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A guerra russa e a profecia de Gogue e Magogue

Gogue e Magogue de Ezequiel 38 e 39 não é o fim, mas sim a preparação para o cenário mundial.

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Militares russos
Militares russos (Foto: Russian Defense Ministry/AP)

A referência a Gogue e Magogue nos capítulos 38 e 39 do profeta Ezequiel não fala de um ataque coordenado a Israel no período do próprio profeta, que estava com o povo judeu após a derrota de Judá e da destruição do templo e da cidade de Jerusalém (586 A.C.), mas sim de um momento pós-galut (dispersão). Portanto, diz respeito a um momento após o cativeiro babilônico, após a destruição do templo pelo império romano (70 D.C.) e as dominações gentílicas na terra de Israel, ou seja, no futuro, quando os judeus estiverem em Eretz Israel (Terra de Israel), com soberania nacional, prosperidade, importância e relevância no cenário mundial.

Gogue e Magogue de Ezequiel 38 e 39 não é o fim, mas sim a preparação para o cenário mundial da “angústia de Jacó”, conforme lemos em Jeremias 30:7 “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela”. Já no novo Testamento, a preparação para o período de tribulação é o princípio de dores (Mt.24:8), que envolve guerras, rumores de guerra, fome, pestes e terremotos (Mt.24:1-7) e em que a profecia bíblica se impõe ao intérprete.

A Cronologia da Guerra: A queda do muro de Berlim

A queda do muro de Berlim ocorreu em 9 de novembro de 1989 e foi um acontecimento decisivo e simbólico na história mundial recente, marcando a queda da chamada “Cortina de Ferro” e o início da derrocada do comunismo na Europa Central e Oriental. De forma subsequente, o fim da “Guerra Fria” foi declarado na Cúpula de Malta três semanas depois e a reunificação da Alemanha ocorreu em 3 de outubro de 1990.

Com a queda do muro de Berlim e o fim do comunismo na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a geopolítica foi alterada – as nações subjugadas pela Rússia comunista passaram a lutar por sua liberdade e soberania nacional. Entre elas encontramos a Ucrânia, que se tornou independente do opróbrio russo. Contudo, esta tem uma relação intrínseca com a história do império russo, sendo, inclusive, sua atual capital, Kiev, a capital russa no período czarista, até a fundação de São Petersburgo.

Além dessa relação histórica, a Ucrânia, geograficamente falando, é a porta de entrada da Rússia para as nações europeias, fazendo fronteiras com a Moldávia, a Romênia, a Hungria, a Eslováquia, a Polônia, a Bielo-Rússia e a própria Rússia. O país possui uma topografia plana, com poucas montanhas como defesa natural, e o mar Negro e o mar de Azov ao sul. Ademais, a Ucrânia é o segundo maior país europeu em extensão, ficando atrás da Rússia, e possui uma população de 45 milhões de habitantes. Como todas as nações, o país tem suas riquezas naturais que seriam exploradas por uma nação invasora.

Uma Ucrânia atômica

Com o fim da cortina de ferro, as nações precisavam lidar com as ogivas nucleares russas que haviam sido espalhadas pelos países que faziam parte do bloco comunista, sendo a Ucrânia um destes.

Tendo isso em vista, a proposta para um acordo de liberdade da Ucrânia em relação a Rússia envolveu a entrega e destruição de seu arsenal nuclear e a não filiação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) militarmente. A possível entrada do país na OTAN constituía uma ameaça aos interesses russos, pois permitiria o estabelecimento de armamento internacional em seu território fronteiriço – ameaçando de forma direta, segundo a argumentação de Moscou, a sua soberania nacional.

