estudos bíblicos
O que é oferta pacífica na Bíblia?
Estudo bíblico sobre as ofertas pacíficas oferecidas no Antigo Testamento e sua ligação e aplicação para os cristãos nos dias atuais.
A oferta pacífica na vida diária
Toda oferta cristã é uma oferta de paz
Visto que o único sacrifício ou oferta pelo pecado a partir de Cristo é o seu próprio sacrifício expiatório, que é a base de nossa adoração, e sem o qual nenhum ato de adoração pode ser oferecido a Deus, pode-se dizer que toda oferta voluntária que apresentamos a Deus hoje é uma oferta de paz, de gratidão ou comunhão.
De que modo apresentamos ofertas pacíficas hoje?
Beckwith resume muito bem a linguagem sacrificial aplicada ao cristianismo:
“os ‘sacrifícios espirituais’ dos cristãos (1Pe 2.5; cf. Rm 15.16) incluem atos de adoração, como louvor e oração (Hb 13.15; Ap 5.8; 8.3), mas também atos de testemunho e serviço, como evangelização, dádivas para o ministério e donativos para os pobres (Rm 15.16,17; Fp 4.18; Hb 13.16), e atitudes compreensivas e expressões de devoção, como fé (Fp 2.17), a consagração da vida à vontade de Deus (Rm 12.1) e a dedicação de vida por amor ao evangelho (Fp 2.17; 2Tm 4.6; Ap 6.9). Os sacerdotes que apresentam esses sacrifícios são os ofertantes, isto é, os cristãos […], e o santuário onde eles os apresentam não é o templo em Jerusalém, mas o céu, ao qual, depois de o véu se rasgar, quem está no Espírito já tem acesso (Jo 4.21-24; Hb 10.19-25)” [4]
Uma palavra importante sobre fazer voto (espiritual)
Sobretudo entre irmãos pentecostais ainda é comum a prática do voto – e, claro, não estamos nos referindo a questões políticas, mas de religião. Na intenção de alcançar de Deus uma benção especial, especialmente diante de uma situação muito difícil e que não pode ser resolvida por mero esforço humano, assumimos com Deus um compromisso de retribuir-lhe com algo que lhe possa ser agradável, caso Ele seja favorável a nós naquela demanda que lhe apresentamos.
Pois bem, embora alguns considerem a prática do voto uma barganha com Deus, um tipo de negociação espúria, na verdade não é assim, pois se o fosse, então também deveria ser considerado barganha todo voto feito por um servo ou serva do Senhor nos tempos bíblicos, como alguns que vimos nesse estudo.
Transcrevo abaixo as boas e pertinentes colocações do pastor Claudionor de Andrade sobre esta questão, inclusive com muito discernimento sobre a soberania de Deus acima dos anseios de nossa alma:
“Fazer votos ao Senhor não constitui pecado algum. Lembro-me de que, certa vez, minha mãe fez um voto a Deus em favor de meu irmãozinho, que se achava gravemente enfermo. Segundo os médicos, a broncopneumonia acabaria por matar o Eliseu; um bebê frágil, já moribundo. Mas, para a nossa surpresa, Jesus interveio eficazmente, trazendo-o de volta à casa.
Não podemos fazer do voto, porém, um aríete [máquina de guerra] contra a vontade divina. Quer Deus no atenda, quer não, continua a ser Deus. Além disso, o voto não pode contemplar o costumeiro e o ordinário de nossas obrigações junto ao Reino de Deus; antes, deve compreender o incomum e o extraordinário” [5]
Conclusão
Aplicando ao contexto cristão, vimos que há muitas formas pelas quais podemos oferecer a Deus sacrifícios de gratidão e comunhão por tudo o que Ele é e por tudo o que Ele nos tem feito e ainda fará.
Que possamos retirar de nossa boca palavras de queixas e murmurações, que possamos corrigir nosso proceder diário e reorientar as intenções de nosso coração, de modo que em tudo demonstremos gratidão ao Deus que nos ama, que nos salvou e que está preparando a eternidade de paz junto ao Príncipe da Paz (Is 9.6) para cada um de nós!
Como dizia Paulo, “assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão“ (Colossenses 2.6,7, NVI).
__________
Referências
[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, nota de rodapé, pp. 187,8
[2] Dicionário Bíblico Ilustrado, Vida Nova, p. 1270
[3] Claudionor de Andrade. Adoração, santidade e serviço: princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico; CPAD, p. 118
[4] R.T. Beckwith. Novo Dicionário de Teologia Bíblica (Alexander e Rosner, orgs.), Vida, p. 1151
[5] Claudionor de Andrade. Op. cit., p. 117
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