estudos bíblicos
Introdução ao livro de Levítico
Autoria, data, canonicidade, propósito do livro escrito por Moisés.
Manual do sacerdote
Embora seu conteúdo não diga respeito exclusivamente ao ofício sacerdotal, há predominante instrução para a liderança religiosa de Israel, especialmente os levitas e sacerdotes.
Embora sacrifícios já fossem praticados desde os dias da família de Adão (vê-se o cap. 4 de Gênesis, as ofertas de Abel e Caim), passando por Noé na reconstituição da raça humana, e pelos patriarcas de Israel, aquele povo recém-fugitivo do Egito e que até então não tinha uma tradição escrita (os ensinos até Moisés eram passados oralmente de pai para filho) nem uma identidade própria necessitava de orientações:
- quanto ao correto sacrifício a ser oferecido a Deus
- quanto ao relacionamento pessoal e coletivo com o Senhor
- quanto ao relacionamento dos hebreus uns com os outros
- quanto ao relacionamento com os povos pagãos que habitavam a terra de Canaã, cujos costumes eram repugnantes para Deus
- e como usufruiriam da terra e de seus recursos naturais
Portanto, junto de Êxodo, Números e Deuteronômio, Levítico constitui-se um verdadeiro manual de culto e conduta para as lideranças de Israel e também para todo o povo que devia neles se inspirar. Christopher Wright assim resume a estrutura deste livro-manual:
“Levítico começa com o que é, na prática, um manual de sacrifícios, primeiro explicando, em termos leigos, em que momentos do sacrifício todos os envolvidos deviam participar, que tipos de animais eram adequados para que tipos de propósitos e o que se devia fazer com eles etc. Em seguida, apresenta algumas regras a mais para o bem dos sacerdotes. (…) Para os israelitas, que viviam debaixo da aliança, a vida envolvia muito mais do que a adoração apropriada e a pureza ritual, de sorte que o restante do livro passa a estabelecer uma ampla variedade de responsabilidades pessoais, familiares, sociais e econômicas, todas elas com o propósito de capacitar Israel a manter aquele caráter nacional distintivo (santidade), para o qual Deus os havia criado” [7]