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Pornografia: O novo narcótico

Nada disso é surpresa para Deus.

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Drogas. (Foto: Matthew T Rader / Unsplash)

Uma pesquisa neurológica revelou que o efeito da pornografia sobre o cérebro humano é tão potente — talvez até mais — quanto o que substâncias químicas que viciam, como cocaína e heroína.

Para piorar as coisas, existem 1,9 milhão de usuários de cocaína, e 2 milhões de usuários de heroína, nos Estados Unidos. Compare esses números com os 40 milhões de usuários regulares de pornografia online.

Este é o porquê esse poder viciante da pornografia poder ser pior:

Cocaína é considerada um estimulante que aumenta os níveis de dopamina no cérebro.

Dopamina é o principal neurotransmissor que as substâncias mais viciantes liberam, enquanto “dá barato” e o subsequente desejo por uma repetição dessa sensação de euforia, ao invés de uma sensação posterior de satisfação por meio de endorfinas.

Heroína, por outro lado, é preparada com ópio, que possui efeito relaxante. Ambas resultam em tolerância química, requerendo quantidades cada vez mais altas da droga para atingir a mesma intensidade de efeito.

Pornografia é um tipo de “polidroga” que provoca ambos os tipos de substâncias químicas viciantes no cérebro de uma vez, aumentando sua tendência viciante. Ele era tanto o efeito de euforia (via dopamina) quanto o efeito relaxante (como o do ópio).

Na pesquisa que citei antes, “The New  Narcotic”, liderada por Morgan Bennett, há uma conclusão: “pornografia na internet faz mais do que apenas aumentar significativamente o nível de dopamina no cérebro, dando uma sensação de prazer. Ela literalmente altera a matéria física dentro do cérebro para que novos caminhos neurológicos necessitem de material pornográfico, a fim de provocar a desejada sensação de recompensa.”

Imagine que o cérebro é uma floresta onde trilhas são desgastadas por caminhantes que passam pelo mesmo caminho vez após vez, dia após dia. A exposição a imagens pornográficas cria caminhos nervosos parecidos que, com o tempo, se tornam cada vez mais “bem pavimentados”, conforme são repetidamente trafegados com cada nova exposição à pornografia. Esses caminhos neurológicos eventualmente se tornam a trilha na ‘floresta do cérebro’ pela qual cada interação sexual é enviada.

Portanto, o usuário de pornografia, seja homem ou mulher, “cria inconscientemente um circuito neurológico” que faz sua perspectiva das questões sexuais ser dominada pelas normas e expectativas da pornografia.

Esses caminhos viciantes não somente nos fazem filtrar todo estímulo sexual através de um  filtro pornográfico, eles despertam o desejo por “mais conteúdo pornográfico, que podem envolver tabus sexuais, pornografia infantil, ou pornografia sadomasoquista.”

Segundo o estudo de Bennet, isso piora: “Outro aspecto do vício em pornografia que supera as características viciantes e nocivas do abuso de substâncias químicas é sua permanência. Enquanto substâncias podem ser metabolizadas para fora do corpo, imagens pornográficas não podem ser metabolizadas para fora do cérebro, porque ficam armazenadas na memória.

“Em resumo”, escreve Bennett, “pesquisas no cérebro confirmam o fato que a pornografia é um sistema de distribuição de droga, que tem um efeito distinto e poderoso sobre o cérebro humano e o sistema nervoso”.

Nada disso é surpresa para Deus. Ele projetou a interação entre o cérebro e a alma. Descobertas nas dimensões físicas não anulam a realidade espiritual.

Quando Jesus disse, “Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mateus 5:28), viu de modo cristalino — como um inventor vê sua invenção — que o olho físico tinha profundos efeitos no “coração” espiritual.

Quando o sábio do Antigo Testamento disse em Provérbios 23:7, literalmente, “Como imagina em seu coração, assim ele é,” ele viu com uma clareza similar que os atos da alma criam realidades. Pensar na alma corresponde a “ser” e esse “ser” inclui o corpo.

Em outras palavras, funciona em ambos os sentidos. A realidade física afeta o coração. O coração afeta a realidade física (o cérebro). Portanto, essas notícias horríveis da pesquisa do que ocorre no cérebro com o poder escravizador da pornografia não é a palavra final. Deus tem a palavra final. O Espírito Santo tem o maior supremo. Não somos meras vítimas dos nossos olhos e dos nossos cérebros. Eu sei disso tanto pelas Escrituras quanto por experiência própria!

Artigo de John Piper traduzido por Gospel Prime, disponível em www.desiringgod.org/articles/pornography-the-new-narcotic

Doutor em Teologia pela Universidade de Munique e fundador do desiringGod.org e chanceler no Bethlehem College & Seminary.

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