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estudos bíblicos

O que caracteriza um culto verdadeiramente bíblico?

Não devemos transmitir ao mundo a ideia de que a adoração ao nosso Deus é um ritual monótono e sem vida.

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Culto (Foto: Luis Quintero/Pexels)

A adoração é um instinto inerente aos seres humanos, presente em diferentes formas e expressões ao longo da história. Ela reflete o anseio da alma humana por algo maior, como descrito pelo salmista: “Assim como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus” (Salmo 42:1). Desde tempos antigos, a religião tem sido uma característica universal da humanidade, como observado por Cícero no século I a.C. Diante desse contexto, surge a necessidade de compreender o significado da adoração, a quem devemos adorar e como devemos adorar. Também é importante avaliarmos se somos “verdadeiros adoradores” (João 4:23) ou adoradores falsos.

Jesus instruiu que os verdadeiros adoradores O adorem em espírito e em verdade (João 4:24). O apóstolo Paulo explicou que a adoração genuína é realizada pelo Espírito de Deus (Filipenses 3:3). Isso significa que apenas aqueles que foram salvos pela fé em Jesus Cristo e têm o Espírito Santo habitando em seus corações são capazes de oferecer uma adoração verdadeira. Adorar em espírito envolve ter a atitude correta do coração, indo além de rituais e cerimônias vazias. Já adorar em verdade significa adorar de acordo com a revelação de Deus sobre Si mesmo nas Escrituras. Para que nossa adoração seja bíblica, é necessário que ela esteja em conformidade com a doutrina de Cristo (2 João 1:9), seguindo as instruções contidas na Bíblia e não dependendo de livros de confissões, regras de ordem ou outras obras humanas.

Nos cultos de adoração da igreja primitiva, eram praticados diversos atos devocionais que podemos identificar como componentes de um culto de adoração verdadeiramente bíblico. A ceia do Senhor era celebrada (Atos 20:7), orações eram oferecidas (1 Coríntios 14:15–16), cânticos eram entoados para a glória de Deus (Efésios 5:19), ofertas eram recolhidas (1 Coríntios 16:2), as Escrituras eram lidas (Colossenses 4:16) e a Palavra de Deus era proclamada (Atos 20:7).

A comunhão e a oração eram elementos essenciais do serviço da igreja primitiva. A ceia do Senhor é uma celebração que rememora a morte de Jesus até que Ele volte (1 Coríntios 11:25–26). A oração deve ser direcionada exclusivamente a Deus (Neemias 4:9; Mateus 6:9) e estar em conformidade com a vontade de Deus (1 João 5:14). A oração em conjunto é importante, pois promove a unidade (João 17:22-23) e é fundamental para encorajar e estimular uns aos outros no amor e nas boas obras (1 Tessalonicenses 5:11; Hebreus 10:24).

Dentro do contexto da adoração, é essencial o ato de cantar. O apóstolo Paulo instruiu os crentes a “falar uns com os outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Efésios 5:19–20). Cantar ao Senhor e uns aos outros é uma forma de transmitir a verdade por meio da música (Colossenses 3:16).

A oferta também é parte integrante da verdadeira adoração bíblica. Paulo orientou a igreja de Corinto a separar uma quantia em dinheiro de acordo com a renda de cada um, a ser recolhida no primeiro dia de cada semana, para evitar a necessidade de coletas quando ele chegasse (1 Coríntios 16:1–2). Nossas doações regulares para a obra do Senhor são uma responsabilidade séria, mas também devem ser encaradas como uma bênção emocionante, e não como um fardo (2 Coríntios 9:7). Além disso, a doação voluntária é o único método explicitamente bíblico para financiar a obra da igreja.

Por fim, a pregação e o ensino são elementos essenciais da verdadeira adoração bíblica. Nosso ensino deve estar firmado exclusivamente nas Escrituras, pois estas são o único meio capaz de equipar os crentes para a vida e a piedade (2 Timóteo 3:16–17). O pregador ou professor piedoso ensinará somente a partir da Palavra de Deus, confiando no Espírito Santo para agir nas mentes e corações dos ouvintes. Paulo lembrou a Timóteo que ele deveria pregar a Palavra, estar preparado em todas as ocasiões, corrigir, repreender e encorajar com paciência e cuidado (2 Timóteo 4:2). Uma reunião da igreja que não coloca a Palavra de Deus como componente principal não é um culto bíblico.

Ao seguirmos o modelo de adoração encontrado nas Escrituras, devemos adorar a Deus com grande paixão. Não devemos transmitir ao mundo a ideia de que a adoração ao nosso Deus é um ritual monótono e sem vida. Fomos resgatados do pecado e, portanto, devemos louvar nosso Criador como filhos gratos por Suas abundantes bênçãos. “Portanto, uma vez que estamos recebendo um reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor” (Hebreus 12:28–29).

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