Julia Braun, da BBC News Brasil em São Paulo lembra que: “Para o governo russo, a inclusão de seus vizinhos na aliança [OTAN] é uma tentativa dos americanos e das potências europeias de cercar seu território, o que configuraria uma ameaça à Rússia. ‘Para os EUA e seus aliados, é a chamada política de detenção da Rússia, com óbvios dividendos políticos. E para nosso país, é uma questão de vida ou morte, é uma questão do nosso futuro histórico como povo. Não é exagero. É uma ameaça real não só aos nossos interesses, mas à própria existência do nosso Estado e sua soberania’, disse Putin ao anunciar a invasão da Ucrânia em 24/02.” (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60580704)

OTAN

A OTAN é uma aliança militar intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte, que foi assinado em 4 de abril de 1949. A organização constitui um sistema de defesa coletiva através do qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa à organização. A sede da OTAN localiza-se em Bruxelas, na Bélgica, um dos 30 países membros de toda a América do Norte e Europa, sendo que o mais recente (a Macedónia do Norte) concluiu o processo de adesão em 29 de março de 2020. Um adicional de 21 países participa da parceria para a Paz da OTAN, com 15 outros países envolvidos em programas de diálogo institucionalizado. O gasto militar combinado de todos os membros da organização constitui mais de 70% do total de gastos militares de todo o mundo. Os gastos de defesa dos países membros, inclusive, devem ser superiores a 2% do PIB.

A Independência da Ucrânia

O referendo sobre o Ato de Declaração da Independência foi realizado na Ucrânia no dia 1 de dezembro de 1991. Uma maioria de 92,3% dos eleitores aprovou a Declaração de Independência elaborada por Verkhovna Rada em 24 de agosto de 1991.

Em 1994, aquela nação concordou em abandonar seu arsenal nuclear e assinou o Memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança sob a condição de que a Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos emitissem uma garantia contra ameaças ou uso de força contra a integridade territorial ou independência política da Ucrânia.

Em 2008, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pressionou pelo início do processo de adesão da Ucrânia e da Geórgia à OTAN. O presidente russo, Vladimir Putin, se manifestou contra a adesão.

Em março de 2014, após os protestos do Euromaidan (primavera ucraniana – manifestações civis pedindo uma maior integração da Ucrânia com a Europa) e a subsequente remoção do presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovych, em 22 de fevereiro de 2014. A Rússia, então, anexou a Crimeia após um referendo local amplamente criticado que foi organizado pela Rússia após a captura do Parlamento da Crimeia, resultando na adesão da República Autônoma da Crimeia à Federação Russa.

Em 2019, Volodymyr Olexandrovytch Zelensky, de origem judaica, foi eleito pela maioria esmagadora para a presidência da Ucrânia. Antes de atuar como presidente, Zelensky havia se formado em direito e tinha sido um ator e comediante com relativo sucesso em seu país.

Em 14 de setembro de 2020, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky aprovou a nova Estratégia de Segurança Nacional da Ucrânia, “que prevê o desenvolvimento de uma parceria distinta com a OTAN com o objetivo de ser membro da OTAN”.

No dia 24 de fevereiro de 2022, tropas russas invadiram a Ucrânia após reconhecer a independência dos territórios ucranianos conhecidos como Lugansk e Donetsk.

 Profecia de Gogue e Magogue

A Profecia sobre Gogue e Magogue é a seguinte: “VEIO a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele” (Ez.38:1-2).

Já na introdução da profecia somos desafiados a responder quem são Gogue e onde fica a terra de Magogue, Meseque e Tubal. Na enciclopédia de Champlin sobre “Gogue” encontramos: “não se conhece o significado dessa palavra, no hebraico. Todavia, alguns estudiosos arriscam o sentido de “monte elevado” (CHAMPLIN, 2021, Vl.2, p. 924). Magogue, como o texto mesmo explica, significa “terra de Gogue” (Ez. 38:2).

