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Motivação ou disciplina?

Há duas formas de executar tarefas: motivado ou disciplinado.

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Jovem ergue peso na academia. (Foto: Jonathan Borba / Unsplash)

Hoje a indústria da motivação cresce em níveis exponenciais. De executivos a donas-de-casa, cada vez mais de difunde a ideia de que é necessária a motivação certa (o estado mental adequado) para fazer o que precisa ser feito. De olho nesse mercado, mercenários da fé, terapeutas de toda ordem, tiram proveito e lucram dando dicas, recitando palavras de ordem, mantras, versículos etc.

Motivação, a grosso modo, seria aquele estado mental que elimina ruídos – distrações de nossa mente – aumenta a tolerância quanto aos aspectos negativos ou possibilidade de falha e direciona nosso corpo como um todo para completar tarefas.

Disciplina é a atitude de fazer algo, independente do estado mental, desfavorável ou não. É a nossa capacidade de cumprir algo, mediante quaisquer circunstâncias.

Essas duas condições são fundamentais para os seres humanos, do contrário empresas não gastariam milhões com gurus da motivação com seus empregados. O temível exercito americano não investiria grande parte de seu orçamento desenvolvendo técnicas de disciplina com os maiores cientistas da atualidade, não fosse relevante para avançar em suas atividades.

Quem leu o livro “Não há dia fácil – (Um Líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden)” do Mark Owen, sabe que – não fosse a disciplina – jamais teriam levado a cabo a tarefa de eliminar o Bin Laden. Executavam treinamentos e simulações disciplinadamente de tal forma que aquilo foi incorporado aos seus reflexos e modo de agir. Recomendo a leitura; leia com disciplina que você vai se motivar, fazendo um trocadilho!

Não podemos de deixar de mencionar os atletas. Aqueles que sob as piores condições, nunca deixam de treinar, treinar e treinar. Nem mesmo motivos externos, como condição social, climática, política ou apoio de terceiros, interferem quando têm que fazer o que precisa ser feito. Há um famoso jogador de futebol da seleção brasileira – hoje figura pública – que reconhecidamente admitia que não era atleta, na medida que não tinha a correta disciplina para treinar, se comparado aos demais.

Pelo lado religioso também ocorrem as duas categorias. Há quem precise de motivação para executar as atividades pertinentes na relação com o Eterno: seja oração, jejum, leitura das Escrituras Sagradas e meditação. Como diz um ditado no interior paulista: “a motivação do cavalo é o chicote”. Às vezes Ele pode fazer uso do chicote para cumprir desígnios.

As muralhas de Jericó são um exemplo clássico de disciplina e Fé para o cristão. Independente do conteúdo da tarefa determinada por Deus, ela carecia de grande dose de disciplina e confiança plena no que tinha que ser feito. De certo modo, Josué entendeu que o que havia entre o povo hebreu e a conquista da cidade não era uma muralha, mas a obediência à uma ordem expressa do Eterno que, merecia toda a disciplina.

Cumprida à risca, daria acesso à vitória – “Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos” (Josué 6:2). A ordem era detalhada, dispondo desde o horário, o modo de execução, a organização do povo e com dia e hora marcados para começar e terminar. A disciplina está intimamente ligada à organização.

A lição que fica para o cristão é: acrescente Fé à disciplina e aguarde os resultados em níveis de excelência.

Se você é atleta e precisa vencer sabe da importância do treino na hora da competição, se você é um vendedor e precisa bater cotas, sabe que motivado ou não o mês acaba. Se você é cristão, sabe que existem determinações claras nas Escrituras sobre nossa relação com Deus, independente de seu estado mental, na bonança ou escassez. Não cumprindo-as, resta amargar com as consequências. Esse estado de confusão entre motivação e disciplina, gera a dúvida de como agir e fazer o certo.

Se você tem que fazer algo, faça! Não espere o estado mental certo, mas faça porque é preciso. Disso, pode depender as vitórias que já foram liberadas pelo Todo Poderoso (Josué 6:2).

Formado em Letras (Literatura Inglesa e Portuguesa), pastor assembleiano, professor da EBD e de teologia, residindo em São José, SC.

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