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arqueologia bíblica

Evidência do local onde Jesus transformou água em vinho é apresentada

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Evidência do local onde Jesus transformou água em vinho é apresentada

O historiador e arqueólogo Tom McCollough afirma ter descoberto o verdadeiro local onde Jesus Cristo realizou seu primeiro milagre, segundo o relato do Evangelho de João. O episódio, conhecido por relatar a transformação de água em vinho durante uma festa de casamento, é amplamente identificado como tendo ocorrido na aldeia de Caná, na Galileia. Agora, com base em evidências arqueológicas inéditas, McCollough propõe que a verdadeira Caná estaria situada não em Kafr Kanna, mas em Khirbet Qana, a aproximadamente oito quilômetros ao norte.

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O relato bíblico

O Evangelho de João apresenta o milagre como o início do ministério público de Jesus. O texto narra: “Perto deles, havia seis talhas de pedra, do tipo usado pelos judeus para purificações cerimoniais, cada uma com capacidade para 80 a 120 litros”. Jesus teria então ordenado: “Encham as talhas com água”, e após obedecerem, os servos levaram ao mestre-sala, que provou a água transformada em vinho.

Este episódio, registrado em João 2:1-11, marca o início dos chamados “sinais” no quarto evangelho, que tinham como objetivo revelar a glória de Jesus e despertar fé nos discípulos. O próprio evangelista conclui o relato afirmando: “Com este, deu Jesus princípio aos seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele” (João 2:11, ARA).

A teoria de McCollough

Por séculos, a tradição cristã identificou Kafr Kanna como o local do milagre, sendo inclusive citada na Enciclopédia Católica de 1914 como um destino de peregrinação consolidado. No entanto, McCollough propõe que essa associação remonta apenas ao século XVIII, quando os franciscanos passaram a administrar os fluxos de peregrinação, priorizando a logística de acesso em detrimento da acurácia histórica.

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O sítio de Khirbet Qana, por sua vez, era uma vila judaica habitada entre 323 a.C. e 324 d.C., o que, segundo McCollough, está em perfeita conformidade com o contexto histórico de Jesus. Em entrevista ao Pen News, ele afirmou: “Nenhuma outra vila tem o conjunto de evidências que constitui um caso tão persuasivo a favor de Khirbet Qana”.

Descobertas arqueológicas

Durante escavações realizadas no local, McCollough e sua equipe encontraram vestígios que, segundo ele, confirmam a veneração cristã ao milagre da transformação da água em vinho. O principal achado é um complexo de cavernas utilizado por cristãos primitivos como espaço de culto, contendo cruzes entalhadas e inscrições com a expressão grega “Kyrie Iesou” (“Senhor Jesus”).

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O historiador explicou: “Descobrimos um grande complexo de cavernas de veneração cristã que era usado por peregrinos cristãos que vinham venerar o milagre da transformação da água em vinho”. Segundo ele, o uso do local para esse fim remonta ao final do século V ou início do século VI, com registros de uso até o período das Cruzadas, no século XII.

Outros elementos arqueológicos incluem um altar, uma prateleira com vaso de pedra e espaço suficiente para armazenar seis talhas, como descrito no evangelho. McCollough ressaltou: “Nossas escavações mostraram que esta era uma próspera vila judaica localizada no centro de grande parte da vida e do ministério de Jesus”.

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Referências históricas

Além dos achados materiais, McCollough recorre a fontes históricas para fortalecer sua tese. Ele cita os escritos de Flávio Josefo, historiador judeu do século I, que menciona uma Caná com localização compatível à de Khirbet Qana. Também são mencionadas referências no Novo Testamento e em textos rabínicos, que descrevem Caná como uma vila judaica próxima ao Mar da Galileia, situada na Baixa Galileia.

Para McCollough, o conjunto de evidências justifica uma reavaliação do valor histórico do relato joanino: “As evidências arqueológicas justificam ao menos uma reavaliação do valor histórico das referências feitas por João a Caná e à figura de Jesus”.

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Ele também observa que o Evangelho de João apresenta Caná como um centro de retorno para Jesus e seus discípulos, após enfrentarem resistência em outras regiões, o que indicaria um local de importância estratégica e simbólica durante seu ministério: “Para o Evangelho de João, Caná [era] de certa forma o lugar seguro ou centro operacional de Jesus”.

Interesse arqueológico

As pesquisas em Khirbet Qana ocorrem em um momento de intenso interesse arqueológico por sítios bíblicos em Israel. Em março deste ano, um arqueólogo ligado às investigações da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, revelou à Fox News Digital a possível descoberta de um jardim antigo no local, compatível com os relatos sobre o sepultamento e ressurreição de Jesus.

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Ainda em 2025, arqueólogos israelenses anunciaram ter encontrado vestígios de uma batalha bíblica na cidade antiga de Megido, também na região norte de Israel, corroborando narrativas do Antigo Testamento.

As conclusões de Tom McCollough têm despertado novo debate entre estudiosos e religiosos sobre a localização do primeiro milagre de Jesus. Embora Kafr Kanna permaneça como destino tradicional de peregrinação, as evidências reunidas em Khirbet Qana têm impulsionado uma nova abordagem arqueológica e histórica sobre o relato bíblico.

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