estudos bíblicos
O que significa blasfêmia contra o Espírito Santo?
Crentes correm o risco de cometer o pecado de blasfêmia?

A palavra blasfêmia é uma transliteração do grego blasphemia, e que significa “calúnia”, “difamação”, “discurso injurioso contra o bom nome de alguém”.
É um dos pecados que o homem pode cometer contra o Espírito Santo (Mt 12.31), como estes outros: entristecer (Ef 4.30), extinguir (1Ts 5.19), resistir (At 7.51) e tentar (At 5.9).
Blasfêmia contra o Espírito Santo
Este é um assunto controverso e de não raras opiniões divergentes, admito. Apenas quero deixar claro que se blasfemar contra o Espírito Santo – um pecado que não tem perdão! – fosse fazer xingamento à pessoa do Espírito Santo, à Jesus, à Bíblia ou à Igreja, então com toda certeza a maioria absoluta dos pecadores já estaria irremediavelmente condenada!
Quem, na ignorância de outrora, nunca fez uma piada ou falou algo irreverente e desrespeitoso em relação a Deus?
Blasfemar contra o Espírito Santo é algo sério, muito sério, e que envolve uma reiterada rejeição à ação do Espírito na própria consciência do homem.
Estou convencido de que blasfemar contra o Espírito Santo é ir contra a própria consciência, e atribuir à satanás uma obra que sabidamente é realizada por Deus.
É quando a mente está convencida de que um determinado conjunto de fatos miraculosos não poderia vir senão de Deus, mas o coração tomado de orgulho, ira, inveja, discórdia e outros sentimentos perversos leva a pessoa a zombar, perseguir e denegrir tal obra, sugerindo até tratar-se de uma ação demoníaca.
Contexto bíblico
As lideranças judaicas estavam convencidas em suas mentes de que Jesus não era homem comum, nem um emissário do diabo também.
Conforme testemunho de um dos principais rabinos de Israel, Nicodemos: “sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (Jo 3.2). Perceba que Nicodemos não fala só por ele quando diz “sabemos…”.
Todavia, tomados pela inveja os líderes judeus moveram perseguições contra Jesus, a ponto de pedir a sua crucificação (Mt 27.18).
Os líderes judeus diziam sobre Cristo: “…Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios…” (Mt 12.24). Mas Jesus sabia realmente o que estava na mente deles (Mt 12.25), onde eles escondiam suas impressões pessoais inconfessáveis sobre a autenticidade do poder que operava em Jesus.
Por isso Jesus os adverte: “Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).
O perigo de saber a verdade, recusá-la e ainda amaldiçoá-la
Com certeza, aqueles estudiosos judeus, no silêncio da madrugada em suas casas, sob a luz de candeeiros, haviam lido e relido os rolos do profeta Isaías, e tinham se certificado de que através do Messias “se abrirão os olhos dos cegos e se destaparão os ouvidos dos surdos. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria” (Is 35.5).
E era justamente isso o que estava ali agora acontecendo diante dos olhos deles através de Jesus, que fora revestido pelo poder do Espírito de Deus! (Mt 11.5; Lc 4.18-21).
Aqueles líderes judeus (fariseus, escribas, intérpretes da Lei) se convenceram, mas não se converteram.
Ao contrário disso: moveram uma terrível militância contra Cristo, e, como não podiam argumentar com ele, desceram ao nível mais baixo do ataque pessoal a fim de lançá-lo ao total descrédito, acusando-o de estar possuído por demônios e pelo poder enganoso deles operando sinais maravilhosos.
Crentes correm o risco de cometer o pecado de blasfêmia?
A princípio, digo que tanto descrentes (que resistem ao Espírito) como crentes (que estão cedendo à apostasia) podem cair no pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo.
Em Mateus 12.31 Jesus falava para descrentes, mas em Hebreus 10.29 se tem em vista alguém que foi santificado pelo sangue de Cristo, e que pode vir a fazer “agravo contra o Espírito da graça”.
É de crentes que este texto de Hebreus está falando, pois ímpios não foram santificados pelo sangue da aliança de Cristo! Aliás, os constantes alertas contra a apostasia na Carta aos Hebreus são dirigidos sempre a quem se pressupõe ser cristão (Hb 3.1,12), e não aos ímpios.
Arrisco-me a dizer que não pecadores ignorantes, mas justamente religiosos instruídos é que estão mais propensos a cometerem este pecado imperdoável!
E a considerar o comportamento persistentemente rancoroso, debochado e maldizente de alguns teólogos que tratam com leviandade irretratável muitas manifestações legítimas do Espírito Santo no meio carismático e pentecostal, posso dizer que não poucos deles já tropeçaram nesta pedra, para sua própria perdição!
“Deus não se deixa escarnecer…” (Gl 6.7)

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