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estudos bíblicos

O que a Bíblia diz sobre o suicídio?

O posicionamento cristão e questões práticas sobre o suicídio.

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Suicídio. (Foto: Ian Espinosa /Unsplash)

Questões práticas sobre o suicídio

Por que ricos e famosos cometem suicídio

Palavras de Abraão de Almeida: “Recordo-me, também, da estrela de cinema Marylin Monroe, que pôs fim à vida no auge da fama, deixando perplexos seus incontáveis admiradores. Não é fácil responder às questões que o suicídio de pessoas tão célebres levanta. Quando tudo à nossa volta aponta o poder, a glória e a riqueza como os mais importantes alvos da vida, é difícil explicar a razão por que pessoas poderosas, famosas e ricas desistem” [7].

Por trás dos bastidores da fama, longe dos holofotes e dos sets de filmagens, não poucos artistas escondem profundas amarguras, dependência de drogas e um forte desejo de desistir da vida. De quando em quando a mídia noticia a morte por overdose de algum artista famoso, embora vivesse rodeado de amigos (ou seria “parceiros”?) e bem abastecido financeiramente. É que, como dizia Salomão, “Até no riso o coração sente dor e o fim da alegria é tristeza” (Pv 14.13).

O dinheiro e a fama do artista não compram o sossego do coração e a tranquilidade da alma. Não compra um bom sono, não compra fidelidade conjugal, não compra filhos obedientes, não compra verdadeiras amizades, não compra a cura da doença. Chega um momento em que se percebe que o “deus dinheiro” é inútil, e então a infelicidade que já estava escondida atrás de uma maquiagem toma por completo o coração, e “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7).

Se o dinheiro, a fama e o poder fossem tudo para a felicidade humana, então o rico continente europeu não teria o maior índice proporcional de suicídios por habitantes, nem os países desenvolvidos teriam o suicídio como a primeira causa de morte não natural! Gente feliz não se mata! E nação feliz não é aquela próspera financeiramente, mas aquela que tem ao Senhor como Deus! (Sl 33.12)

Que fazer em relação aos que sofrem

“…chorai com os que choram”, exorta-nos o apóstolo Paulo (Rm 12.15). Jesus disse que “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). Um verdadeiro amigo ama em todo tempo, e é na angústia que devem aparecer os verdadeiros irmãos (Pv 17.17).

Assim, enquanto Igreja do Senhor, uma comunidade de redimidos em Cristo, precisamos demonstrar compaixão pelos que jazem em dor, prestando-lhes todo auxílio necessário para que o desespero converta-se em fé, a escassez transforme-se em abundância e o desejo de morrer dê lugar à felicidade de viver!

Se formos egoístas jamais conseguiremos aliviar a dor do próximo, mas se tivermos “entranháveis afetos de misericórdia” (Fp 2.1), salvaremos a muitos das garras da morte! Às vezes, uma só palavra, dita a seu tempo e com doçura, é capaz de expulsar o desejo suicida do coração de alguém e restaurar-lhe o ânimo de viver. Como disse Salomão, “A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra” (Pv 12.25)

Na décima parábola de O pastor de Hermas, uma obra literária apócrifa do século II, há a seguinte exortação aos cristãos em relação ao socorro devido àqueles que jazem em grande sofrimento:

“Digo também que é necessário arrancar da miséria todo homem. O necessitado e que sofre revezes em sua vida cotidiana está em grande tormento e angústia. Aquele, pois, que livrar uma pessoa da necessidade, adquire para si uma grande alegria. Com efeito, quem se encontra na miséria, sofre o mesmo tormento e as mesmas torturas que alguém que está na prisão. Muitos, não podendo suportar essas calamidades, se suicidam. Aquele, portanto, que conhece a miséria de tal homem e dela não o retira, comete grande pecado e se torna réu do sangue dele(grifo meu)

Ajuda de um profissional da psicologia, se necessário

O Dr. Douglas Baptista, comentarista da Lição, conclui assim seu estudo:

“Como cristãos, não podemos ignorar que também somos seres humanos, e, portanto, não estamos imunes aos sofrimentos psíquicos e angústias da alma. Precisamos cuidar uns dos outros por meio de apoio mútuo, do diálogo franco, e não por meio de acusações ou atitudes discriminatórias (…) [devemos] Estimular a fé e a esperança, cobrir de afeto e de carinho, sentir empatia e ser compreensivo. Em caso de nenhuma dessas prevenções surtir efeito, deve-se buscar ajuda qualificada. Não é nenhum demérito o cristão receber tratamento profissional adequado”. [8]

Cremos que as ciências humanas e a medicina são dádivas de Deus para a humanidade. Se trabalham com ética, sempre prezando pela proteção à vida humana e a recuperação dos que jazem em sofrimentos, então tais recursos dos profissionais que estudam a mente e as angústias do homem podem ser buscados. Todo investimento é pouco diante do valor de uma vida!

REFERÊNCIAS

[1] Norman Geisler. Dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia, Mundo Cristão, p. 370.
[2] Disponível em: www.prevencaosuicidio.blog.br/dados. Acessado em 02/05/18
[3] Abraão de Almeida, 201 Respostas para o seu enriquecimento espiritual e cultural, CPAD, p. 267
[4] Clóvis de Barros em entrevista concedida do programa Café com Jornal, da emissora de TV Bandeirantes. Disponível no Youtube: www.youtube.com/watch?v=eQcHyvkKoME. Acessado em 02/05/18
[5] Douglas Baptista. Valores cristãos: enfrentando as questões morais de nosso tempo, CPAD, p. 77
[6] Ravi Zacharias, disponível no Youtube: www.youtube.com/watch?v=A71qG2d0H7U. Acessado em 02/05/18
[7] Abraão de Almeida, Op. cit., p. 262
[8] Douglas Baptista, Op. cit., p. 79

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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