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estudos bíblicos

O que é santidade?

Estudo bíblico sobre o que a Bíblia diz a respeito da santidade no Velho e Novo Testamento.

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Bíblia. (Ben White / Unsplash)

A santidade do povo de Deus

A santidade de Deus deveria permear todos os membros da congregação de Israel, não apenas a liderança. E todas as áreas, não apenas a litúrgica, deveriam ser atingidas pela santificação.

Ou seja: santidade para todos os homens, e para o homem todo! Não havia um departamento da vida judaica da qual Deus não desejasse ter completo domínio, e sobre o qual Deus não requeresse pureza.

Basta que tomemos, por exemplo, o capítulo 19 de Levítico para ver como Deus requeria santidade de seu povo tanto na relação com Deus quanto nas relações com o próximo (família, pobres, estrangeiros, gentios, etc.).

O resumo apresentado pelo Comentário Bíblico Beacon [3] dá-nos um esboço deste capítulo:

  • respeito pelos pais e pelos sábados (v. 4);
  • abstinência da idolatria (v. 4);
  • procedimento correto dos sacrifícios pacíficos (vv. 5-8);
  • preocupação pelos pobres e estrangeiros ao não fazer uma colheita total das plantações (vv. 9,10);
  • proibição de roubar, mentir e negociar com falsidade (v. 11);
  • de jurar falsamente e profanar o nome de Deus (v. 12);
  • de se aproveitar do surdo e do cego (v. 14);
  • de fazer julgamentos injustos (v. 15);
  • de fofocar (v. 16);
  • de odiar o próximo (v. 17);
  • de se vingar (v. 18);
  • de misturar raças, sementes ou tecidos (v. 19);
  • de comer o fruto das três primeiras safras de árvores frutíferas (vv. 23,25);
  • de comer sangue (v. 26);
  • de praticar ocultismo (vv. 26,31);
  • de cortar o cabelo impropriamente ou de se golpear pelos mortos (vv. 27,28);
  • de prostituir a própria filha (v. 29);
  • de fazer transações comerciais desonestas (vv. 35,36);
  • ordem para respeitar os mais velhos (v. 32);
  • amor pelo próximo e pelo estrangeiro como o amor que se tem por si mesmo (vv. 18,33,34).

Observe que santidade não tem a ver apenas com a forma de vestir ou falar, mas com uma conduta de vida que ilustre o próprio caráter de Deus. Como Deus zela pela sua honra, devemos zelar pela nossa; como Deus trata com bondade as pessoas, devemos trata-las; como Deus aborrece o mal, devemos aborrecê-lo.

O persistente ensino da Lei do Senhor aos filhos de Israel (Dt 4.9; 6.4-9) objetivava garantir a santidade contínua do povo e a glória de Deus entre eles consequentemente. Quando a lei era esquecida, o povo caía em ruína (Dt 28.15-68); quando lembravam-se da lei para praticá-la, o Senhor removia a maldição e trazia a benção em meio a um reavivamento espiritual, como nos dias do rei Josias (2Re 22) ou do sacerdote Esdras (Ed 10; Ne 8,9).

Santidade da igreja do Senhor Jesus

Se Israel outrora foi o povo através do qual Deus fez resplandecer a beleza de sua santidade, hoje é através da Igreja constituída de todos os salvos em Cristo espalhados pelo mundo que Deus resplandece a sua glória (Mt 5.16).

Eis aí a responsabilidade de nós cristãos vivermos uma vida pura, que sirva como um bom testemunho de nossa fé para atrair os pecadores ao Senhor!

Como Paulo exorta: “para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo” (Fp 2.15).

O evangelista Billy Graham, que hoje já descansa no Senhor, dizia que nós somos a única Bíblia que muita gente irá ler em toda sua vida. O que as pessoas estão lendo em nós?

Conquanto todos os crentes hoje sejam sacerdotes de Cristo, é bem verdade que a liderança do rebanho do Senhor precisa colocar-se como exemplo de boas obras para a igreja e para o mundo em volta. Como dizia Paulo a Tito: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.7,8).

Más lideranças põem o rebanho a perder e jogam sob o descrédito a mensagem do Evangelho. Ao invés de atraírem, repelem as almas. Mas como dizia Paulo, “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4.1,2).

Não obstante, cada crente que almeja pelo céu deve buscar a paz com todos e a santificação, pois sem esta ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Nas palavras de Jesus, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5.8). Examinemos nosso coração, nossa mente e nossas obras e avaliemos se estamos dentro do padrão de qualidade exigido por Deus ou se estamos aquém.

Se necessário, façamos da oração de Davi a nossa oração: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10).

Merece destaque o comentário de Claudionor de Andrade [4]: “Fomos chamados a refletir a glória de Jesus Cristo onde quer que estejamos. Que todos vejam, em nossa face, o rosto de Cristo; em nossas mãos, a providência divina; e, em nossos pés, o Evangelho que alcança os confins da terra”. Aleluia! Façamos jus ao título de cristão que carregamos, afinal sobre ele está o nome de Cristo!

Referências

[1] D.G. Peterson. Novo Dicionário de Teologia Bíblica, Vida, p. 1167
[2] Christopher Wright. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 235
[3] Comentário Bíblico Beacon, vol. 1, CPAD, p 294. adaptado
[4] Claudionor de Andrade. Adoração, santidade e serviço: os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico, CPAD, p. 61

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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