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Sucessão pastoral: preparo bíblico e participação da igreja

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Sucessão pastoral: a importância do preparo bíblico e a participação da igreja

A sucessão pastoral é um dos temas mais sensíveis e estratégicos para a saúde de uma igreja a longo prazo. Com o envelhecimento de líderes ou o encerramento de ciclos ministeriais, congregações enfrentam o desafio de preparar e acolher novos pastores de forma que a missão prossiga sem rupturas traumáticas. O processo exige mais do que a escolha de um nome: demanda discernimento espiritual, planejamento e envolvimento da membresia.

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Em diferentes tradições — tanto históricas quanto pentecostais —, os contornos do processo variam, mas a necessidade de uma transição saudável é reconhecida em todas. A ausência de preparo pode resultar em divisões internas, evasão de membros, queda na confiança e até fechamento de congregações. Conforme 1 Pedro 5:2, a liderança é um chamado para “pastorear o rebanho de Deus, não por obrigação, mas de boa vontade, como Deus quer”.

O pastor Joarês Mendes de Freitas, emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, em Vitória (ES), afirma que o processo de sucessão deve ser conduzido com transparência e participação. “Historicamente, formava-se uma comissão que definia critérios, colhia indicações, filtrava os nomes e levava à assembleia. Hoje, é cada vez mais comum o antigo pastor indicar diretamente um sucessor, mas esse modelo ainda enfrenta resistências, inclusive éticas”, declarou Freitas.

Segundo ele, os critérios precisam refletir tanto o perfil bíblico do ministério pastoral quanto as necessidades específicas da congregação. Ele destaca ainda a importância da representatividade etária. “Se a maioria dos membros tem até 35 anos, talvez seja pertinente considerar um pastor mais jovem. Representatividade etária na comissão favorece o diálogo com todos os grupos”, afirmou.

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Transparência e oração

Para Freitas, é fundamental que a igreja esteja envolvida desde o início do processo. “Essa transparência torna a sucessão mais autêntica e fortalece o envolvimento da igreja em oração e discernimento. Pregações e palestras sobre o tema ajudam a preparar o coração dos membros para o novo momento”, disse.

Ele lembra que o discernimento espiritual nem sempre é imediato. “Já vi igrejas que, seis meses após a posse, perceberam ter cometido um erro. Em outros casos, o novo pastor foi reconhecido como enviado por Deus e serviu por décadas. Por isso, é fundamental conhecer profundamente o candidato antes do convite.”

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Chamado

O pastor Lucas Alves, secretário ministerial da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países da América do Sul, reforça que o chamado pastoral é o fundamento de toda liderança duradoura. “Sem o chamado, o ministério corre o risco de se tornar técnico, e a igreja pode perder sua identidade e propósito. Um bom gestor pode administrar, mas só um pastor, com coração espiritual, alimenta e cuida do rebanho com sensibilidade”, afirmou.

Alves defende que todo processo de sucessão deve ser conduzido sob a direção do Espírito Santo: “Mesmo com metas e planejamento, jamais podemos negligenciar a unção e os frutos espirituais. Se o Espírito Santo não for o líder da igreja, nos tornamos apenas uma organização sem direção”, declarou. Em sua avaliação, essa dimensão espiritual deve ser sempre colocada em primeiro lugar, conforme Tiago 1:5: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus”.

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Discipulado e continuidade

Ainda segundo Alves, é preciso investir em uma cultura de discipulado que forme líderes continuamente. “Discipulado não é modismo, é mandamento. Mudanças são necessárias, mas precisam de oração, base bíblica e avaliação contínua. É fundamental manter o foco no crescimento genuíno das pessoas”, afirmou.

O pastor lembrou que a sucessão não é apenas uma transição funcional, mas uma oportunidade de renovação. “Quando feita com sabedoria e envolvimento da igreja, a sucessão pode ser uma bênção. A igreja é viva, e precisa de líderes que cresçam com ela, de geração em geração”, concluiu, de acordo com a revista Comunhão.

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