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Pastor Márcio Valadão conta que deseja conquistar 10% da população de Belo Horizonte para Jesus
Em entrevista o responsável pela Igreja Batista da Lagoinha conta como de membro passou a ser pastor de uma igreja que antes tinha 300 e agora tem 40 mil membros
O pastor Márcio Valadão conta em entrevista como ele se converteu e passou de membro para pastor da Igreja Batista da Lagoinha. Na mesma noite que ele teve um encontro com Deus ele recebeu o chamado pastoral e anos mais tarde, depois de estudar no Seminário, ele assumiu a igreja de Belo Horizonte.
Na época em que ele assumiu a IBL, isso em 1972, cerca de 300 pessoas frequentavam a igreja, mas hoje quase 40 anos depois, esse número saltou para 40 mil membros.
Para a Revista Comunhão, o pai de Ana Paula, André e Mariana Valadão diz que seu sonho é conquistar 10 % da população da capital mineira para Jesus, o que daria uma igreja com 250 mil pessoas.
” A cidade de Belo Horizonte tem aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, então, 10% representa 250 mil membros. Pode parecer utópico, mas o crescimento vem de Deus. O mesmo Senhor que salva uma ou dez vidas quer ver também a salvação de uma cidade inteira,” diz.
Leia a entrevista na íntegra:
Como ocorreu sua conversão?
Fui criado em um lar evangélico, meus pais eram presbiterianos e desde pequeno participava da vida na igreja. Quando eu tinha 15 anos meu pai faleceu. Ele era um referencial muito forte na minha vida; era como se fosse a ponte para a vida espiritual, que, de repente, desapareceu. Eu havia começado a trabalhar aos sete anos, e Deus tinha me dado um dom muito especial, na área de comércio. Nessa época, tinha uma vontade grande de um dia ser rico. Nós éramos muito simples, meu pai era sapateiro e tinha uma garra muito intensa para o trabalho. Com a morte dele, a sapataria ficou comigo. Fui me dedicando ao trabalho e, com o crescimento da sapataria, comecei a me afastar muito da fé. Passaram-se quase dois anos de distanciamento e eu sentia sempre aquela saudade, aquela vontade de voltar, gritar por Deus.
Mesmo me tornando bem sucedido no trabalho e nos negócios, sentia que a vontade de Deus era forte na minha vida. Foi quando ouvi alguém dizer que em Belo Horizonte havia uma igreja onde as pessoas subiam pelas paredes, iguais a lagartixas, e que aparecia fogo também. Fui tomado por uma intensa curiosidade e visitei essa igreja. Era a Igreja Batista da Lagoinha. É claro que eu não vi ninguém subindo pelas paredes, não vi fogo nenhum, mas comecei a frequentar a igreja e durante um tempo vivi ali. Até que no dia 19 de maio de 1966, um dia glorioso na minha vida, numa noite de vigília, eu recebi o Senhor como meu salvador. Naquela noite fui batizado pelo Espírito Santo e recebi o chamado para meu ministério. Foi uma noite inesquecível e sou muito grato a Deus, afinal, esse meu encontro com Deus aconteceu quando eu mais necessitava. Eu tinha uma fome enorme de Deus, mas acho que o tempo do Senhor é sempre presente. Na minha vida, aquele foi o instante inesquecível. Foi como a lagarta virar borboleta. Todo aquele amor e alegria da salvação tomaram conta da minha vida. O encontro com o Senhor não pode ser retardado, por isso, o dia de Deus para o homem é sempre o hoje! Como diz a Escritura: ‘Hoje ouvirdes a minha voz, não endureçais o seu coração’.
O senhor disse que naquela noite de seu encontro com Deus, também recebeu seu chamado ministerial. Como isso aconteceu?
