opinião
Papai Noel: a maior mentira coletiva do planeta
O que a imagem do Papai Noel tem a ver com o Natal?
A figura lendária conhecida como Papai Noel entre os brasileiros e Santa Claus para os americanos teve sua origem há muitos séculos. A palavra “noel” vem do francês e quer dizer “natal”, e natal quer dizer “nascimento”. Então o “Feliz Nascimento” seria com certeza relacionado à vinda de Jesus ao nosso meio.
Mas, em algum momento da história, entrou um personagem desconhecido, um tal de “bom velhinho”, vestido com roupas vermelhas, carregando um saco cheio de presentes e voando pelo céu num trenó mágico, em plena noite de Natal. Mas “Papai Noel” é um mito, e sabemos que por trás de todo mito existe uma origem ou um fato. Nesse caso, a origem está na Igreja Católica, através do Santo Nicolau.
Nicolau foi um bispo do século III, venerado pela Igreja Ortodoxa e Católica, e que ficou conhecido por conquistar a sociedade com sua caridade, espírito de oração e bondade. Alvo de muitas lendas, ele foi um homem real e muito amado pelos cristãos de sua época. De família nobre, nasceu na Grécia, viveu na Turquia onde foi sacerdote na Diocese de Mira, província de Antália.
De acordo com historiadores, ele enfrentou a perseguição religiosa, chegou a ser preso, torturado e condenado à morte, mas escapou da sentença em 313 d.C., logo após a publicação do edito de Milão, que concedia a liberdade religiosa a todos.
Entenda de onde vieram alguns costumes e símbolos natalinos
Presentes pela chaminé – dizem que Nicolau foi muito conhecido dos pobres, repartiu sua riqueza com os necessitados e ficou famoso por lançar saquinhos com moedas de ouro pelas chaminés e por se doar às pessoas mais carentes, especialmente as crianças. Também dizem que as doações de Nicolau eram feitas assim para que ele permanecesse anônimo, mas deixaram de ser secretas depois que ele ganhou fama.
Meias penduradas na lareira – não há como saber se a informação a seguir é verdadeira, se não for, faz parte da lenda. Conta-se que havia uma família muito pobre, onde três moças não poderiam se casar porque o pai delas não tinha condições de pagar pelos dotes, que na época eram indispensáveis. Nicolau, ao saber do triste destino das irmãs, lançou o famoso saquinho com moedas de ouro pela chaminé daquele humilde lar, que foi parar na meia que estava pendurada na lareira, o que era um costume muito comum em países onde o frio era extremo.
Como Nicolau inspirou a figura do papai Noel – Ele morreu no dia 6 de dezembro de 350 d.C., data celebrada até os dias de hoje pela Igreja Católica como um dia de festa – a festa de São Nicolau, que foi canonizado, além de ser o santo padroeiro da Rússia, Grécia e Noruega. Depois de sua morte, notícias de suas ações se espalharam, sendo imitadas pelas pessoas durante o mês de dezembro, por ocasião de sua ausência. O tempo foi passando, sua história foi sendo contada em diversos países e se transformou em lenda.
Da realidade à fantasia – Ocorreram muitas mudanças em relação à vida de Nicolau. Alteraram sua residência da Turquia para o Polo Norte, onde é comum o uso de trenós como meio de transporte. Mas o trenó do papai Noel ganhou características mágicas, voando pelos céus e fazendo dele um homem onipresente, capaz de entregar presentes a todas as crianças do mundo numa única noite, exceto para aquelas que “não tiveram bom comportamento durante o ano”.
Evolução do papai Noel (Foto: Reprodução/Calendarr)
Noel vira garoto propaganda da Coca Cola – A imagem de Nicolau foi redesenhada e suas estátuas alteradas por diversos artistas ao longo dos séculos. De mitra (uma espécie de quipá) ele passou a usar um gorro, e suas vestes de líder religioso foram trocadas por um uniforme vermelho e branco. Até mesmo suas características faciais foram muito alteradas, principalmente depois que caíram nas mãos de cartunistas americanos e, logo após, ele virar o “garoto propaganda” da Coca Cola, por volta de 1930. A campanha para vender mais refrigerante na época do Natal, nos Estado Unidos, deu tão certo que se espalhou pelo mundo todo.
Foi também agregado ao mito, a mania de consumismo e, como nada acontece à toa, isso aconteceu após a Revolução Industrial. Ou seja, papai Noel chegou quando as pessoas já estavam condicionadas às compras desenfreadas, mergulhadas na secularização e na onda do ateísmo. Hoje, vivemos uma época onde as pessoas não questionam o desenrolar das histórias e sequer se incomodam com o fato de papai Noel brilhar mais do que Jesus nessa época do ano. Se você deseja mais detalhes sobre o tema, adquira o e-book Mitos Natalinos clicando no link: https://pay.hotmart.com/C43181236G?off=iw9khw4m
Promoção do “Combo Natalino”
Para concluir, vamos agora fazer um resumo de tudo o que já vimos até aqui. Pode ser que o governo romano tenha se aproveitado de uma data muito popular, que era o dia 25 de dezembro, quando se comemorava o nascimento do sol para inserir uma festa cristã, no caso, o nascimento de Jesus.
Além disso, havia outras comemorações acontecendo no mês de dezembro, como o Festival Romano da Saturnália, o Solstício de Inverno e o encerramento anual de todas as atividades. O clima era bem propício para festas. Daí surgiu o “Combo Natalino” que agradou à maioria. Pagãos poderiam continuar sua adoração ao deus-sol e os cristãos poderiam (ou não) comemorar o nascimento de Cristo no mesmo evento.
E você já se perguntou como foi que o mito do papai Noel também passou a fazer parte do Combo Natalino? Demorou um pouco, mas há relatos de que as supostas aparições de Nicolau começaram em 1583, na Espanha. Dizem que algumas senhoras religiosas pediram a Deus para que nenhum pobre ficasse sem o “pão bento” ou “pão de Natal”, que era um costume naquela época.
As pessoas levavam doces caseiros para a igreja e recebiam o pão bento, que era guardado para garantir a prosperidade daquele ano ou como um amuleto que só poderia ser usado em caso de doença grave. Acontece que, naquele Natal, todos os pobres da região que enfrentavam um inverno rigoroso receberam o pão. Ninguém ficou sabendo quem deu o pão de Natal a eles.
Ao serem questionados, disseram que havia sido um “senhor de feições serenas e de mãos firmes”. Aquelas senhoras logo associaram ao “São Nicolau” e espalharam a notícia sobre sua suposta aparição, seguida de um milagre, e ainda em pleno dezembro, mês da “Festa de São Nicolau”.
Novamente, são lendas que não podem ser confirmadas, mitos que são espalhados pelas redes sociais. Mas parece ser essa a explicação para que o “bom velhinho” ganhasse o passaporte de entrada para o Combo de Natal. O que ocorre é que o tempo passa, as lendas tomam forma, se misturam e fazem parte do cotidiano das pessoas. Sem questionar, muitos contam essas histórias às crianças, sem o cuidado de separar os mitos dos fatos.
Conclusão
Cuidado com os mitos que tentam distorcer as verdades bíblicas. Papai Noel não tem nada a ver com o Natal, que simboliza o nascimento de Cristo, assim como o coelhinho da Páscoa não tem nada a ver com a Sua ressurreição. Portanto:
“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.” (2 Timóteo 4.2-4)
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