Em Gênesis 10:2, encontramos os nomes dos descendentes de Jafé, o terceiro filho de Noé: “Os filhos de Jafé são: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras”, estes povos é o que nós chamamos hoje em dia de indo-europeus (Gn.10:1-5). Os seguintes povos descendem de Jafé: gregos, romanos, alemães, celtas, escandinavos, holandeses, russos, citas, turcos, medes, ingleses, franceses, armênios, húngaros, e outros povos da Europa. Intérpretes supõem que Magogue se refira aos antigos citas ou tártaros, cujos descendentes ocuparam parte da Rússia. Bauman faz uma identificação mais pormenorizada. Ele escreve: “Magogue foi o segundo filho de Jafé (Gn.10:1-2), um dos três filhos de Noé. Antes do alvorecer da história secular, esses descendentes parecem ter habitado exclusivamente a região do Cáucaso e do norte da Armênia […] É interessante observar que a própria palavra ‘Cáucaso’ significa ‘forte de Gogue’ […]. Josefo […] disse: ‘Magogue fundou aqueles que por causa dele viriam a ser chamados magoguitas, mas pelos gregos eram chamados citas’ […] A própria tradição cita reza que seus ancestrais se originavam de Araxes, na Armênia. Isso concorda com o registro divino que coloca os descendentes imediatos de Noé na Armênia. Ao longo da história, os citas (magoguitas) devem ter migrado para o norte em tempos primevos. Historiadores concordam em que os magoguitas estavam divididos em duas raças distintas, uma jafética, ou européia, e outra turaniana, ou asiática. A raça jafética compreendia aqueles que os gregos e romanos chamavam sármatas, mas que, em tempos modernos, são chamados russos ou eslavos. Os sármatas eram uma mistura de medos e citas que se uniram e emigraram em pequenos bandos para a região do mar Negro estendendo-se do Báltico aos montes Urais. […] Gesenius, cujo léxico hebraico jamais foi superado, diz que ‘Gogue’ é ‘sem dúvida russos’” (apud PENTECOST, 1999, p. 344-45). Gogue, portanto, seria o líder russo da confederação do norte que marcharia contra a terra de Israel (Ez.38:2-3; 39:1,4,11).

O debate do termo “Rôs”

O vocábulo hebraico rō’sh pode significar: “cabeça, pico, cume ou chefe”. Este aparece em Ezequiel 38:2 como “chefe de Meseque”, mas também aparece transliterado como nome próprio em Gênesis 46:21, como “Rôs” – um dos descendentes de Banjamin. O Texto Massorético também pode ser traduzido para “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal” (MOODY, 1994, p.139). Pentecost coloca nos seguintes termos: “O príncipe de Rôs é chamado Gogue em Ezequiel 38:3. Deve-se entender que Gogue é o nome dado ao líder dessa confederação e sua terra é chamada Magogue, sendo composta por três partes: Rôs, Meseque e Tubal” (PENTECOST, 1999, p.344).

Em complementação, e mencionando lexicógrafos e Gesenius Bauman coloca da seguinte maneira: “Se lexicógrafos da atualidade forem consultados quanto a nação que representa “Rôs”, quase todos eles, junto com a maioria dos expositores, respondem Rússia.” Gesenius declarou que: “Rôs” era uma designação para as tribos que naquela época ocupavam a região ao norte das montanhas Taurus, habitantes da vizinhança do Volga, e ele acreditava que nesse nome e nessa tribo temos o primeiro vestígio história de “Russ”, ou nação russa (apud PENTECOST, 1999, p.345).

De acordo com Champlin: “É interessante observar que, no grego moderno, Rôs é Rússia, a mesma forma em que a palavra aparece na tradução da LXX. Coincidência ou não? Fora da Bíblia, os russos são mencionados pela primeira vez no século X D.C., por escritores bizantinos, o nome aparece como Rosh. Ibn Fosslan chama o mesmo povo de Rus, como um povo que habitava às margens do rio Volga. As opiniões a respeito estão divididas. Há eruditos que aceitam a identificação de Rôs com a Rússia moderna, e há outros que acham a identificação prematura, embora não tenham oferecido alternativa” (CHAMPLIN, 2021, Vl.5, p.736).

