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Pastores alertam fiéis que usam desculpas para não dizimar

Apesar de estar profundamente enraizado nas Escrituras e ser tratado como uma doutrina entre as igrejas evangélicas, o dízimo ainda é alvo de controvérsias, desconfortos e justificativas por parte de muitos fiéis. Quando o tema da mensagem gira em torno da entrega dos 10% ao Senhor, não são poucos os que expressam resistência ou tentam explicar por que não contribuem.
Para pastores experientes, no entanto, o dízimo transcende a arrecadação financeira. Ele é visto como expressão de fé, obediência e compromisso com o Reino de Deus. “Sendo uma doutrina, ela deve ser tratada como todas as outras na Igreja”, afirmou o pastor Özenir Correia, da Igreja Batista Filadélfia.
Justificativas comuns e o confronto com a Palavra
Entre as justificativas frequentemente apresentadas para não dizimar estão frases como:
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“Deus não precisa de dinheiro.”
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“Não vou sustentar pastor.”
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“Meu salário mal dá pra comer.”
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“Dízimo é coisa de rico.”
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“Na igreja já tem quem possa dar.”
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“Prefiro doar para outras causas.”
Segundo o pastor Álvaro Oliveira Lima, da Assembleia de Deus Ministério Nova Itaparica e diretor da Faculdade Teológica Útil do Saber (Fatus), tais alegações demonstram imaturidade espiritual e desconhecimento bíblico. “Hoje muitos crentes não são fiéis a Deus na entrega dos dízimos e, para justificar esta atitude, criam várias desculpas”, afirmou.
Para ele, o Senhor honra a fidelidade dos que sustentam a obra com seus recursos. “Temos de entender que o Senhor tem um firme compromisso com os que abençoam a obra com os seus dízimos e ofertas voluntárias”, declarou.
Desconfiança
Outro ponto frequentemente citado é a desconfiança quanto à gestão dos recursos arrecadados pelas igrejas. Muitos afirmam que não dizimam por não saberem se o dinheiro está sendo bem utilizado. Sobre isso, o pastor Álvaro explica:
“Se os dízimos não estão sendo bem administrados, os administradores darão conta a Deus. Não cabe a nós julgá-los, mas sim a Deus. Cabe a nós sermos fiéis, entendermos que dizimar é uma obra de fé”.
A fidelidade, segundo ele, está associada à confiança espiritual. Referências como 2 Crônicas 31:12–16 e Malaquias 3:10 reforçam tanto o princípio da entrega quanto a responsabilidade da liderança.
Empresários e a separação entre pessoa física e jurídica
Entre os empresários cristãos, é comum a dúvida sobre se o dízimo deve ser calculado com base no faturamento da empresa. O pastor Álvaro orienta que o empresário estabeleça um pró-labore — ou seja, um salário fixo — e contribua com base nesse valor, mantendo a distinção entre finanças pessoais e corporativas.
“Ele precisa tirar um pró-labore, com um valor fixo, um salário, e contribuir segundo esse valor. O empresário não deve misturar sua vida pessoal com a empresa. Ela tem vida própria”, pontuou.
O destino do dízimo: onde entregar?
De acordo com os textos bíblicos, o dízimo deve ser entregue na “casa do tesouro” — expressão usada para se referir à igreja local. Desviar o dízimo para projetos sociais ou iniciativas particulares, mesmo que bem-intencionadas, descaracteriza o propósito originalmente estabelecido nas Escrituras.
“Não se trata de um pagamento, mas de adoração. É errado o cristão contribuir por medo, pressão ou culpa, mas deve fazê-lo por reconhecimento de sua importância”, lembrou o pastor Álvaro, segundo a revista Comunhão. Ele citou Provérbios 11:24 como princípio espiritual:
“A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda”.
Perspectiva bíblica sobre o dízimo
A prática do dízimo é mencionada nas Escrituras desde o livro de Gênesis.
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Primeira menção: Abraão entrega o dízimo a Melquisedeque (Gn 14:20).
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Lei: Instituído como mandamento ao povo de Israel (Lv 27:30; Dt 14:22).
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Voluntariedade e alegria: Deve ser entregue com coração generoso (Lv 23:38; 2Co 9:7).
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Santidade e reconciliação: A oferta deve ser acompanhada de comunhão com Deus (Mt 5:23-24).
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Gratidão: Expressão de reconhecimento ao Senhor (Sl 50:14-15).
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Promessa: A bênção está ligada à fidelidade (Ml 3:10; Pv 11:24-25).
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Cobrança divina: A responsabilidade pela administração recai sobre os líderes (2Cr 31:12-16).
Dízimo e oferta: distinções importantes
Os pastores também ressaltam que há diferença entre dízimos e ofertas. O dízimo corresponde a 10% da renda, conforme preceito bíblico. Já as ofertas são voluntárias, sem valor fixo, e representam uma expressão adicional de gratidão e generosidade.
Resumo: 6 princípios fundamentais sobre o dízimo
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Doutrina e não opção: o dízimo é ensino bíblico.
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Fidelidade: garante a manutenção da obra de Deus.
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Obediência acima da crítica: má administração não anula a prática.
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Entendimento bíblico: desculpas revelam imaturidade espiritual.
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Local de entrega: deve ser feito na igreja local, não em projetos sociais.
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Ofertas são distintas: são voluntárias, não substituem o dízimo.

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