Igreja Presbiteriana dos EUA colhe perda de membros após semear progressismo

A Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA), a maior denominação presbiteriana do país, poderá registrar menos de 1 milhão de membros ativos até o fim de 2025, segundo dados divulgados pela Agência Unificada Interina da própria denominação.

O relatório anual, publicado neste mês, revela que a PCUSA perdeu cerca de 49 mil membros em 2024. O número total caiu de aproximadamente 1,094 milhão em 2023 para cerca de 1,045 milhão no ano passado. Quando comparado a 2021, a perda é ainda mais expressiva: cerca de 150 mil membros deixaram de estar ativos na comunidade presbiteriana nesse intervalo.

Além disso, o número de igrejas filiadas à PCUSA diminuiu. Em 2023, havia 8.572 congregações. No ano seguinte, esse número caiu para 8.432, totalizando uma redução de 140 igrejas. O número de anciãos também recuou de 56.900 em 2021 para 51.400 em 2024.

Apesar do encolhimento da base de membros, o relatório aponta aumento na arrecadação. As contribuições regulares recebidas pela denominação saltaram de aproximadamente US$ 1,802 bilhão em 2023 para cerca de US$ 2,26 bilhões em 2024.

Outros indicadores apresentaram crescimento. O número de batismos “apresentados por outros” subiu de 7.511 em 2021 para 7.826 no último ano. Já os batismos por confirmação passaram de 972 em 2021 para 1.351 em 2024. Também houve ligeiro aumento na quantidade de membros que se identificam como “não binários/genderqueer”, que passou de 1.547 em 2023 para 1.728 no ano passado.

O Rev. Dr. Tim Cargal, responsável pela supervisão do relatório, afirmou ao Presbyterian News Service (PNS) que, mantido o atual ritmo, a PCUSA deverá cair abaixo de 1 milhão de membros ainda em 2025. “Como todos os números ‘marcos’, este certamente atrairá muita atenção, e merecidamente”, declarou Cargal. “No entanto, as perdas líquidas não contam toda a história.”

Segundo ele, a redução do número de fiéis não é exclusiva da denominação. “As tendências mais amplas da sociedade americana são de declínio da participação religiosa entre denominações e tradições religiosas, mas mesmo nesse contexto a PCUSA continua a trazer pessoas para a comunidade cristã.”

A queda expressiva na membresia ocorre em um contexto de décadas de declínio. Em 2000, a PCUSA contabilizava mais de 2,5 milhões de membros. Em 2011, já havia caído abaixo dos 2 milhões, segundo dados publicados em 2012. Na ocasião, o então secretário da denominação, Gradye Parsons, afirmou que os desafios estavam concentrados em dois pontos: evangelização e conexão com um público mais amplo. “A primeira e principal necessidade é continuar a aumentar nossos esforços para viver a Grande Comissão e compartilhar as boas novas de Jesus Cristo”, disse. “A segunda é nos conectar com o número crescente de ‘Espirituais, mas não Religiosos’.”

Um fator frequentemente citado como contribuinte para o declínio é a direção teológica progressista adotada pela PCUSA nos últimos anos. Em 2010, a Assembleia Geral aprovou uma medida permitindo que presbitérios regionais ordenassem homossexuais não celibatários ao ministério pastoral. A decisão levou aproximadamente 300 igrejas a deixarem a denominação e formarem um novo grupo, a Covenant Order of Evangelical Presbyterians (ECO), de orientação teológica conservadora.

Em novembro de 2024, a PCUSA anunciou a eliminação de cargos e a reestruturação de suas agências ministeriais, como parte de um plano de adaptação diante do declínio institucional.

“Tão-somente conservem o que vocês têm, até que eu venha” —Apocalipse 2:25