estudos bíblicos
Crianças não têm pecado, diz William Lane Craig; pastor rebate

O teólogo e filósofo norte-americano William Lane Craig voltou a ser alvo de críticas no meio cristão após declarar que crianças e pessoas com deficiência mental não têm pecado, contrariando a doutrina histórica do pecado original. A declaração foi feita durante uma exposição teológica recente, na qual Craig afirmou:
“Se, como eu, você não está convencido de que essa doutrina é bíblica, então os bebês e os deficientes mentais não nascem pecadores e, portanto, não têm nenhum pecado que precise ser perdoado ou indultado. E acho que isso está de acordo com a atitude de Jesus em relação às crianças”.
Craig sustenta seu posicionamento com base em Mateus 18:3, onde Jesus declara: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no Reino dos Céus”. Para o filósofo, isso indicaria uma natureza pura e salva das crianças, o que, em sua leitura, tornaria incompatível a ideia de culpa herdada.
As falas provocaram reações entre pastores e teólogos, especialmente nos círculos reformados. Um dos que se manifestaram publicamente foi o pastor Rodrigo Mocellin, líder da Igreja Resgatar, em Guaratinguetá (SP).
Contestação reformada
Em vídeo publicado nas redes sociais, Mocellin criticou a posição de Craig, classificando suas declarações como incompatíveis com a fé cristã histórica:
“Isso aqui é heresia. É muita, muita heresia. Craig está negando uma doutrina básica da fé cristã, conhecida como pecado original”.
Mocellin afirma que a posição do teólogo ignora passagens bíblicas claras sobre a natureza pecaminosa do ser humano desde o nascimento. Como exemplo, ele cita Romanos 5:12:
“Portanto, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso todos pecaram”.
Para o pastor, este texto aponta para a imputação do pecado de Adão a toda a humanidade, inclusive às crianças. “A morte atinge até os bebês. Por quê? Porque a culpa de Adão está sobre eles. Se não houvesse pecado, não haveria morte. Mas crianças morrem — isso é evidência clara da condição pecaminosa herdada”, argumentou.
Mocellin também citou Salmo 51:5 (“em pecado me concebeu minha mãe”), Gênesis 8:21 (“o coração do homem é mau desde a meninice”) e Provérbios 22:15 (“a estultícia está ligada ao coração da criança”) como evidências bíblicas de que o pecado atinge a humanidade desde o nascimento. “Esses textos, que Jesus chamou de Palavra de Deus, estão afirmando a pecaminosidade da criança. E Jesus não está em contradição com eles”, acrescentou.
Referência ao pelagianismo
Ao comentar o conteúdo das declarações, Mocellin também fez um paralelo entre a posição de Craig e o pelagianismo, doutrina condenada no século V por negar os efeitos do pecado de Adão sobre toda a raça humana. O pastor mencionou o Concílio de Cartago (418 d.C.), que declarou anátema quem negasse a transmissão da culpa original:
“Pelágio dizia que o pecado de Adão não afetou a natureza humana. Craig repete isso com outras palavras. O Concílio de Cartago chamou esse ensino de heresia e declarou anátema quem dissesse que a culpa de Adão não foi transmitida à humanidade”.
Ele também citou o Cânon I do concílio, que afirma: “Se alguém disser que o pecado de Adão não afetou a humanidade inteira, mas que foi apenas um exemplo de erro, que tal pessoa seja anátema”.
A influência da ciência moderna
No mesmo vídeo, Mocellin associou a mudança de postura teológica de Craig à influência da ciência moderna sobre sua interpretação bíblica. Segundo o pastor, o filósofo tem atribuído às Escrituras o status de “mito-história” por causa da ciência, especialmente em relação ao Big Bang e à evolução:
“Ele mesmo diz que Gênesis é mito-história. Por quê? Porque a ciência fala de Big Bang, de evolução, e Craig quer adaptar a Bíblia a isso. Mas, ao fazer isso, ele nega a autoridade da Escritura”.
Mocellin considera que essa tendência de subordinar o texto bíblico aos pressupostos científicos está na origem do liberalismo teológico, que, segundo ele, “colocou a ciência como fonte última de autoridade”.
“Hoje dizem que ansiedade não é pecado, mesmo que a Bíblia diga que é. Dividem em ansiedade ‘transtorno’ e ansiedade ‘pecaminosa’, mas não apresentam critério bíblico para isso. Fazem isso porque a ciência virou sua fonte de verdade”, afirmou.
Centralidade do pecado original
Por fim, o pastor destacou a importância da doutrina do pecado original para a coerência do Evangelho, afirmando que negar a condenação em Adão compromete a própria justificação em Cristo:
“Se não fomos condenados em Adão, também não podemos ser justificados em Cristo. Só faz sentido um Cristo que salva muitos, se houver um Adão que condena todos”.
Mocellin encerrou com um alerta pastoral: “Tome cuidado com esses pastores que hoje parecem bíblicos, mas colocam a ciência acima da Bíblia. Amanhã, podem estar negando doutrinas fundamentais da fé cristã”.

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