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Uma injustiça a jogou atrás das grades por 35 anos, mas Deus tem a última palavra

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Uma injustiça a jogou atrás das grades por 35 anos, mas ela não perdeu a fé em Deus

Em 2017, na sala de visitas de uma penitenciária no estado do Missouri, Judy Henderson ajoelhou-se ao chão, emocionada. Aos 60 anos, ela acabava de receber a notícia que marcaria um divisor de águas não apenas em sua vida, mas também na história judicial do estado: sua sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional estava sendo comutada. O anúncio foi feito pelo então governador Eric Greitens (Partido Republicano), que declarou sua libertação imediata após 35 anos de encarceramento por um crime que ela não cometeu.

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“Ele simplesmente me pegou pelos ombros e disse: ‘Judy, são boas notícias. São boas notícias para você’”, recordou Henderson. “Ele disse: ‘Hoje, vou comutar sua sentença para tempo cumprido, liberação imediata’. E ainda sinto arrepios só de pensar nisso”.

Uma condenação marcada por conflito de interesses

Judy Henderson foi condenada por homicídio capital após um assalto que terminou em morte em Springfield, Missouri. Ela e seu então namorado planejaram o roubo de uma joalheria, mas o crime tomou um rumo trágico quando o joalheiro se recusou a entregar um anel. O homem disparou sua arma, matando o lojista e ferindo a própria Judy.

Apesar de ambos terem sido acusados, apenas Judy foi considerada culpada. Um fator determinante na decisão do júri foi a defesa compartilhada: ela e o co-réu tinham o mesmo advogado, o que foi posteriormente considerado inconstitucional.

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“Fui a julgamento primeiro, então não pude subir ao banco das testemunhas e ser honesta e dizer a verdade sobre isso porque isso machucaria o outro cliente dele”, explicou. “Você não pode dar a um um julgamento justo e não ao outro”.

Sua pena foi de prisão perpétua sem liberdade condicional por 50 anos — uma sentença que, na prática, representava o fim de sua vida em liberdade.

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Da escuridão ao encontro com Cristo

Henderson relata que sua chegada ao sistema prisional foi como pousar em “um país estrangeiro”, onde as regras e a linguagem lhe eram totalmente desconhecidas. Nos primeiros anos, enfrentou profunda raiva e incredulidade. “Eu estava muito, muito brava no começo. … Deus e eu tivemos que chegar a um acordo com muitas coisas diferentes”, contou.

A transformação começou durante um retiro cristão de três dias voltado a presos com penas longas. O encontro com voluntários que doavam tempo para compartilhar o amor de Cristo foi, segundo ela, o ponto de virada. “Isso me deu esperança”, disse.

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Um versículo tornou-se seu sustento espiritual: Jeremias 29:11 — “Porque eu sei os planos que tenho para vocês… planos para dar a vocês um futuro e uma esperança”. Esse texto bíblico ficou colado por anos no espelho de sua cela.

“Eu sabia que a prisão não era o que Deus havia planejado para mim”, disse Judy. “Mas enquanto eu estava lá, Ele tinha um propósito”.

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Da cela à advocacia por justiça

Durante o cumprimento da pena, Judy se formou como paralegal, treinadora de cães, cabeleireira e personal trainer. Tornou-se mentora de outros detentos e passou a atuar como defensora por mudanças legislativas, especialmente para mulheres vítimas de violência doméstica.

Seu trabalho contribuiu para a criação de uma lei no Missouri que reconhece a síndrome da mulher espancada como defesa legal — uma conquista inédita no estado: “Você pode ficar amargurada ou pode melhorar”, refletiu. “Eu escolhi melhor porque a raiva só estava me machucando; não incomodava mais ninguém”.

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Judy declarou que sua força veio de Cristo: “Eu tive que me levantar com a ajuda de Jesus Cristo, e eu tive que acreditar que Ele já me deu todas as ferramentas que eu precisaria no dia em que Ele me criou para navegar por tudo o que fosse colocado em meu caminho”.

Uma missão de vida

Hoje, Judy Henderson dedica-se a ajudar mulheres recém-libertadas do sistema prisional, auxiliando na obtenção de moradia, reconciliação com os filhos e reintegração social. Ela afirma que essa é sua missão de vida: “Esse é meu propósito. … Eu farei isso até o dia em que eu der meu último suspiro”.

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Seu livro de memórias, When the Light Finds Us, lançado em 2024, é um relato sobre injustiça, mas sobretudo uma história de perdão radical, segundo a própria autora. Ela não guarda rancor do homem que a manipulou, nem do sistema que a condenou.

“Deus nos perdoou. Ele morreu na cruz e sofreu enormemente por nós. Como eu poderia, amando-O como meu Pai, não perdoar os outros como Ele fez?”, declarou, conforme informado pelo The Christian Post.

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O título da obra remete à imagem de uma flor que brota entre arames farpados — metáfora para sua jornada de renascimento e liberdade espiritual. Judy resume sua caminhada com um conselho simples, mas profundo: “Não perca a esperança. […] Esse é o seu sinal. Vá em uma direção diferente. Deixe que Ele lhe mostre”.

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