história da igreja
Arqueologia comprova que primeiras igrejas surgiram nas casas em Israel

Entre os séculos IV e VII d.C., cristãos em Israel e no Oriente Médio construíram centenas de igrejas, muitas delas dentro de residências particulares, enquanto as comunidades judaicas optavam por investir em uma única sinagoga central.
A constatação faz parte de uma nova pesquisa conduzida por arqueólogos israelenses e publicada recentemente na revista científica Levant. O relatório foi divulgado pelo jornal The Times of Israel.
De acordo com o professor Jacob Ashkenazi, do Kinneret College, às margens do Mar da Galileia, a prática entre os cristãos revela uma transformação no modo como os cidadãos ricos canalizavam seus recursos: “Na época clássica, sob o domínio grego e romano, pessoas ricas financiavam construções públicas como casas de banho, teatros e festivais, em parte como dever cívico, em parte para obter prestígio”, explicou. “Com a expansão do cristianismo, esse modelo foi adaptado: os ricos passaram a patrocinar igrejas”.
Ashkenazi afirmou que somente na província romana da Palestina foram encontradas mais de 700 igrejas por meio de escavações arqueológicas, sem contar os registros históricos. “É realmente inacreditável”, declarou.
Igrejas em vilas e casas
O pesquisador, que estuda a presença cristã na Galileia, relatou que muitas dessas igrejas estavam localizadas em vilarejos com populações pequenas: “Em Hippos, que tinha cerca de 2.000 habitantes, havia oito igrejas, das quais seis ficavam em casas particulares”, afirmou. Em Khirbet al-Samra, atual território sírio de Bostra, foram identificadas pelo menos oito igrejas datadas do início do século VII. Em Umm al-Jimal, no norte da Jordânia, uma vila com cerca de 3.000 moradores, havia pelo menos 15 igrejas.
Ashkenazi e o professor Motti Aviam escavaram sete igrejas na região da Galileia Ocidental e estudaram mais de 70 locais. Um dos sítios analisados foi Khirbet Bata, dentro da moderna cidade de Carmiel.
Inicialmente, a multiplicidade de templos cristãos foi atribuída a conflitos internos da Igreja, como os que motivaram os concílios de Niceia, Constantinopla e Éfeso. Entretanto, segundo Ashkenazi, essa explicação não se sustenta diante da uniformidade dos elementos arquitetônicos e litúrgicos encontrados.
“Concluímos que disputas religiosas não justificam o número de igrejas. A explicação era mais simples: os fiéis desejavam expressar sua fé por meio da construção de igrejas, em um gesto que envolvia dar e receber”.
Igrejas domésticas
Muitas igrejas foram construídas em casas de famílias abastadas. Com acesso tanto pela área privada quanto por entradas voltadas para a rua, esses templos se tornavam espaços comunitários de adoração. Algumas famílias personalizavam o espaço com mosaicos, inscrições e até menções a santos específicos, como São Pedro, uma figura pouco mencionada nas igrejas públicas da época.
“Em Horvat Hesheq, entre Carmiel e Maalot, encontramos uma inscrição que mencionava o patrono, Demétrio — um diácono — e seus parentes: avós, pais, irmãs e filhas”, relatou Ashkenazi. Ele observou que essas igrejas domésticas, embora pequenas, eram ricamente decoradas e revelavam formas particulares de devoção.
Já os templos considerados principais em cada vila geralmente traziam inscrições na entrada ou perto do altar com a fórmula grega “No tempo de…”, seguida do nome do bispo local. “Essas igrejas centrais tendiam a ser maiores e mais formais”, explicou.
Sinagoga comunitária
Em contraste com a proliferação de igrejas cristãs, os judeus mantinham uma única sinagoga por aldeia. Esses edifícios tinham função comunitária, além de servirem ao culto. “As sinagogas eram espaços públicos ricamente decorados com mosaicos e inscrições dos doadores”, afirmou Ashkenazi. “Ali, as pessoas se reuniam para ler a Torá e aprender.”
A centralização da vida religiosa em uma única sinagoga refletia a função integradora da fé judaica nas comunidades. A unidade também remonta à tradição bíblica de adoração coletiva, como se vê em passagens como Neemias 8.1, em que “todo o povo se ajuntou como um só homem” para ouvir a leitura da Lei.
Continuidade da fé
A descoberta reforça a importância da fé como fator determinante nas escolhas arquitetônicas e sociais da Antiguidade Tardia. Em comunidades majoritariamente religiosas, a construção de locais de culto assumia papel simbólico e funcional: “Numa época em que todos eram crentes”, disse Ashkenazi, “os indivíduos ricos buscavam tanto dar quanto receber, construindo igrejas que servissem à comunidade.”
As novas evidências arqueológicas lançam luz sobre um período decisivo da história do cristianismo e revelam como os primeiros fiéis buscaram superar as dificuldades de seu contexto.

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