Iranianos novos convertidos são batizados em culto no Brasil

Três cristãos iranianos foram batizados no início de junho na Igreja Persa, localizada em São Paulo. O evento representa um marco histórico para a evangelização entre povos de origem muçulmana, sendo resultado direto do trabalho missionário da Junta de Missões Mundiais (JMM) entre a diáspora persa. A ação tem sido liderada pelo pastor iraniano Adel Khosravi, que coordena as atividades evangelísticas com apoio da Primeira Igreja Batista de São Paulo, no bairro do Bom Retiro.

Segundo o missionário Abu Youhana Alves, que atua no Oriente Médio, o ministério com os iranianos em São Paulo foi iniciado em março de 2025. Desde então, os cultos têm sido conduzidos em língua persa, com foco em evangelização, discipulado e apoio prático às famílias recém-chegadas ao Brasil. “Este batismo é um marco histórico para todos nós, pois marca o nascimento da primeira igreja da diáspora persa em São Paulo”, afirmou a missão JMM em publicação nas redes sociais.

O chamado de Adel Khosravi

O pastor Adel Khosravi é iraniano, refugiado e consagrado no Brasil como o primeiro pastor batista de origem persa. Ao longo de mais de 12 anos de ministério, ele desenvolveu projetos de plantação de igrejas e formação de líderes entre seu povo. Durante sua permanência na Turquia, fundou três igrejas e discipulou diversos cristãos convertidos, com o propósito de expandir o Reino de Deus entre os persas.

Com base missionária agora no Brasil, Adel ingressou oficialmente na Junta de Missões Mundiais em novembro de 2024. Desde então, passou a liderar o plantio da primeira igreja de língua persa do país, chamada Iranian Church, em parceria com a Primeira Igreja Batista de São Paulo. “Um testemunho de fé e missionário que está alcançando o Brasil e o mundo”, afirmou a JMM.

A consagração pastoral de Adel foi realizada pela Primeira Igreja Batista de Alcântara, em São Gonçalo (RJ), que reconheceu seu chamado e vocação. Atualmente, ele ministra à comunidade persa na capital paulista, discipulando novos cristãos, oferecendo suporte espiritual e social às famílias migrantes e promovendo integração à vida urbana brasileira.

Fé em meio à perseguição

A evangelização de iranianos no exterior acontece em um contexto de intensas restrições religiosas no Irã. O país, de maioria muçulmana xiita, figura na 9ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2025 da organização Portas Abertas, devido à repressão contra minorias religiosas, incluindo os cristãos.

O Evangelho tem sido compartilhado por cristãos iranianos que desafiam essas limitações, tanto dentro quanto fora do Irã. Muitos buscam refúgio em nações com maior liberdade religiosa, como o Brasil, onde encontram acolhimento e oportunidades para viver sua fé abertamente. “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8:36).

De acordo com dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), entre 2021 e 2023, foram emitidos 6.785 vistos para iranianos e 10.770 para afegãos, totalizando 17.555 imigrantes desses dois países. A cidade de São Paulo concentra grande parte desse fluxo migratório, sendo destino preferido pela diáspora, conforme informou a JMM.

Desafios e clamor por vocacionados

O missionário Abu Youhana destacou que o trabalho em São Paulo tem sido estratégico e desafiador, requerendo preparo e sensibilidade. Ele declarou: “Sejam quais forem as forças de atração para a migração e o tempo de estadia, precisamos ter preparado as táticas necessárias para trabalhar ‘com’ e ‘através’ da diáspora. Louve a Deus conosco pelos batismos e conversões que estão acontecendo em São Paulo”.

Abu também fez um apelo à intercessão e mobilização missionária: “Ore para encontrarmos mais vocacionados ex-muçulmanos, que se engajem na obra. Interceda pela Igreja Persa, para que mais pessoas sejam alcançadas e discipuladas e para que o Senhor desperte vocacionados entre eles. Interceda por nossa saúde, para que sejamos cheios da graça e da unção para realizar este trabalho e pela família missionária Khosravi. Deus continua movendo as nações para que O conheçam”.

A iniciativa da JMM com a diáspora persa em São Paulo demonstra o avanço da evangelização transcultural em solo brasileiro. Para os novos convertidos, o batismo marca uma nova vida em Cristo, como afirma 2 Coríntios 5:17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas”.

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