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‘Escolhi Esperar’ espiritualiza demais o namoro e deixa jovens despreparados

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‘Escolhi Esperar’ espiritualiza demais o namoro e deixa jovens despreparados

A casamenteira cristã e especialista em relacionamentos Jackie Dorman tem tratado de um tema que gera debates e, por vezes, conflitos em algumas igrejas: a espiritualização excessiva do namoro.

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Com base em sua experiência profissional e teológica, Jackie critica práticas que, segundo ela, têm desorientado os cristãos, especialmente os da Geração Y, nascidos entre 1981 e 1996.

De acordo com a escritora, um dos principais problemas está relacionado ao ensino inadequado sobre pureza, que tem levado muitos jovens cristãos a evitar relacionamentos amorosos, acreditando que qualquer envolvimento emocional poderia contrariar os planos de Deus.

Essa perspectiva, segundo a especialista, cria um peso emocional e espiritual desnecessário, que muitas vezes resulta em frustração e sentimentos de inadequação.

O impacto na prática

Jackie Dorman cita exemplos de sua clientela para ilustrar os efeitos desse problema. Uma de suas clientes, uma mulher que chegou aos 40 anos virgem, teve o primeiro encontro com intenção de namoro apenas aos 29 anos: “Ela passou a maior parte dos seus vinte anos esperando que o ‘esposo ordenado por Deus’ aparecesse, como lhe foi ensinado. Quando finalmente começou a namorar, sentiu-se perdida e atrasada em relação ao processo”, compartilha a escritora.

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Para a especialista, a expectativa de que Deus “entregará” o cônjuge perfeito sem que o cristão tome iniciativas cria uma visão irrealista sobre relacionamentos. Essa postura, afirma, não está alinhada com os princípios bíblicos, que também valorizam a iniciativa e a interação natural entre as pessoas.

Namoro equilibrado

Jackie enfatiza que sua abordagem não busca vulgarizar o namoro ou abandonar valores bíblicos, mas sim promover um equilíbrio teológico. Para ela, a paquera saudável, incluindo trocas de olhares, convites e encontros respeitosos, deve ser encarada como parte do processo de conhecer alguém.

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Ela alerta, no entanto, contra a ideia de “sentar e esperar”, que, segundo relatos de seus clientes, deixou muitos solteiros despreparados para os desafios dos relacionamentos modernos.

“As narrativas da cultura ‘escolhi esperar’, que defendem uma espera passiva, têm causado feridas emocionais e desorientação entre os solteiros cristãos”, pontua Jackie, conforme publicado pelo The Christian Post.

Papel das igrejas

A escritora conclui ressaltando a importância de as igrejas tratarem o namoro como um momento de crescimento e aprendizado, e não como uma brecha para o pecado. Ela defende que líderes religiosos devem evitar mitos e regras rígidas, oferecendo orientações práticas e equilibradas.

“As apostas são altas demais para ficarmos em silêncio. Os millennials são a geração mais solteira da história, e muitos deles ainda carregam feridas deixadas pela cultura da pureza”, adverte a especialista. Para ela, um ensino equilibrado e teologicamente fundamentado pode preparar os cristãos para construir relacionamentos saudáveis e alinhados aos propósitos divinos.

Referências bíblicas como Provérbios 18:22 (“Quem encontra uma esposa acha algo excelente; recebeu uma bênção do Senhor”) reforçam a ideia de que o namoro, quando bem direcionado, é parte do plano de Deus para a construção de famílias sólidas.

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