Somos uma família de sete irmãos, e eu sou o terceiro. Quando eu era pequeno, com uns quatro anos de idade, sempre era levado na igreja, ouvia os pastores pregando e gostava de brincar de ser pastor. Recordo até o sermão que eu pregava. Eu gritava dizendo assim: ‘Eu quebro essas cadeiras, eu mato essa gente’. E naquele dia da minha entrega ao Senhor, aconteceu algo que mudou completamente minha cosmovisão. Naquele dia, quando recebi o meu chamado, perdi imediatamente toda ambição de querer ser um homem rico. Logo que voltei para o trabalho, aquilo não tinha mais nenhum colorido, estava diferente, e falei para mim mesmo: ‘eu vou fechar tudo’. Então, desmontei a fábrica, vendi os materiais e as máquinas. Eu tinha passado um período de sete meses montando uma loja no primeiro shopping center de Belo Horizonte. E depois de meses montando a loja, todo o encanto havia terminado e me desfiz de tudo. Naquela época, eu estava completando 18 anos.
Era o período da revolução e, por isso, todo jovem tinha que se apresentar ao Exército. Fui me alistar, fui julgado apto e marcaram o dia de me apresentar. Porém, havia dentro de mim uma convicção muito grande de que, no ano seguinte, 1967, eu estudaria no Seminário. E fui para o quartel, com aquele conflito dentro de mim, pensando se havia errado, questionando como iria para o Seminário se estaria cumprindo o Serviço Militar obrigatório. E chegando naquele pátio enorme, cada jovem entrando na fileira da inicial de seu nome, me dirigi para a fila da letra M. E a fila foi ficando mais curta e foi chegando minha vez… Qual não foi minha surpresa quando vi que no lugar em que estava escrito para onde eu iria servir, tinham rabiscado por cima o alerta ‘Excesso de Contingente’. Só no meu local, na minha vez! Não aconteceu com o jovem da frente nem com o jovem de trás. Saí dali pulando de alegria por mais uma confirmação do Senhor. Eu já estava com o coração marcado, sabia que era isso que Deus queria da minha vida, e era isso que eu queria também.
Como foi o início de seu ministério?
Eu fui para o Seminário em 1967 e, em outubro daquele mesmo ano, comecei a trabalhar em uma cidadezinha no interior de Minas Gerais. Era um lugar que não tinha uma igreja evangélica e era o fim da estrada de ferro. Naquela época, era bem diferente de hoje; o povo não conhecia os protestantes e foi um tempo de desafios. Enquanto estudava no Seminário, pude fazer amizades, consegui abrir uma igreja na cidade e até mesmo construir um templo. Já em dezembro de 1970 fui ordenado ao Ministério Pastoral e segui para Ponta Grossa, no Paraná. Em 1972, voltei para Belo Horizonte e aos 23 anos assumi o pastorado na Igreja Batista da Lagoinha.
E como foi essa sua chegada a Igreja? Como o senhor se tornou pastor na Igreja?
Na igreja todos já me conheciam porque antes do Seminário eu era membro ali, e todos me chamavam de ‘Marcinho’. Quando voltei, em 1972, foi num período interessante. Eu cheguei na sexta-feira da Paixão e aconteceu que a igreja estava sem pastor naquela época. Havia uma comissão de diáconos na igreja que escolheria o novo pastor. À época, o pastor interino, o pastor Ilton Quadros Cortez, estava indo de viagem à Brasília para trazer um dos candidatos ao pastorado da igreja. Infelizmente, no meio do caminho houve um acidente muito grave e o pastor Quadros ficou muito machucado. Ele foi trazido para se recuperar em Belo Horizonte e aproveitei para visitá-lo. Nessa visita, com ele todo engessado, o pastor Quadros me pediu que pregasse na igreja no culto de domingo.
E eu, como membro da igreja, preguei a pedido do pastor. Na outra semana, novamente ele pediu para que eu pregasse no culto de domingo. Até que, certo dia, ele pediu para que eu pregasse em todos os domingos, até que ele se recuperasse. E foi o que aconteceu. Quando o pastor Quadros se recuperou, ele convocou a comissão de diáconos para retomar o trabalho de escolha do novo pastor. No entanto, a comissão disse que os membros estavam gostando de meu trabalho. E assim, no dia 30 de junho de 1972, assumi o pastorado da Igreja Batista da Lagoinha. Isso foi algo que aconteceu só por Deus mesmo, porque naquela época eu ainda era solteiro e jovem, com apenas 23 anos. E sempre foi um paradigma para as igrejas que os pastores fossem casados e experientes. Igreja Batista Lagoinha somava 300 membros, o que era um número grande para a época. Contudo, havia uma convicção de Deus no meu coração. Eu olhava pra mim, como olho ate hoje, e via minhas limitações, mas percebo que somente pela bondade de Deus assumi este cargo, e permaneço nele até os dias de hoje.
