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João: o escritor de Apocalipse

Ele foi um dos 12 discípulos de Jesus Cristo, sendo um dos mais íntimos.

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João de Patmos, por Alonso Cano, 1640
João de Patmos, por Alonso Cano, 1640 (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Para entendermos com um pouco mais de precisão o livro de Apocalipse, é necessário conhecermos um pouco do autor de seus escritos, que foi o apóstolo João.

João era filho de Zebedeu e de Salomé, que a tradição cristã diz ter sido irmã de Maria, nos dando o fácil entendimento que João era primo de Jesus.

O apóstolo trabalhava com seu pai como um próspero e bem sucedido pescador e era discípulo do profeta João Batista, o profeta que apresentou JESUS ao mundo e depois fez questão de liberar seu discípulo João para ser discípulo de Jesus.

De acordo com a Palavra de Deus, João foi um dos 12 discípulos chamados por Jesus para fazer parte de seu ministério e missão, sendo inclusive parte dos 3 principais discípulos junto com Pedro e Tiago, seu este último seu irmão de sangue.

João e Tiago, por serem irmãos e amarem profundamente a Cristo, fizeram com que sua mãe Salomé pedisse ao Senhor um lugar a direita e outro lugar a esquerda para seus filhos quando Ele reinasse em glória, causando um forte alvoroço entre o restante dos discípulos!

João, juntamente com Tiago e Pedro teve o privilégio de ver o corpo de Jesus transfigurado, como também participou da ressureição da filha de Jairo e pode presenciar seu Mestre no jardim do Getsêmani orando em profunda agonia para fazer a vontade do Pai!

João, juntamente com seu irmão Tiago, tinha um temperamento forte e agressivo, tanto que Jesus os apelidou de “filhos do trovão”. Inclusive certa vez, os samaritanos não quiseram receber Jesus em seu povoado e João pediu a Ele se poderia orar ao Pai pedindo que descesse fogo do céu e queimasse a todos os samaritanos e sua aldeia. Obviamente Jesus o repreendeu por isso.

Conforme conta a tradição cristã, João foi o discípulo mais próximo de Jesus e consequentemente o mais íntimo dEle. Foi ele quem estava sentado ao lado do Salvador na ceia, perguntando quem seria aquele que o trairia! Certamente, quis Jesus tê-lo mais próximo, justamente para moldar seu temperamento agressivo e prepará-lo para ser um grande líder de sua Igreja e aquele que receberia o Apocalipse.

De fato, depois da morte de Jesus, João foi, juntamente com Pedro e Tiago, um dos apóstolos mais importantes da Igreja primitiva, ajudando vários cristãos em vários lugares, tanto em Jerusalém, como na cidade de Éfeso.

João foi o escritor do evangelho de João, onde seu foco era retratar Jesus como Deus, primeira, segunda e terceira João onde alerta seus discípulos e a comunidade onde era um dos pastores a não caírem em falsos ensinos e nem darem ouvidos a pessoas que se diziam cristãs mas não eram e foi também o autor do livro que estamos estudando que é Apocalipse.

Quais eram as circunstâncias que estavam ocorrendo tanto na vida de João como na época em que ele vivia quando recebeu a revelação de Apocalipse?

João já era um líder com mais de 90 anos e obviamente muito respeitado por sua vivência espiritual, ministerial e social. Na época que o Império Romano estava dominando todo o mundo da época, na liderança do imperador Dominiciano, tal líder, queria que todos prestassem não somente respeito por sua autoridade e seu governo, mas também obediência e adoração a sua imagem.

Em sua época, imperadores deveriam receber adoração depois de mortos, mas ele, exigia a adoração a sua própria pessoa ainda vivo, referindo-se a si próprio como “deus” e “senhor” e todos aqueles que não aceitassem recebê-lo como “deus” e “senhor” era assassinado, preso ou exilado! Foi nesse contexto, nos anos 90 d.C. que o apóstolo João, pastoreando a igreja de Éfeso, não aceitou se render a nenhum outro senhor além de Cristo e por isso foi exilado em uma ilha chamada Ilha de Patmos.

Conta a tradição cristã que, ao saber Dominiciano da desobediência de João ao seu “senhorio”, mandou que o lançassem em um tambor com óleo fervendo, mas milagrosamente nada aconteceu com seu corpo, assuntando a todo o império e os forçando a exilá-lo, para que não fosse visto como um mártire pelos cristãos e causasse ainda mais problemas pro seu reinado.

Na ilha de Patmos, a maioria dos teólogos afirmam que João recebeu liberdade para morar, trabalhar, estudar e se comunicar por cartas com quem ele quisesse, outros afirmam que ele foi colocado ali para realizar trabalhos forçados, tempo pouco acesso a comida e itens básicos de sobrevivência! De qualquer forma, foi nesse lugar que João em dado momento, recebeu de Deus uma visão dos tempos finais e compartilhou tudo o que viu escrevendo o famoso livro de Apocalipse.

João como vimos, era um ser humano comum, como você e eu! Tinha seus problemas, seus defeitos, suas manias e inclusive um certo conflito de ciúmes com o apóstolo Pedro para ver quem seria o discípulo mais amado de Jesus! É tão interessante esse desejo que João tinha de ser amado o preferido de Cristo, que quem escreveu que ele era o discípulo amado no evangelho de João, foi obviamente ele mesmo.

Certa vez Jesus falou para Pedro que ele morreria de um modo terrível, indicando ser morte de cruz e Pedro, olhando pra traz, enxerga João os seguindo e pergunta pro Salvador como João morreria! Jesus disse a Pedro “e seu quiser que ele fique vivo até que eu volte, o que você tem a ver com isso?”

Tais palavras de Jesus deixou claro entre os outros discípulos que João tinha sido designado para algo especial e de fato, não seria qualquer um o escolhido por Deus para revelar o apocalipse.

Aprendemos com João que Deus não tem filhos preferidos, mas tem filhos que o preferem mais e por isso se tornam os mais íntimos e mais acessíveis a grandes revelações.

Pastor da Igreja Aviva Panambi, Bacharel em Teologia, Pós Graduado em Liderança Exemplar, especialista em Aconselhamento Pastoral e Libertação e Cura, Escritor com dois livros lançados, Músico e Compositor. É casado com Cíntia Stürmer e pai do Benjamin e Natanael.

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