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ONU: relatório ataca cristãos ao endossar militância LGBT+

O relatório mais recente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em junho, gerou reações entre pastores e líderes evangélicos no Brasil. O documento sugere que determinadas crenças religiosas tradicionais podem, em alguns casos, representar violações aos direitos da população LGBTQIA+. A afirmação foi recebida com preocupação por setores evangélicos, que apontam riscos à liberdade religiosa e à autonomia das igrejas.
O historiador espanhol César Vidal classificou o relatório como evidência de uma “realidade anticristã” presente em instituições internacionais. Para ele, a abordagem adotada pela ONU compromete a liberdade de consciência ao confundir convicção doutrinária com discurso de ódio. A crítica também encontrou eco entre lideranças evangélicas brasileiras.
Reações pastorais
O pastor Joarês Mendes de Freitas, da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, em Vitória (ES), afirmou que o cristianismo não impõe seus princípios a ninguém. “Não vejo como as crenças cristãs poderiam violar direitos de quem quer que seja. Os cristãos defendem seus princípios de fé e conduta, mas não os impõem a ninguém”, declarou. Para ele, a fé cristã é fundamentada na adesão voluntária, não na coerção, o que a distingue de regimes teocráticos.
Na mesma linha, o pastor Bruno Polez, também da tradição batista, enfatizou que respeitar convicções bíblicas não é sinônimo de intolerância. “Dizer que desrespeitamos direitos é o mesmo que afirmar que somos contra a Palavra de Deus”, disse. Ele afirmou que há tentativas de impor às igrejas práticas incompatíveis com os princípios das Escrituras. Citando 1 João 4, Polez destacou que o amor cristão “é universal, mas não conivente com o pecado”.
Liberdade de consciência em xeque?
A tensão entre diversidade e liberdade religiosa também foi abordada pelo pastor adventista Geraldo Moysés. “Quando a diversidade exige uniformidade de pensamento e deslegitima convicções religiosas milenares, deixa de ser inclusiva e torna-se opressiva”, afirmou. Ele alerta que há uma inversão de valores em curso, na qual o direito de culto estaria sendo relativizado por pressões ideológicas.
Segundo Moysés, o Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos — que garante o direito de manifestar a fé em público e em privado, no culto e na prática — deve ser lembrado e protegido. “A liberdade religiosa não é apenas o direito de ir à igreja, mas de viver e ensinar a fé em todos os espaços”, explicou.
Um chamado ao equilíbrio
O pastor Fábio Andrade, da Igreja Batista Resgate, também em Vitória, reconhece que há tensões culturais, mas adverte contra a ideia de perseguição institucionalizada no Brasil. “Não vejo perseguição religiosa no Brasil. Temos tensões, mas a liberdade de cultuar a Deus ainda está assegurada pela Constituição”, afirmou. Ele convida os cristãos à autorreflexão: “A maneira como vivemos e pregamos nossa fé está produzindo dignidade para todos ou contribuindo para o sofrimento de alguns?”
Andrade cita Mateus 22:21 como base para a convivência responsável entre fé e sociedade: “Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Para ele, a liberdade de culto precisa estar acompanhada de responsabilidade social.
Fé, democracia e diálogo
Os líderes evangélicos ouvidos apontam que é possível conciliar fidelidade bíblica com convivência democrática. “O cristianismo propõe, não impõe”, afirmou Geraldo Moysés, citando Lucas 9:23, onde Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo”. Para ele, o respeito à pluralidade inclui também o respeito aos valores cristãos: “Se respeitamos o direito dos outros viverem seus valores, é justo que respeitem nosso direito de viver os valores do Reino de Deus”.
O pastor Bruno Polez destacou que o processo democrático depende do diálogo com todos os setores da sociedade. “A democracia é feita pelo voto e pelo debate. As leis devem ser construídas com participação de todos os segmentos da sociedade”, afirmou. Ele rejeita a ideia de uma teocracia, mas também defende reciprocidade no respeito aos princípios cristãos.
A missão da Igreja
Diante do avanço de propostas ideológicas em organismos internacionais, os pastores reiteram o papel da Igreja como espaço de acolhimento e verdade. “Ela deve ser um hospital para tratar pecadores que desejam ser curados”, declarou Joarês Mendes. Para Geraldo Moysés, a resposta da Igreja precisa ser amorosa, porém firme: “A Igreja é chamada a ser sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5:13-16), disse, à revista Comunhão.
O pastor Fábio Andrade encerra sua análise com um apelo pastoral: “Nossa maior força não está em gritar mais alto, mas em amar mais de perto”. Ele reforça sua fala com Gálatas 6:2: “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo”.

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