de apostasia, de esfriamento da fé, há os que estão vivendo grandes experiências com o Criador.

Considerável parte das pessoas precisa de medicamentos para conseguir uma boa noite de sono e também para ter tranquilidade durante o dia. Isso, em parte como reflexo de estresse, síndrome do pânico e depressão, esta última até vista por muitos como “doença do século”. Contudo, há os que parecem imunes a esses problemas.

Em alguns ambientes de trabalho, ao mesmo tempo que parcela dos colaboradores está desanimada, estressada, com baixo rendimento, sem perspectiva de crescimento profissional e financeiro, há os que estão vivendo uma efervescência em suas carreiras, estão progredindo, estão realisticamente sonhando com o bom futuro que se desenha e não os assusta o que seria mais trágico para os colegas (isto é, a demissão), pois se tornaram imprescindíveis, não insubstituíveis, claro, pois ninguém o é, mas extremamente importantes no contexto corporativo.

Por que isso acontece? Qual o segredo dessas pessoas?

Uma das maneiras de analisar essas situações é pela óptica espiritual, porque é uma dimensão que tem grande influência sobre a realidade cotidiana.

Quem conhece as histórias dos personagens bíblicos pode confirmar que, mesmo quando alguma nação ou povo, especialmente Israel, estava sofrendo por ter se afastado dos caminhos de Deus, havia indivíduos que viviam grandes experiências proporcionadas por Ele.

Em certas ocasiões, o povo morria de fome, mas uma viúva era abundantemente suprida; o povo era escravizado, mas alguns eram honrados na corte; quase todos eram mortos, mas alguns eram salvos; e assim por diante.

O fator comum a todos os que prosperavam era a fidelidade, o compromisso, a busca, a intimidade, a sinceridade para com Deus e seus caminhos (que estão indicados nos livros sagrados).

Cada um experimentava o cuidado de Deus de um modo diferente, progredindo dentro do propósito que Ele tinha.

Isso evidencia a existência de duas realidades: a natural e a espiritual.

Existem os que enriquecem de tanto buscar a riqueza, de tanto trabalhar, de tanto se estressar, de tanto planejar, ou seja, de tanto usar “a força do braço”. Mas há também os que enriquecem de modo miraculoso. Até se esforçam, se preocupam, trabalham, se dedicam, mas dentro de um parâmetro saudável e ainda assim experimentam resultados extraordinários, que, aos olhos naturais, são frutos desproporcionais aos seus empenhos. Vivenciam milagres.

No campo dos estudos, por exemplo, o povo judeu é, sem dúvida, dedicado, mas certamente não a ponto de justificar a desproporcional e imensa quantidade de prêmios Nobel que já receberam.

O modo como cada pessoa atravessa momentos de turbulências, dificuldades e perdas também indica sob qual realidade ela está mais conectada. Diante da perda do emprego, alguns amaldiçoam, reclamam, odeiam o ex-empregador e os colegas que permaneceram. Outros, ao contrário, confiam tanto em Deus, que reconhecem em tudo haver propósito divino, então enxergam como uma oportunidade ou, no mínimo, como um livramento, e, mesmo sem compreender, confiam n’Ele, procuram extrair lições e se dedicam a fazer o melhor diante da situação.

Para pessoas com essa postura, pouco importam as circunstâncias externas, pois estão conectadas a uma realidade onde tudo se move por um propósito e sabem que o que conquistaram não foi por mérito próprio, mas pela soberania d’Ele.

Então, surge a dúvida: como se desligar do natural, isto é, da realidade macroeconômica, das políticas sanitárias e jurídicas, das condições de mercado etc., e se mover nessa outra realidade?

Para começar o alinhamento com o sobrenatural, são necessários alguns passos:

1) Converse com o Pai Eterno, Ele o conhece, sabe de qual “matéria” você é formado, conhece seus traumas e experiências, suas lutas, medos, limitações, pontos fortes e motivações, abra-se sinceramente, louve-O, agradeça e renda-se pedindo Sua ajuda. Declare e demonstre sua dependência;

2) naquilo que você já sabe que está errado em sua vida (sua “consciência” lhe mostrará), esforce-se em mudar, peça ajuda a Ele, persista. Mas, vá além, peça que mostre onde precisa melhorar, quem sabe alguma atitude externa, um sentimento, uma forma de pensar, uma omissão. Leia e medite naquilo que Ele já deixou escrito. Peça que lhe revele e lhe dê forças para mudar; e

3) como você quer ajuda do plano vertical, isto é, de Deus para você, faça o mesmo no plano horizontal, ajude os outros. Ajude com dinheiro e atitudes, pois você também quer um cuidado integral do alto.

Buscando sinceramente esse caminho, haverá um forta­le­cimento da conexão com o sobrenatural e paulatinamente sofrerá menos influência da realidade e circunstâncias terrenas, pois estará sujeito a outras leis, de um local onde não há depressão, não há fome, não há falência e, se eventualmente houver momentos ruins, haverá um Consolador, um Conselheiro, um Amigo e, acima de tudo, um Salvador.

Este texto é parte do livro “Princípios para a Vida”, de autoria de H. S. Lima.

Advogado, escritor e palestrante. É autor de seis livros e co-autor de outros. Em seus textos, aborda temas religiosos, jurídicos e de aconselhamento profissional e pessoal. É mestre Direito pela Universidade de Girona, na Espanha, e possui cinco pós-graduações lato sensu. Casado com Raquel e pai de três filhos, Enzo, Giovanah e Vitório.

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