vida cristã
Prisioneiro de guerra retorna a Ásia para pregar o Evangelho
Scott suportou a fome e a separação de seus pais.
Basil Scott, filho de missionários britânicos, mudou-se para a China em 1936, aos dois anos de idade, e cresceu em Lanzhong, uma cidade no oeste do país. Ele vivenciou a brutalidade da Segunda Guerra Mundial e as provações de ser prisioneiro durante a ocupação japonesa. Aos 11 anos, em 15 de agosto de 1945, ele testemunhou a libertação de seu campo de prisioneiros no Dia da Vitória sobre o Japão (VJ Day), um momento que ele lembra com emoção até hoje.
Durante três anos, Scott suportou a fome e a separação de seus pais. Ele se recorda vividamente da alegria de ver alimentos sendo lançados de aeronaves americanas, incluindo latas de frutas que representavam uma esperança há muito aguardada. “Esses três anos foram horríveis, mas eu não me arrependo deles”, diz ele, reconhecendo que a guerra moldou sua vida e ensinou a importância da esperança. “A guerra me fez ver como a esperança pode trazer vida. Se você perde a esperança, perde também o amor e a fé.”
Após sua libertação e retorno à Grã-Bretanha, Scott cursou história e teologia na Universidade de Cambridge, onde recebeu um chamado pessoal para o ministério em tempo integral aos 21 anos. Ele lembra desse momento como o “dia mais maravilhoso” de sua vida. Billy Graham, durante uma pregação, o desafiou a sacrificar suas objeções à missão, e Scott aceitou o chamado de Cristo para se dedicar à reconciliação.
Com uma visão profunda das cicatrizes entre Japão e China, Scott retornou à Ásia com a missão de promover a paz e estabelecer diálogos entre diferentes grupos religiosos, como muçulmanos, sikhs e hindus. Ele percebeu o poder transformador da reconciliação durante um encontro com Minoru Kasai, um estudante japonês, onde aprendeu que somente Cristo poderia unir aqueles antes divididos por ódio e guerra.
Hoje, Scott vive em Leicestershire, na Inglaterra, após uma vida de dedicação ao ministério. Mesmo após uma recente cirurgia e desafios de saúde, ele continua a refletir sobre a missão de Cristo e a importância da esperança. Ele é grato pela oportunidade de compartilhar sua mensagem de paz, unidade e reconciliação, sempre com a visão de que todos são criados à imagem de Deus e que a missão cristã é representá-Lo com amor e compreensão para com os outros.