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Polícia indicia pastor após dizer que trans não é mulher

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Polícia indicia pastor após dizer que trans não é mulher

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu uma investigação que resultou no indiciamento do pastor Flávio Amaral por crime de homotransfobia. A apuração foi conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (DECRIN) e se refere a declarações feitas pelo religioso em redes sociais e palestras.

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Durante os levantamentos, a PCDF identificou conteúdos considerados discriminatórios, incluindo citações à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Em uma das falas, Amaral afirmou que Hilton “não era incluída no Dia das Mulheres, pois mulher não vira mulher, mulher nasce mulher”. A frase foi classificada pelos investigadores como ofensiva à identidade de pessoas transgênero.

A polícia também reuniu publicações nas quais o pastor associa a religiosidade a supostas mudanças de comportamento de pessoas LGBTQIA+, além de utilizar expressões bíblicas como “filhos da ira e da perdição” para se referir a esse grupo. O conjunto das falas foi avaliado como discurso de ódio baseado em orientação sexual e identidade de gênero.

Procurado pela reportagem, Flávio Amaral não respondeu até a última atualização. Em depoimento à autoridade policial, ele declarou que “todos os comentários foram por questões pessoais”.

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O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que avaliará a denúncia apresentada. Caso seja condenado por todos os crimes listados, Amaral pode ser sentenciado a penas que somam entre 6 e 15 anos de reclusão.

Natural de Brasília, Flávio Amaral atualmente reside em Itanhaém (SP). Em suas redes sociais, se identifica como “missionário e pastor, liberto da homossexualidade”. Segundo ele, sua trajetória inclui aconselhamento religioso a pessoas que enfrentam conflitos de identidade sexual.

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Além da investigação da PCDF, Amaral também é alvo de apuração conduzida pelo Ministério Público (MP) de São Paulo. O procedimento foi instaurado após denúncia apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e pela vereadora Amanda Paschoal (PSOL-SP), que relataram episódios de transfobia e possíveis atos de tortura psicológica envolvendo jovens atendidas pelo pastor.

De acordo com informações do portal G1, uma jovem trans de 22 anos, que passava por um processo de “destransição” com aconselhamento de Amaral, cometeu suicídio. O caso motivou o encaminhamento de um documento ao MP assinado pelas duas parlamentares.

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Atualmente, Erika Hilton e Amanda Paschoal também são investigadas por irregularidades em um contrato de segurança privada firmado com recursos públicos.

O caso segue sob análise do Ministério Público, que decidirá sobre o oferecimento formal da denúncia à Justiça. A legislação brasileira prevê punição para crimes resultantes de preconceito por identidade de gênero e orientação sexual com base na equiparação ao crime de racismo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2019 (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26 e Mandado de Injunção 4733).

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