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opinião

Os púlpitos da igreja brasileira dos nossos dias

Falta à genuinidade da pregação bíblica, a vida condizente com o que se prega, e a excelência na entrega.

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Bíblia aberta no púlpito (Foto: Direitos Reservados/Deposiphotos)

Olá, caro amigo(a), leitor(a) do Gospel Prime. Graça e paz a você.

Outro dia, ouvi o pastor Hernandes Dias Lopes denunciar, de forma contundente, o estado do púlpito brasileiro dos nossos dias. Ele disse: “Hoje, ao olharmos o cenário religioso brasileiro constatamos que a igreja evangélica precisa de uma nova Reforma. Desviamo-nos do caminho da ortodoxia. As verdades essenciais da fé evangélica estão ausentes de muitos púlpitos chamados protestantes. Novidades forâneas às Escrituras têm sido introduzidas nas igrejas sob a conivência de uns e o silêncio de outros”.

Infelizmente, não tenho como discordar do pastor Hernandes. Observo, com o coração apertado, que no púlpito brasileiro dos nossos dias, falta à genuinidade da pregação bíblica, a vida condizente com o que se prega, e a excelência na entrega, por parte de uma nuvem de pregadores.

Milhares de pregadores hoje pregam “sob demanda” – preferem pregar uma mensagem agradável aos ouvidos mas enfermiça para a alma. Outros, amam pregar, e gostariam de fazê-lo com excelência; mas não têm a paciência de dedicar as horas que deveriam para o processo laborioso, porém necessário, em prol da construção da mensagem.

Na outra ponta extrema, temos pregadores de mente brilhante e destramente dedicados à pesquisa, mas que pregam apenas para as elites eruditas – não se fazem entender ao “povão”. Outros muitos, se esforçam para caminhar na senda da santidade, e vivem debruçados sobre os livros, mas não conseguem dosar a ira e a graça de Deus na entrega das mensagens. Uns pregam com se Deus estivesse sempre irado, e outros pregam como se Deus nunca exortasse ninguém. Portanto, acabam pregando um “deus maneta” – um deus de um só braço, ou só de ira ou só de graça. Esquecem que Deus tem a bondade numa mão e a severidade na outra (Rm 11:22). Muitos púlpitos dos nossos dias se arrolaram no varejo da política e da ideologia liberal. Outros púlpitos, parecem substituir o símbolo da Cruz por um cifrão. Alguns pregadores apenas vociferam a todo pulmão verdades que eles mesmos não estariam dispostos a viver nem sob tortura. E para uma constelação de pregadores, o púlpito virou nada além do que, como diz uma frase que a gente ouve com vergonhosa frequência: “uma oportunidade”. Uma oportunidade de emprego, uma oportunidade de aparecer, uma oportunidade de lançar indiretas e atacar sem réplica as pessoas, uma oportunidade de extravasar emoções incontidas, uma oportunidade de granjear elogios, uma oportunidade de fazer lavagem cerebral nas pessoas, uma oportunidade de exercitar talentos teatrais, uma oportunidade de falar em benefício próprio, uma oportunidade de auto-engrandecimento, uma oportunidade de fazer as pessoas pensarem que o pregador é alguém melhor do que ele é na verdade.

Lamentavelmente, este é o retrato de muitos púlpitos dos nossos dias.

Porém, há esperança! No decurso da história da humanidade, Deus tem atendido a oração do profeta Isaías quando o profeta clama: “Ó! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da tua face! Como quando o fogo inflama a lenha e faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, assim as nações tremessem da tua presença!” (Is 64:1-2). Este também tem sido o clamor de um povo dentro de um povo em cada geração. E em cada geração, de tempos em tempos, Deus tem ouvido a oração dos que clamam: “Rasga os céus e desce sobre nós, Senhor! Aviva a tua obra! Faz notório o teu nome mais uma vez!”

A ótima notícia é que Deus tem rompido as portas do céu e descido! Deus rompeu os céus e desceu na França, com os valdenses, no século XII. Deus rompeu os céus e desceu com assombroso poder na Europa, na reforma, no século XVI; usando homens do calibre de Knox, Lutero, Zwinglio, e Calvino. Deus rompeu os céus e desceu com poder sobre os puritanos – uma das gerações mais zelosas da Palavra na história da igreja. Deus rompeu os céus e desceu poderosamente na Inglaterra, na Nova Inglaterra, e em Gales, no século XVIII despertando os corações de volta para ele. Deus rompeu os céus e desceu nos EUA, na Irlanda do Norte, na Escócia, e na Inglaterra, soprando grandes avivamentos, no século XIX. Deus rompeu os céus e desceu nas ilhas Hébridas, no século XX, espalhando o fogo do amor por ele através de Ducan Campbell.

E sem dúvida, este mesmo Deus pode descer sobre a igreja brasileira do século XXI. E esse dia tão esperado vai chegar, eu creio!

Cabe à igreja brasileira clamar, e perseverar em clamar a Deus, que incendeie os púlpitos da nossa nação uma vez mais, como orou Billy Grahan. Rogando a Deus por uma nova visitação celestial nos dias dele, ele orou: “Faz de novo, Senhor! Faz de novo!” E Deus desceu!

Certa vez, perguntaram a Moody (maior evangelista do século 19): “Moody, como se começa um avivamento na igreja?” Ele respondeu: “Acenda uma fogueira no púlpito”.

Se o púlpito arder, os bancos vão pegar fogo.

Deus te abençoe muitíssimo.

Bacharel em teologia pela Faculdade Teológica e Apologética Dr. Walter Martin e mestrando em teologia ministerial pela Carolina University - Winston-Salem/NC/EUA. Pastor sênior da Igreja Batista Candelária em Candeias, PE, desde 2016. Escritor - autor do livro: Endireita-te com Deus - 7 Passos para uma Vida Emocional e Espiritual Plena. Casado com Shirley Costa, e pai do João Gabriel.

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