Meseque e Tubal

Quanto a “Meseque e Tubal” (Ez.38:2), “em hebraico, Meseque significa “alto”, “prolongado”, embora alguns também pensem em “possessão”. Meseque foi um dos filhos de Jafé (Gn.10:2). No trecho de Ezequiel 27:13, encontramos o termo mencionado como um povo que exportava cobre e escravos (ver também Ezequiel 32:26; 38:2-3; e 39:1), que se referem a eles como um povo aguerrido, que ameaçava invadir vindo das bandas do norte). Os eruditos têm chegado à conclusão de que Meseque refere-se a um povo, talvez de origem indo-europeia, que penetrou no Oriente Médio, proveniente das estepes do sul da Rússia, tendo imposto o seu predomínio sobre a população indígena da área da Anatólia (moderna Turquia Asiática). Meseque e Tubal corresponderiam, grosso modo, a Moscou e Tobolsk. Além disso, Tobolsk fica às margens de um rio chamado Tobol” (CHAMPLIN, 2021, Vl.4, p.238). No mesmo sentido, Gesenius identificou “Meseque” como Moscou, a capital da Rússia moderna na Europa, bem como “Tubal” como Tobolsk, primeira província asiática da Rússia (apud PENTECOST, 1999, p.345).

Identificados os nomes e os lugares, agora vamos dar continuidade à profecia.

Deus conduz os inimigos de Israel: “E dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue (…) E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército (Ez.38:3-4). A figura é a de se fazer uma besta fera voltar-se de suas inclinações sem significado para cumprir os propósitos divinos. A confederação liderada pelo Norte teria aliados como: persas (Irã), etíopes, os de Pute (Líbia), Gômer (atual Armênia, região da Capadócia) e a casa de Togarma (conf. 27:14), da banda do norte, a oeste da atual Turquia (Ez.38:5-9). A confederação liderada pelo Norte virá “como uma nuvem” contra uma terra segura e pacífica e atacará sobre os montes de Israel. O objetivo desta é saquear “o despojo, e para arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas (…) o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra (…) para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens”. A expressão: “e habita no meio da terra”, literalmente significa “no umbigo do mundo”, uma referência à importância dada pelo Senhor à Terra de Israel no cenário mundial (Ez.38:10-13).

A invasão de Gogue e a manifestação do Senhor: “Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos”, um ataque contra a terra do Senhor é um ataque contra o próprio Deus e ele manifestará a sua presença entre os inimigos de Israel e seu nome será conhecido (Ez.38:14-16). Vale destacar que a expressão “depois de muitos dias serás visitado” e “no fim dos anos” são usadas como referências ao futuro escatológico do povo judeu (Ez.38:7-9).

A destruição de Gogue será manifestada por meio da indignação do Senhor.  A destruição de Gogue se efetuará por meio: do “fogo do furor do Senhor” e de um terremoto que aterrorizará toda a natureza – “de tal modo que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra” –; de um pânico sobrenatural entre os seus soldados; de pestilência e derramamento de sangue e visitações da natureza – “da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (Ez.38:17-22).

A vitória do Senhor sobre o perigo que vem do Norte tem como propósito manifestar o seu nome e sua soberania: “assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor” (Ez.38:23).

Há ainda a retomada da Profecia contra Gogue em Ezequiel 39:1-29, a qual não se refere a uma segunda invasão, mas trata de uma narrativa paralela. Ezequiel costuma repetir seus ensinamentos (conf. capítulos 1 e 10; 2:3-7 e 8:4-11; 3:17-21 e 33:1-19; 16 e 23).

O que se destaca nesse capítulo é que as tropas dos exércitos inimigos cairão nos montes e nos campos de Israel (Ez.39:4-5); as armas dos inimigos servirão de combustível para Israel durante sete anos (Ez.39:9); os cadáveres de Gogue serão sepultados no Vale dos Viajantes (ha’ôbe’rîm), ao oriente do mar – local que tem sido identificado como Wady Fejjas, milha e meia ao extremo sul do Lago de Quinerete (Mar da Galileia), ou Vale de Abarim (há’abarîm) em Moabe, a leste do Mar Morto (Dt.32:48), chamado o Vale das Forças de Gogue (MOODY, 1994, p.141). Israel se ocupará sete meses no sepultamento, o número sete (vs.9,14) significa a totalidade da limpeza da terra dos seus inimigos (Ez.39:12).

