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Ex-ateísta conclui que ‘só o cristianismo pode salvar o Ocidente’ e se converte

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Ex-ateísta conclui que ‘só o cristianismo pode salvar o Ocidente’ e se converte

Ayaan Hirsi Ali, intelectual nascida na Somália, tornou-se uma das vozes mais proeminentes do debate contemporâneo sobre liberdade religiosa, secularismo e direitos das mulheres. Após buscar refúgio na Holanda em 1992, formou-se na Universidade de Leiden e ingressou no Partido Social-Democrata Holandês (PvdA), atuando inicialmente como muçulmana no núcleo de ideias da legenda.

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Os atentados de 11 de setembro de 2001 marcaram um ponto de inflexão em sua trajetória pessoal e ideológica. Segundo seu próprio relato, ao perceber que os ataques haviam sido perpetrados em nome da fé islâmica, passou a questionar profundamente os fundamentos da religião que seguia. “Concluí que aquela fé era equivocada e desumana”, escreveu em declarações anteriores. Pouco depois, adotou o ateísmo e passou a defender o que chamou de “jihad liberal”, uma resposta ideológica ao extremismo islâmico.

Posteriormente, foi eleita deputada pelo Partido Liberal Holandês (VVD). Em 2006, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou a atuar como pesquisadora no American Enterprise Institute. Atualmente, dirige a Fundação AHA, que promove a defesa da liberdade individual e dos direitos das mulheres frente a práticas consideradas opressivas. Ayaan é casada com o historiador britânico Niall Ferguson, com quem tem dois filhos.

Conversão ao Cristianismo

Em novembro de 2023, Ayaan Hirsi Ali anunciou publicamente sua conversão ao Cristianismo, após anos como crítica da religião e ativista secular. O anúncio foi feito por meio de um ensaio intitulado Por Que Agora Sou Cristã, no qual detalhou as razões de sua mudança de perspectiva.

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De acordo com Ayaan, “a civilização ocidental enfrenta ameaças interligadas: o avanço do autoritarismo e do expansionismo das grandes potências, representado pelo Partido Comunista Chinês e pela Rússia de Vladimir Putin; a ascensão do islamismo global, capaz de mobilizar vastas populações contra o Ocidente; e a propagação acelerada da ideologia woke, que estaria minando a fibra moral das novas gerações”.

Ela argumentou que as ferramentas seculares não são suficientes para proteger o Ocidente diante desses desafios. “A defesa eficaz só é possível quando há uma compreensão clara dos valores e princípios que nos unem”, escreveu.

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Segundo sua análise, esse fundamento comum não poderia ser construído a partir de “dogmas irracionais, quase religiosos”, mas sim da herança da tradição judaico-cristã. Ayaan afirmou: “Esse legado consiste em um conjunto elaborado de ideias e instituições destinadas a proteger a vida humana, a liberdade e a dignidade – desde o Estado-nação e o Estado de direito até as instituições de ciência, saúde e aprendizado. Como Tom Holland demonstrou em seu excelente livro Dominion, diversas liberdades aparentemente seculares – do mercado, de consciência e da imprensa – têm suas raízes no Cristianismo”.

No entanto, ela enfatizou que sua conversão não se deu apenas por razões pragmáticas. “Também me voltei para o Cristianismo porque, no fim das contas, achei a vida sem qualquer consolo espiritual insuportável – na verdade, quase autodestrutiva. O ateísmo falhou em responder a uma pergunta simples: qual é o significado e o propósito da vida?”, declarou.

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Ao final do ensaio, Ayaan declarou: “Reconheci, em minha longa jornada por um deserto de medo e dúvida, que há uma maneira melhor de lidar com os desafios da existência do que aquela oferecida pelo islamismo ou pela descrença”.

Conservadorismo e crítica ao islamismo

Em entrevista concedida ao semanário holandês EW (anteriormente Elsevier), Ayaan reafirmou sua crítica ao islamismo político, afirmando que “o vazio da esquerda foi preenchido pelo islamismo”. Ela se posicionou como defensora do conservadorismo cristão, diferenciando-se tanto do neoconservadorismo da era Bush quanto do que chamou de “conservadorismo transacional” associado ao ex-presidente Donald Trump.

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Segundo ela, “o Cristianismo é a resposta” para enfrentar os desafios atuais do Ocidente. Sua nova visão também influenciou sua postura em relação ao feminismo. “A verdadeira segurança para as mulheres vem do conservadorismo cristão. O que os progressistas conseguiram? Em vez de fortalecer as mulheres, estão apagando sua identidade. Agora, até questionam o próprio conceito de ‘mulher’, reduzindo-nos a meras ‘pessoas com útero’. Esse é um embate no qual o conservadorismo cristão jamais recuará”, afirmou.

Ao tratar da relação entre fé e cultura, Hirsi Ali defendeu que separar o Cristianismo da vida pública gerou um vácuo moral que outras ideologias tentam ocupar. “Buscamos separar a fé cristã da filosofia política na tentativa de construir um mundo pós-cristão. No entanto, essa experiência falhou. O vazio persiste”, escreveu.

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Perspectiva sobre segurança institucional

Ayaan expressou preocupação com a capacidade das Constituições ocidentais de enfrentarem o islamismo radical, que classificou como um “movimento político dentro do mundo muçulmano”. Segundo ela, os textos constitucionais foram redigidos em um contexto distinto, voltado a disputas internas entre denominações cristãs. “As constituições foram escritas em uma época completamente diferente, com desafios e conflitos distintos. Naquele período, o debate girava em torno da liberdade religiosa de protestantes e católicos.”

Ela defendeu a reformulação de tais documentos para contemplar uma estratégia nacional robusta de integração. “Você quer integrar os imigrantes à sua sociedade, à sua história, ao destino de sua nação. Não ao país de onde vieram, mas a este país.”

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Jornada pessoal em livro

Ayaan Hirsi Ali está atualmente escrevendo um livro em que abordará os aspectos íntimos e espirituais de sua conversão ao Cristianismo. A obra, segundo ela, será um testemunho pessoal, não um manifesto político. Até sua publicação, informou que não concederá novas entrevistas sobre o tema, conforme relato do Christian Network Europe.

Embora ainda afirme ter muito a aprender sobre sua nova fé, declarou que está em processo contínuo de descoberta: “A cada domingo, descubro um pouco mais na igreja”, concluiu.

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