Siga-nos!

sociedade

Igrejas estão recuperando a confiança dos fiéis, diz pesquisa

Avatar

em

Igrejas estão recuperando a confiança dos fiéis, diz pesquisa
ADVERTISEMENT

A confiança pública na Igreja como instituição voltou a crescer nos Estados Unidos após três anos de estabilidade em níveis historicamente baixos. Segundo a pesquisa mais recente da Gallup, divulgada neste mês, 36% dos americanos afirmaram ter “muita” ou “bastante” confiança na Igreja — um aumento significativo em comparação aos 32% registrados nos dois anos anteriores.

Esse é o primeiro avanço expressivo desde 2020, quando a taxa havia caído a 31%, um dos índices mais baixos da série histórica iniciada em 1973. À época, 66% dos entrevistados demonstravam elevada confiança na Igreja, número que atingiu o pico de 68% em 1975. Desde então, a tendência tem sido de declínio, com exceção de momentos pontuais como o período pós-11 de setembro de 2001, quando o índice subiu brevemente para 60%.

Os dados de 2025 indicam uma recuperação modesta, mas significativa, que devolve a confiança aos patamares de 2021, quando o percentual era de 37%. Embora a maioria dos americanos ainda não expresse alta confiança na Igreja, a Gallup destaca que o crescimento foi impulsionado por ganhos entre diversos grupos demográficos, em especial os de perfil conservador.

Entre eleitores republicanos, por exemplo, a confiança saltou de 49% em 2024 para 64% neste ano. O aumento coincide com a reeleição do presidente Donald Trump e com o fortalecimento da confiança republicana em instituições associadas a seus valores. Já entre os democratas, o número caiu ligeiramente, de 22% para 21%. Os independentes mostraram uma elevação mais tímida, de 28% para 30%.

ADVERTISEMENT

A Gallup observou que “o controle partidário das instituições desempenha um papel central na confiança pública”, ressaltando que esse sentimento “frequentemente se correlaciona mais com a filiação política do que com o desempenho institucional”. Em outras palavras, a confiança tende a subir quando a instituição está sob domínio do partido com o qual o cidadão se identifica, e a cair quando isso se inverte.

Do ponto de vista demográfico, as mulheres apresentaram um aumento de oito pontos percentuais, passando a 36% e eliminando a diferença histórica entre os gêneros. Jovens de 18 a 37 anos também mostraram um crescimento expressivo, de 26% para 32%. Na faixa de 38 a 54 anos, a confiança subiu de 28% para 31%, e entre os maiores de 55 anos, passou de 39% para 42%.

Entre grupos raciais, os índices continuaram mais baixos entre negros e hispânicos do que entre brancos, mas todos os segmentos mostraram algum progresso. Atualmente, 31% dos negros, 33% dos hispânicos e 37% dos brancos americanos afirmam confiar muito ou bastante na Igreja. Em 2024, o número médio entre entrevistados não brancos era de 30%.

ADVERTISEMENT

No que diz respeito à escolaridade, os maiores ganhos ocorreram entre aqueles com algum nível universitário, mas sem diploma — grupo que registrou um aumento de 11 pontos percentuais, atingindo 36%. Também se destacou a faixa com renda familiar anual inferior a US$ 50.000, que passou de 31% para 39%. Famílias com renda superior a US$ 100.000 relataram um crescimento de 29% para 36%.

Apesar do crescimento, a confiança na Igreja permanece atrás de outras instituições, como pequenas empresas (70%), forças armadas (62%) e ciência (61%). Está, no entanto, à frente de instituições como o Congresso (10%), grandes empresas (15%), sistema de justiça criminal (17%), jornais (17%), Suprema Corte dos EUA (27%) e presidência (30%).

A média geral de confiança em 14 instituições medidas pela Gallup ficou em 28%, repetindo o mesmo percentual registrado em 2024. Megan Brenan, analista da Gallup, explicou que “a confiança dos partidários é facilmente restaurada quando seu partido político controla a instituição”. Segundo ela, esse movimento se inverte rapidamente quando há alternância de poder.

ADVERTISEMENT

Trending