Quais eram os desafios quando o senhor assumiu a igreja?
O maior desafio era comigo mesmo, porque a Lagoinha teve como seu primeiro pastor um dos homens mais preciosos que este Brasil já viu, o pastor José Rego do Nascimento. Substituir um homem como esse só é mesmo possível por Deus. E eu era apenas o ‘Marcinho’, com tantas limitações, mas com a confiança e a certeza de estar fazendo aquilo que Deus havia traçado. Alguns colegas e outros pastores olhavam para mim naquele posto e repetiam a mesma pergunta: ‘Quanto tempo ele vai durar como pastor da Lagoinha?’. Mas eu mantive forte a convicção na Palavra do Senhor, de que o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dado. Nós só temos aquilo que Deus nos concede, se não vier do Senhor, nem adianta insistir pois não fará bem.
Quando é o Senhor quem nos concede algo, Ele traz também a capacitação. Naquela época, a visão das igrejas era o crescimento por meio da abertura de novas igrejas. Eram congregações que depois se tornavam igrejas. Mas a minha compreensão do ministério é que este deve ser uma paixão, pois é a obra mais sublime que alguém pode realizar na terra. Como disse Paulo: ‘Se alguém aspira o episcopado, excelente obra almeja’. Sempre procurei honrar a vontade de Deus para este ministério, e o desafio era tremendo, como ainda é até os dias de hoje.
A Lagoinha tinha cerca de 300 membros à época que o senhor a assumiu. Hoje, mais de 40 mil membros congregam na igreja. Qual é o segredo dessa multiplicação?
Todos os domingos temos um culto só para batismos, e até o domingo passado (29/05) nós éramos 46.376 membros. Mas eu não vejo que há um segredo, o que eu vejo é que há uma orientação. O apóstolo Paulo disse: ‘eu sou o devedor’, e ele disse isto a sábios, a ignorantes, a todos. Há uma dívida para ser paga, e essa dívida é aquela que Jesus Cristo, ali na cruz antes de morrer, disse ‘está pago, está consumado’. Ou seja, toda nossa dívida humana Cristo pagou por nós. Agora, todas as pessoas precisam conhecer essa mensagem. Por isso, a paixão tem que existir; a paixão em querer agradar o Senhor, a fazer Deus sorrir. Muitas vezes, as pessoas me perguntam o que eu faço na vida, e eu gosto de dizer: ‘Eu busco fazer Deus sorrir’. E quando lemos a Palavra, ela diz que quando uma alma se converte existe alegria diante dos anjos de Deus, porque vêm Deus sorrir. Então, fazer Deus sorrir é nossa missão. A palavra de Deus diz que Ele não tem prazer na morte do ímpio, mas deseja que este se converta e venha a conhecer a gloriosa salvação.
Cada pessoa que se converte é realmente única, exclusiva e amada por Deus. A palavra de Deus diz que Ele não tem prazer na morte do ímpio, mas deseja que este se converta e venha a conhecer a gloriosa salvação. Quando cada pessoa se rende ao senhor, sinto uma alegria imensa, pois sei que Deus está se alegrando. Dessa forma, o ministério não é uma questão de buscarmos números. Número é número, gente é gente. É verdade que as pessoas podem ser contadas, mas elas não são números; são pessoas com toda dignidade e valor. O mesmo preço que Jesus pagou por mim Ele pagou por qualquer outro ser humano. Nós, aqui em Lagoinha, não buscamos números, buscamos gente. Durante muito tempo nossa visão era essa, de manter o crescimento da por meio da abertura de igrejas, e conseguimos, pela bondade de Deus, abrir quase 100 igrejas, em muitas cidades e alguns estados. Mas recebemos um novo direcionamento do Senhor, e emancipamos todas essas igrejas, dando a elas o patrimônio que lhes pertencia. Hoje a Igreja Batista Lagoinha é uma igreja local.
