Viúva de pastor pavor ao ver casa desabando com terremoto

Um terremoto de grande intensidade atingiu Mianmar, resultando em mais de mil mortos e cerca de duas mil pessoas feridas, segundo informações preliminares divulgadas por fontes locais. O abalo sísmico, registrado em diversas regiões do país, provocou o colapso de hospitais, templos, igrejas, prédios residenciais, além de comprometer rodovias, aeroportos e redes de abastecimento.

A junta militar que governa o país desde o golpe de Estado ocorrido em 2021 declarou estado de emergência e emitiu um apelo formal por ajuda internacional, diante da magnitude da tragédia e da incapacidade de resposta estrutural.

Colapso dos serviços de saúde e infraestrutura

Com os principais hospitais danificados ou superlotados, muitos dos feridos estão sendo atendidos em tendas improvisadas e às margens das estradas. A situação se agrava com os cortes generalizados de energia e água, deixando milhares sem acesso aos serviços mais básicos.

“Não há eletricidade e o abastecimento de água não está funcionando. Está se tornando um desafio até mesmo ir ao banheiro. Não sabemos quando a eletricidade será restaurada. Até as conexões de Wi-Fi são instáveis”, relatou um morador da região de Sagaing, uma das mais afetadas.

Ainda segundo ele, apenas uma operadora de telefonia está funcionando, e os chips de celular chegaram a ser vendidos a preços até 20 vezes maiores que o valor habitual.

População isolada e dificuldades de locomoção

Muitas estradas foram destruídas, impossibilitando a movimentação de famílias inteiras. O transporte público foi suspenso em várias localidades, o que impediu o retorno de milhares de pessoas às suas residências.

Um casal que estava em viagem no momento do abalo relatou os momentos de medo: “Minha esposa e eu ficamos em um hotel. Continuamos a sentir tremores secundários na noite passada e podíamos sentir o hotel tremendo. Não conseguimos dormir por causa do trauma”, afirmaram.

Comunidades cristãs relatam perdas e apoio mútuo

Mianmar ocupa atualmente o 13º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, elaborada por entidades cristãs que monitoram países onde os seguidores de Cristo enfrentam maior risco por causa de sua fé. Em meio ao desastre, pastores e líderes cristãos locais relataram perdas estruturais, ferimentos e desamparo, mas também experiências de cuidado mútuo e oração.

O pastor Caleb (nome fictício por razões de segurança) relatou à organização Missão Portas Abertas que o prédio onde realiza cultos sofreu danos severos: “O impacto foi tão devastador que as paredes racharam. O teto da sala de oração desabou, e os móveis ficaram quebrados. A perna de um jovem foi gravemente ferida enquanto tentava escapar”, afirmou.

Daw Sun (nome alterado), viúva de um pastor, relatou a fuga com os filhos em meio ao pânico: “Senti os tremores e corri para fora junto a meus filhos em pânico. Vimos nossa casa desmoronar. Apenas assistimos, impotentes. Temos medo de entrar em casa agora”.

Durante a noite, milhares dormiram ao relento, em ruas ou abrigos improvisados, sem luz, sem água e sob risco de novos tremores. Em meio à tragédia, cristãos relataram conforto por meio de orações e mensagens vindas de igrejas ao redor do mundo. “Sentimos conforto e que não estamos sozinhos”, afirmaram, conforme a Portas Abertas.

Esperança em meio ao sofrimento

O cenário de destruição trouxe à memória passagens bíblicas que tratam da fragilidade humana diante da criação e da necessidade de buscar refúgio no Senhor. Conforme o Salmo 46:1, “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”.

Mesmo em meio ao caos, relatos de solidariedade, oração e cuidado entre os cristãos têm sido marcantes. Líderes locais pedem que a igreja global continue intercedendo por Mianmar, tanto pelas vítimas quanto pela reconstrução das comunidades atingidas.