Princípio de dores

Mateus capítulo 24 aponta para esse período iniciando com profecias gerais sobre os acontecimentos que antecederão esse tempo, bem como prepararão esse momento escatológico da história. Ainda em Mateus 24:6-7 temos o que seria esse início das dores da humanidade se intensificando mais e mais “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. 7. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.”

Haverá fomes, pestes e terremotos, em vários lugares

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já mapeou a fome no mundo e afirma que de cada 3 pessoas no mundo, uma é bem alimentada, uma é mal alimentada (tem uma refeição por dia) e outra passa fome (não come todos os dias). A ONU, por sua vez, está dizendo que teremos mais mortos de fome pós-Covid-19 do que pela própria doença.

A peste [epidemia], apesar de estar na tríade profética juntamente com as guerras e os terremotos, é um inimigo invisível, mas não menos letal. Como declarou o biólogo molecular e Prêmio Nobel Joshua Lederberg (1925-2008): “A maior ameaça ao domínio do homem neste planeta é o vírus”. Mais de 2/3 da humanidade será eliminada da terra por meio dos flagelos, como registrado no livro do Apocalipse.

Os sismólogos citam a seguinte estatística sobre o número de terremotos: século I – 15 terremotos; século VII – 17 terremotos; século XIII – 115 terremotos; século XVIII – 640 terremotos; século XIX – 2.119 terremotos; século XX – 5.750 terremotos. Isto é, só no século XX houve 1.568 terremotos a mais do que os ocorridos do século 1 ao 19. De 1800 a 1900, cerca de 400 mil vidas foram perdidas em terremotos e tsunamis. De 1901 a 2000 quase três milhões de pessoas morreram nestas tragédias. E no século 21, quantas vidas serão perdidas por estas catástrofes?

Guerras: Rússia e Ucrânia

Depois do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, negar publicamente que atacaria a Ucrânia (27/01) em resposta a acusação da inteligência americana, quase um mês depois no dia 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, lançou uma invasão militar em larga escala contra o país. Vários analistas chamaram a invasão de a maior invasão militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (Yuras Karmanau, Jim Heintz, Vladimir Isachenkov and Dasha Livitinova Associated Press).

Conforme aponta Yuval Harari em seu livro Sapiens – Uma breve história da humanidade, nunca houve paz de verdade no mundo. Para o autor: “paz de verdade não é mera ausência de guerra; paz de verdade é quando uma guerra é implausível”. Ele continua: “Hoje, a humanidade subverteu a lei da selva. Finalmente há paz de verdade, e não só ausência de guerra” (Harari, 2017, p.382). Nunca antes a paz foi tão predominante a ponto de as pessoas não conseguirem sequer imaginar a guerra (Harari, 2017, p.383).

Rumores de Guerras: Venezuela, Colômbia e Brasil

No dia 14 de fevereiro o presidente venezuelano fez declarações contundentes contra os governos da Colômbia e do Brasil, seus principais opositores na América do Sul. Acusou o presidente Jair Bolsonaro de estar “arrastando as forças militares do Brasil para um conflito armado” com a Venezuela, argumentando que seus exercícios militares são necessários para responder a uma suposta invasão que está prevista ou que é intenção do governo brasileiro; ademais, insinuou que o presidente Bolsonaro tem terroristas infiltrados na fronteira da Venezuela com o Brasil.

A Guerra e a Igreja

Enquanto estivermos aqui, como Igreja do Messias, devemos orar pela paz conforme Jeremias 29:7: “E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz”.

Gogue e Magogue no Apocalipse

Em Apocalipse 20:8 lemos: “E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha”. Esta passagem retoma a referência a Gogue e Magogue, já em um contexto diferente, pois fala sobre a última rebelião no final do milênio – reino do Messias na terra –, liderada por Satanás, que será solto depois de mil anos e enganará as nações (Ap.20:7-8) que marchará contra Jerusalém, sede do governo mundial do Senhor Jesus.

Pastor Batista, Diretor dos Amigos de Sião, Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP).

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