Uma de suas metas é conquistar para o Senhor 10% da população de Belo Horizonte. Como pretende alcançar esse objetivo?
Se nós não tivermos alvo, qualquer coisa é qualquer coisa. Nosso propósito, até 31 de dezembro de 2020, é alcançar 10% da população de Belo Horizonte. Hoje (02/06), estamos chegando a quase 47 mil membros. Estamos caminhando e nosso alvo é chegar ao final de 2011 com 50 mil membros. A cidade de Belo Horizonte tem aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, então, 10% representa 250 mil membros. Pode parecer utópico, mas o crescimento vem de Deus. O mesmo Senhor que salva uma ou dez vidas quer ver também a salvação de uma cidade inteira. Uma cidade pode sim ser impactada pelo Evangelho. Não estamos buscando ser uma igreja grande no sentido de alimentar vaidades, queremos ser uma igreja sem adjetivos até porque não existe uma igreja grande, toda igreja é uma igreja em crescimento. Eu peço que Deus me dê a graça de no dia 31 de dezembro de 2020 ver este alvo conquistado e ver que as outras igrejas podem ser influenciadas a também conquistar vidas para a glória de Deus.
Seu nome é uma das grandes referências no meio evangélico. A que atribui este reconhecimento? Como conviver com o fato de ser referência em liderança?
Eu continuo sendo o Marcinho, aquela pessoa que, não fosse a graça de Deus, nada iria acontecer. E quando a Palavra diz ‘não é nem por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor’, é algo que somente Deus pode explicar. Até mesmo com relação ao crescimento da igreja, eu não consigo dizer se é ou não um método, mas sei que é a bondade do Senhor. O líder deve ser aquela pessoa que tem o que Deus lhe concedeu, que sabe para onde vai. Cada igreja tem um desafio, um chamado, e quando olho a Lagoinha e sua história, eu a vejo como uma palavra do Senhor. E meu trabalho como líder é exatamente mostrar para os outros que eles podem também inspirar, motivar, segundo a vontade de Deus. Não é a minha capacidade humana e natural, é só a bondade de Deus comigo. Sou grato ao Senhor todos os dias, em cada momento, pelo carinho, pelas bênçãos que ele tem me dado, pela família, pelos meus filhos, e agora também os netos.
Quais as principais características, em sua opinião, que um líder deve cultivar?
Alguém disse que o pastor tem que viver o que prega, e isso é certo. Mas tem outra máxima que diz que devemos pregar aquilo que vivemos. É bem verdade que temos que viver o que pregamos, mas o inverso é mais fácil. Jesus pregava o que ele vivia. O sermão do monte nada mais era do que o testemunho de Jesus, a vida dele. Uma característica fundamental para o líder é querer ser como Jesus, que é o nosso modelo. E como modelo de líder Jesus disse: ‘Eu não vim pra ser servido, eu vim pra servir, eu vim pra dar a minha vida’. Percebo que o propósito do pastor e do líder é o de ser firme, ser referencial, ser alguém que Deus tenha a graça de encontrar fiel. Mas é muito perigosa a liderança quando ela descamba para o orgulho, a soberba e quando deixa a simplicidade do Evangelho. Não existe um referencial melhor do que o próprio Deus, e Ele disse: ‘Aprendei de mim’.
Um dos destaques de seu ministério é a busca pela intimidade com Deus. Essa busca é necessária na vida de um líder?
Eu vejo uma situação muito bonita na fé quando Deus criou o homem. Deus não o criou para colocar uma enxada em sua mão, mas colocou o homem na intimidade com Ele. O Senhor plantou um jardim, e jardim é lugar de passear, de brincar, jardim é lugar de diálogo, de namorar. E a palavra diz que na viração do dia Deus passeava com o homem. A primeira coisa que Deus queria do homem era exatamente isso, a intimidade. Por isso, a Palavra de Deus nos diz para conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor. Temos aprendido que, na caminhada, a intimidade traz a santidade, a santidade traz a autoridade e a autoridade traz a conquista. No ministério, a coisa mais importante é a intimidade. Nossa intimidade com o Senhor vai nos levar à santidade. A santidade sem intimidade é pura religião, mas a santidade fruto da intimidade é bem diferente.
