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Sete semanas para se desintoxicar do Egito interior

Não se deve esquecer que as festas sempre apontam para o Messias.

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Pirâmides do Egito
Pirâmides do Egito (Foto: Direitos Reservados/Deposiphotos)

É comum a frase, jargão, e ensinos sobre sair do Egito, mas não tirar o Egito de dentro de Si. Entender a grandeza e profundidade do pensamento nos leva compreender sobre os ciclos das Festas do Senhor de maneira mais didática.

Passamos pela festa de Páscoa, cujo nome em hebraico significa: Passagem, que nos chamou atenção, simbolicamente, da nossa saída do ‘Egito’ (que representa o sistema do mundo que jaz em trevas, afastado de Deus) para a plena liberdade. A celebração da páscoa reforçou nossa lembrança que não somos mais escravos do pecado. Agora somos livres em Cristo, mas não podemos nos esquecer que estamos ainda num processo de libertação, renovando nossos conceitos, pensamentos, nos livrando das prisões da mente, da alma. Sempre há prisões interiores das quais precisamos ser livres. Sempre há algo ruim ou não perfeito em nós que precisa e pode evoluir segundo a essência do Primogênito.

Se fomos liberto do ‘Egito’, então o ‘Egito’ precisa sair de dentro de nós, precisamos ainda de cura e libertação. Na páscoa Deus nos lembra que Ele nos quer totalmente livres, mas isto não significa que viveremos sem regras e limites. A liberdade sem princípios leva ao perigo da falta de propósito. Agora junto ao Cordeiro Pascoal, resgatamos nossa identidade, pois não havia identidade num sistema de escravidão, quando cedíamos nossa liberdade ao senhor das trevas e éramos aprisionados nas paixões de nossa natureza humana.

Agora, estamos libertos, e para consolidar esta nova natureza espiritual, nossa nova vida precisa evoluir, Deus nos tirou do ‘Egito’ para nos transportar até às instruções do Monte Sinai, onde o povo hebreu recebeu no 50º. dia após a saída do Egito, a outorga da Torá as instruções de Deus, os limites que protegem e asseguram a verdadeira liberdade e independência do sistema das trevas, embora ainda vivemos no “deserto” a caminho de Canaã celestial. Isso fazendo analogia ao mundo físico e o mundo vidouro é claro.

Shavuot (pentecostes), a festa das semanas é o segundo dos três maiores dias Festivos. A celebração assinala o complemento das sete semanas, que acontece no período de 50 dias após a Páscoa, durante o qual o povo judeu preparou-se para receber a Torá. A festa estabelecida com detalhes em Levítico aconteceu a primeira vez com a descida da Torá no monte Sinai em que Deus se manifestou com diversos sinais como está descrito no livro de Êxodo.

“ E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de D’us; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e D’us lhe respondia em voz alta. ” (Êxodo 19:16-19)

Deus entregou a Moises as Tabuas da Lei, portanto a Festa das semanas, conhecida como: pentecostes, marca justamente a entrega da Palavra Escrita.

Na primeira festa a Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, a Festa dos Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.

Israel levou sete semanas para chegar à montanha. Partiu do Egito em quinze de Nissan (1ºmês calendário bíblico) chegando em seis de Sivan (3ºmês calendário bíblico), recebendo a Torá, celebrado desde então como a Festa das Semanas, eles se reuniram ao pé do Monte Sinai e receberam a Torá de Deus. De acordo com os antigos sábios, a maneira de contar os feixes dos primeiros grãos da colheita, ou seja, estes quarenta e nove dias representam o caminho para a Teshuvá (arrependimento) um dia para cada retorno espiritual, nos quais os filhos de Israel tinham sido degradados na escravidão no Egito.

“… contarei para vós, desde o dia depois do Sábado, isto é, desde o dia em que houverdes trazido o molho da oferta de movimento, sete semanas inteiras; até o dia seguinte ao sétimo Sábado, contareis cinquenta dias; então, oferecereis nova oferta ao Senhor.”(Lev23:15,16)

Não se deve esquecer que as festas sempre apontam para o Messias e eventos fatídicos na relação do Senhor com seu povo. Logo não podemos deixar de lembrar da visão de João tendo uma revelação de Cristo como: A PALAVRA.

“E estava vestido de veste tingida em sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. ” Apocalipse 19.13

“Porque o fim da lei/tora é Cristo para justiça de todo aquele que crê. ” Romanos 10:4

Foi através do Espírito de Deus que a Lei (Cristo) se aperfeiçoou em nossos corações.

Foi no Período de Pentecostes que o Eterno derramou sua revelação sobre os discípulos lá no cenáculo quando estavam reunidos em oração. Durante o intervalo de Páscoa e Pentecostes existe uma preparação. Lembra? O Messias deixou claro isso quando disse aos discípulos: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. ” Lucas 24.49

Ele estava falando da Festa de Pentecostes aos discípulos, ou seja, assim como para receber a Torá houve preparação. Ele alerta para que se preparem até que recebam também do alto o revestimento de Poder prometido pelo Pai.

“E cumprindo-se o dia de Pentecostes (Shavuot) …todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (Atos 2)

O que aconteceu em Atos 2 demonstra novamente como os símbolos proféticos da festa de Pentecostes foram cumpridos.

A oferta dos primeiros frutos retrata o pequeno grupo de pessoas que se reuniram naquele cenáculo 120 devotos que estavam esperando pela promessa do Pai, sobre a qual o Mestre havia falado. Eram consagrados ao Senhor e estavam esperando pelo que seu Filho disse que aconteceria, isto é, que eles seriam cheios com o Espírito Santo.

“E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. ” Atos 1:4.

A transição entre Páscoa e Pentecostes, são os dias para que cada um se liberte do seu Egito interior.

Se deseja Estudar mais sobre estes assuntos, participe do grupo aqui.

Alexandre Kaman é pastor, escritor, ministro de adoração e palestrante. Cursou a Escola Ministerial do Projeto Vida Nova de Irajá e o Instituto Metodista de Formação Missionária. Além de Bacharelado em Teologia e Pós-graduado em História de Israel. Lider da Escola Mavid (Manifestando a Vida de Deus), dedicado ao propósito da Restauração.

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