estudos bíblicos
Salvação e livre-arbítrio
Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 8 do trimestre sobre “A obra da salvação”

No primeiro ponto do segundo tópico da Lição 8, intitulada Salvação e Livre-arbítrio (4 Trimestre 2017, CPAD), no meio do texto em que traz um brevíssimo apanhado histórico sobre Jacó Armínio, o comentarista da Lição diz o seguinte:
“Tendo sido envolvido numa disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio” (destaque meu).
No livro A obra da Salvação (CPAD), também da autoria do comentarista da Lição, e que serve como livro de apoio para o professor da Escola Dominical ter o mesmo conteúdo da Lição bem mais desenvolvido teologicamente, o autor informa na página 89:
“Jacó Armínio (…) Sua principal defesa doutrinária é o livre-arbítrio humano” (destaque meu).
Com a publicação de As Obras de Armínio em 2015 e de Arminianismo: a mecânica da salvação (Silas Daniel) ainda no primeiro semestre desse ano, e ambas pela editora CPAD, causa-me surpresa que este reiterado equívoco tenha “passado em branco” tanto na revista da Escola Dominical como no livro de apoio do professor. E isso sem contar a excelente bibliografia de obras robustas sobre Teologia Arminiana, bem como livros biográficos dos maiores especialistas no mundo em Jacó Armínio, que vêm sendo publicados desde 2013 pela editora Reflexão. Não se pode mais escrever teologicamente sobre Armínio e Teologia Arminiana, sem consultar estas muitas obras, para que os mesmos velhos erros de que acusaram Armínio e sua teologia não permaneçam se perpetuando entre os estudantes da Bíblia, da teologia e da história da igreja, especialmente entre os próprios arminianos! “Persiste em ler” (1Tm 4.13).
Procederemos aqui a correção dessa informação, visto que ela pertence apenas ao imaginário popular, mas não condiz com a realidade dos fatos. O livre-arbítrio humano não foi a principal defesa doutrinária de Armínio, nem é a principal característica do Arminianismo (pelo menos não dos arminianos que sabem o que de fato é o Arminianismo, para além de vagas opiniões populares, sem sólida fundamentação literária). Aliás, seguimentos do protestantismo, como o calvinismo, já teceram muitas críticas ao Arminianismo justamente em razão dessa suposta centralização da vontade do homem em sua teologia, em detrimento da centralização do próprio Deus.
Acusam-nos de “humanistas”, e taxam nossa teologia de “antropocêntrica”. De fato, a crítica seria procedente, se a defesa vontade livre do homem fosse nossa principal empreitada teológica e apologética. Mas não é! Portanto, tal acusação que – lamentavelmente! – encontra pálido respaldo em escritos de não-especialistas em teologia arminiana, é não só improcedente, como também ofensiva. Deus, não o homem, é o centro da teologia de Armínio e dos arminianos!
A defesa do amor, da bondade, da justiça e da graça divina liberada sobre todos os pecadores em todo mundo é que foi o grande labor do jovem teólogo holandês Jacó Armínio e dos Remonstrantes que seguiram seus postulados, confiantes de que se respaldavam numa sólida teologia bíblica e histórica, tendo seus precedentes, de fato, entre os antigos Pais da Igreja. Apesar de leitores comuns (tanto professores da EBD quanto alunos) não fazerem muito caso desta correção, ela é necessária, visto que pretende estabelecer com justiça a verdade dos fatos. E não devemos ter todos nós amor pela verdade? Não devemos todos ter “fome e sede de justiça”?
PRIMEIRO: MAIS GRAÇA DE DEUS, MENOS ARBÍTRIO DO HOMEM
Fazendo uma pesquisa rápida nos três volumes de As Obras de Armínio (CPAD, 2015), pode-se notar uma singela, mas importante estatística: a palavra graça (referindo-se ao favor de Deus) ocorre aproximadamente 1.700 vezes em As Obras de Armínio; ao passo que o termo livre-arbítrio (referindo-se à vontade liberta do homem para escolher entre alternativas propostas diante dele) ocorre aproximadamente 140 vezes apenas! Ou seja, a graça de Deus aparece cerca de DOZE VEZES MAIS que o livre-arbítrio humano. Isso por si só deve chamar nossa atenção para o fato de que Armínio esteve mais ocupado em exaltar a graça de Deus, que é do alto, do que em confirmar o livre-arbítrio humano, que é de baixo.
Essa informação por si só já deve chamar nossa atenção para o que de fato era o principal labor do teólogo Jacó Armínio.

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