A primeira coisa que tem que existir é nossa intimidade com o Senhor. Ela vai produzir em nós a santidade. Vamos procurar evitar o pecado não por medo da consequência do pecado, mas porque isso vai ferir o coração daquele que mais nos ama, o Senhor, e é dessa forma que a intimidade traz santidade. Por sua vez, a santidade traz autoridade. A nossa autoridade vem da nossa santidade, que é fruto da nossa intimidade. E a nossa autoridade é para conquista, que é resultado da nossa autoridade, que veio da nossa santidade, que veio da nossa intimidade. O inverso é que está errado; Deus não quer o nosso trabalho, ele nos quer! A nossa intimidade com Ele é exatamente a chave para tudo na vida, é a chave de todo ministério e de nossa caminhada com Jesus.
Atualmente vemos muitas igrejas “oferecendo” bênçãos de Deus como se fossem moedas de troca. Qual sua opinião sobre essa prática?
A palavra de Deus diz: ‘Assim como recebeste o Senhor Jesus, assim deve andar’ (Col 2.6). Se eu apresento apenas o Evangelho de oferta, as pessoas vão conhecer um Jesus que é só aquele que oferta. No entanto, é nosso dever apresentar Jesus tal qual ele é. No livro de Ezequiel e de Apocalipse, encontramos um ser que é a própria figura de Jesus. Ele tinha quatro faces. Uma era de Leão, outra de Boi, outra de Homem e a última de Águia. E é interessante que cada um dos evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João, está ligado a cada um desses rostos. No Evangelho de Mateus, temos a face do Leão, que fala da autoridade; no Evangelho de Marcos, a face é do Boi, que significa que Jesus veio para servir; no Evangelho de Lucas, Jesus é apresentado como Homem, seu nascimento e sua história são descritos ali; e no Evangelho de João temos a Águia, que era o verbo, e o verbo era Deus, e vemos a Águia voando em sua glória. Dessa maneira, se eu apresento apenas uma face de Jesus, estou apresentando um Evangelho incompleto. Uma igreja não pode se especializar apenas em uma área, ou seja, querer apresentar apenas uma face de Cristo. Jesus deve ser mostrado tal qual Ele é, em suas quatro faces. E qual delas é a mais importante? Todas, pois precisamos crer que tudo o que Jesus conquistou na cruz é direito nosso.
O senhor acredita que os cristãos estão “acomodados” na busca por Deus?
A fé evangélica é individual, e não coletiva. A fé cristã, na verdade, é como se fosse um caiaque, de uma pessoa só. Ou seja, aqueles que querem vão crescendo em Deus, remando em sua direção. O que existe hoje é que, pela bondade de Deus, vemos em nosso país um crescimento grande do Evangelho. Esse crescimento tem sido grande em sua extensão, mas em alguns lugares tem sido raso em profundidade. Eu vejo que hoje muitos, pelo fato de não terem uma compreensão da plenitude da fé evangélica, estão se perdendo. Nossa fé não é uma religião, ela deve ser fruto de um relacionamento íntimo com Deus. Quanto mais as pessoas conhecem Deus, mais elas vão viver sua plenitude na terra.
No próximo ano, o senhor completa 40 anos à frente da Igreja Batista da Lagoinha. Quais são seus planos para o futuro?
Eu tenho sonhos de viver até 100 anos, mas só tenho um dia para viver! Eu procuro, com a graça de Deus, viver o dia de maneira intensa. Mas, claro, tenho muitos sonhos, projetos e planos. Alguns estão em fase de planejamento, como a construção do novo templo da Lagoinha, que é um sonho. Já temos alguns estudos em andamento para a construção de um templo com 30 mil poltronas. Guardo também o sonho de poder ver aquilo que eu já começo a ver hoje, que são os filhos de meus filhos servindo ao Senhor. Isso para mim é uma bênção muito grande! Desejo também ver o nosso país liberto, pela glória de Deus, anseio por um avivamento incendiando os corações e ver o Brasil ser transformado naquilo que é a vontade de Deus. Mas o maior sonho que tenho é ver a volta gloriosa de Jesus.
Com entrevista da Revista Comunhão
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