“Deus não nos criou para odiar”, diz cristão ex-combatente do Hezbollah

Em outubro, Afshin Javid estava visitando Israel com seu ministério Cyrus Call, que promove a amizade entre persas e judeus. No entanto, como milhões de outros, ele se viu no meio de um conflito quando o Hamas lançou um ataque sangrento em 7 de outubro. Afshin, um ex-combatente do Hezbollah, não é estranho à violência, e compartilhou sua história.

“Eu estava a caminho dos Estados Unidos para converter cristãos ao Islã e tinha 30 passaportes ilegais na época. Fui preso e colocado na prisão na Malásia. Eu era um muçulmano dedicado que não apenas realizava as orações, mas lia o Alcorão de capa a capa a cada dez dias. Eu era muito dedicado durante meu tempo na prisão”, conta.

Além disso, Afshin prosseguiu explicando um momento que mudou sua vida. Um dia, enquanto ele estava orando, um homem apareceu na sua frente, seu ser brilhava como luz. Essa luz não era uma luz normal, carregava uma identidade nela. Afshin sabia que aquele homem era santo e, instantaneamente, soube que ele mesmo não era.

“Mesmo que eu tivesse feito tantas orações, mesmo que eu tivesse jejuado muito e lido o Alcorão e participado de atividades como desarmar minas terrestres ou enforcar pessoas para agradar a Alá, eu sabia que, mesmo que tivesse seguido todas as regras e regulamentos do Islã, eu não era justo nem santo. E eu sabia que a única coisa justa era que ele me matasse”, revela ele, segundo CBN News.

No entanto, Afshin não queria morrer. Ele correu para um canto do quarto começou a gritar por perdão, achando que ele não iria ser perdoado. Até que ele sentiu um toque no seu braço e uma voz que dizia “eu te perdoo”.

“Senti o peso sendo retirado de mim. E eu sabia que estava perdoado, mas não sabia como. E eu estava confuso. Ainda assim, pensei: ‘Eu não entendo. Somente Deus pode perdoar, mas você me perdoou. Você é Deus, mas é um Deus diferente daquele que estudei. Isso não é Alá. Então, quem é você que me perdoa?’ E ele disse: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida'”, continuou.

Desse modo, Afshin ficou impressionado, pois muçulmanos oram para que o caminho seja revelado a eles. Ele nunca havia pensado que o caminho, a verdade e a vida eram pessoas, e todos eles são a mesma pessoa. Afshin então perguntou o nome desse ser e recebeu a resposta: “Jesus Cristo”.

“Foi como se alguém tivesse arrancado todos os meus ossos do corpo. Eu caí como um pedaço de carne no chão. E comecei a chorar. É como, ser daltônico e, de repente, ver cores, e perceber que o mundo é muito mais bonito do que você imaginava. E se me perguntarem o que tornou o mundo tão sem cor, é o ódio, a raiva que está no coração de todo muçulmano”, concluiu.