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Batistas divergem entre si e denominação pode sofrer racha

À medida que a Convenção Batista do Sul (SBC, na sigla em inglês) se prepara para sua Reunião Anual em Dallas, agendada para junho, crescem as tensões entre líderes batistas em torno da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa (ERLC), órgão responsável pelas ações da denominação no campo das políticas públicas. O foco da controvérsia está na continuidade do financiamento da comissão.
Na quinta-feira (23), dez ex-presidentes batistas divulgaram uma carta pública pedindo apoio contínuo à ERLC. O documento foi assinado por Bart Barber, Ed Litton, JD Greear, Steve Gaines, Fred Luter, Bryant Wright, James Merritt, Tom Elliff, Jim Henry e Jimmy Draper. Os líderes afirmam que, apesar de diferenças em relação à condução recente da comissão, a entidade segue sendo uma voz relevante na defesa da liberdade religiosa e de princípios bíblicos.
“Alguns de nós temos sido apoiadores entusiasmados da ERLC. Alguns de nós temos sido críticos ferrenhos. No entanto, continuamos não convencidos pela justificativa para a descontinuação da ERLC”, diz a carta.
O texto cita o histórico da comissão em temas como a oposição à decisão Roe v. Wade, à pornografia e à ideologia transgênero, além da promoção de valores relacionados à vida, casamento e família.
Em contrapartida, o pastor Jack Graham, líder da Igreja Batista Prestonwood, em Plano, Texas, desde 1989, defendeu publicamente o corte de verbas da entidade. Em publicação no X (antigo Twitter), ele afirmou: “Não apoio a ERLC e acredito que a organização tem sido a entidade mais divisiva da Convenção Batista do Sul desde os tempos de Russell Moore. Acredito que ela deveria ser desfinanciada”. Graham também sugeriu que sua posição motivou a ausência de convite para assinar a carta.
O atual presidente da SBC, Clint Pressley, que não assinou a carta, declarou à Baptist Press: “Eu amo e respeito cada um dos nossos ex-presidentes da Convenção Batista do Sul. Meu objetivo é nos conduzir por uma reunião justa para todos e que honre a Deus”.
O debate sobre a permanência da ERLC não é recente. Moções para descontinuar o financiamento ou extinguir a comissão foram apresentadas nas últimas três Assembleias Anuais. Em 2023, mais de 30% dos mensageiros se mostraram favoráveis à proposta, embora ela não tenha sido levada a votação formal. Uma nova moção é aguardada para este ano.
No episódio do podcast “Baptist21”, publicado em 30 de abril, Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul e ex-candidato à presidência da SBC, declarou: “Tenho sérias dúvidas sobre a utilidade da ERLC”, acrescentando que tais questionamentos vão além da liderança atual. No entanto, ele afirmou que “seria errado da minha parte liderar qualquer esforço desse tipo” para eliminar a entidade.
Richard D. Land, que presidiu a ERLC entre 1988 e 2013, defendeu a permanência da comissão em artigo publicado pelo The Christian Post. Segundo ele, o papel da entidade é auxiliar os batistas do sul a interpretar os desafios morais e políticos sob uma ótica bíblica. “A resposta para tais desentendimentos relacionados a uma de nossas entidades é maior discussão e diálogo, não eliminar a entidade completamente”, escreveu Land, que atualmente é presidente emérito da ERLC.
As críticas de Graham à comissão remontam a 2016, quando o então presidente da ERLC, Russell Moore, criticou publicamente o então candidato Donald Trump e alguns de seus apoiadores. Em entrevista ao Wall Street Journal naquele ano, Graham afirmou que Moore demonstrou “desrespeito aos batistas do sul e outros líderes evangélicos”.
Em 2017, a Igreja Batista de Prestonwood suspendeu temporariamente sua contribuição ao Programa Cooperativo, aguardando uma revisão das atividades da ERLC. Posteriormente, retomou as doações, mas sem designação específica para a comissão.
Mais recentemente, em 20 de maio de 2025, Graham foi nomeado para o conselho consultivo da Comissão de Liberdade Religiosa do presidente Donald Trump, adicionando contexto à sua renovada crítica pública à ERLC.
Na carta, os ex-presidentes batistas alertam que propostas de desfinanciamento são medidas extremas e que os batistas do sul não tomam decisões “por ultimato”. O documento sugere que mudanças ocorram por meio dos curadores e da reforma interna: “Há uma diferença entre refinamento e erradicação”, escreveram.
O presidente do conselho de curadores da ERLC, Scott Foshie, reagiu positivamente à carta: “Sou grato pela demonstração de apoio e reitero que estamos comprometidos em continuar desenvolvendo o bom trabalho que já está sendo feito pelo ERLC”.
A carta conclui com um apelo aos mensageiros que estarão reunidos em Dallas: “Orar, ouvir” e, caso surja uma nova moção pela dissolução da ERLC, “votar com confiança de que os batistas do sul ainda têm um papel a desempenhar na esfera pública e que a ERLC pode nos ajudar a fazê-lo fielmente”.

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