Marcelo Tas, apresentador do programa, perguntou sobre o afastamento da OPBB, e Kivitz respondeu, com um tom diferente do adotado em 2021, quando criticou a autoridade da organização. “O grupo que hoje governa a denominação Batista no Brasil e a OPBB tem uma lógica religiosa legítima que eu julgo conservadora, fundamentalista. Eu não me enxergo nessa lógica. Então eles fizeram o que era certo aos olhos deles e eu respeitei”, declarou.
Kivitz enfatizou sua perspectiva sobre a interpretação bíblica. “O grande problema é que não existe só um jeito de ser batista. Não existe só uma lógica interpretativa da Bíblia Sagrada”, disse. Ele descreveu o Evangelho como estando “em constante choque com a religião anacrônica”, algo que, segundo ele, é o alvo de suas críticas e o motivo de sua exclusão.
Ao ser questionado sobre a divisão de opiniões no meio evangélico, Kivitz comparou a situação ao cenário polarizado do Brasil, dizendo: “Assim como o Brasil hoje está cindido, não tem mais uma zona cinzenta. Ou você é amigo ou é inimigo; ou é de Deus ou é do diabo; é da luz ou é das trevas; também o mundo religioso evangélico está dividido assim”.
Sobre a homossexualidade, tema que gerou polêmica em sua expulsão, Kivitz afirmou que não considera a prática homossexual reprovada por Deus. Questionado sobre a base bíblica para doutrinas sobre a sexualidade, ele citou dois textos do Novo Testamento: “O que torna pecaminoso além do Velho Testamento é a interpretação das falas exatamente do apóstolo Paulo. Romanos, capítulo 1, e primeira carta aos Coríntios, capítulo 6, quando ele diz que os homossexuais não herdarão o Reino de Deus”, afirmou, sem citar 1 Tessalonicenses 4 e Judas 1:7.
Kivitz ressaltou sua compreensão sobre a salvação em Cristo: “O homossexual pode ir para o céu? Dentro da melhor compreensão da lógica cristã e da teologia cristã, o que salva não é a sua identidade de gênero, sua orientação de gênero, não é nem mesmo seu sexo. Quem salva é Jesus Cristo”, explicou. Ele acrescentou que o critério para a salvação é exclusivamente Cristo e que ninguém pode reivindicar mérito próprio.
Quando questionado sobre o inferno, Kivitz respondeu: “Não, não se preocupe. Como eu já fui expulso mesmo – se eu não tivesse sido expulso eu tinha que dizer que sim.” Ele compartilhou uma história sobre seu tio, que o fez questionar as abordagens de conversão. Segundo Kivitz, seu tio acreditava que “Deus dá ao homem que o procura um jeito de encontrá-lo”.
Kivitz finalizou sua participação no programa contestando a exclusividade de Cristo como o único caminho para Deus: “A gente acha que as pessoas só se encontraram com Deus quando chamam Deus do mesmo nome que a gente chama. E às vezes não é assim […] Deus não é muçulmano, Deus não é cristão, não é judeu. Deus é Deus. Não posso admitir que na metade do mundo que não é cristã ou nunca ouviu falar de Jesus não exista uma experiência de Deus.”