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Menina escapa de cativeiro após dois anos no Paquistão

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Menina cristã escapa de cativeiro após dois anos no Paquistão

Muskan Liaqat, de 14 anos, foi sequestrada na noite de 24 de maio de 2023, em sua casa na cidade de Muridke, distrito de Sheikhupura, no Paquistão. De acordo com o relato da própria jovem, ela foi levada sob ameaça de arma por Muhammad Adnan e seu pai, Muhammad Arif, enquanto sua família dormia.

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“Eles me levaram para a casa deles, onde me torturaram e tiraram à força as impressões digitais em alguns papéis. Mais tarde, me disseram que eu havia me tornado muçulmana e que Adnan era meu marido”, declarou a jovem, membro da igreja do Exército da Salvação.

Violência e conversão forçada

Durante o tempo em que esteve em cativeiro, Muskan foi submetida a repetidas agressões físicas e psicológicas. Segundo ela, era chamada por termos ofensivos usados contra cristãos e agredida com frequência. “Eu era estuprada e espancada por Adnan com uma barra de ferro quase diariamente”, relatou.

Em 2024, ela engravidou como resultado dos abusos. No quarto mês de gestação, sofreu um aborto espontâneo, segundo informou, devido às agressões contínuas. “Eu costumava chorar a noite toda e rezar a Deus para me resgatar desse inferno, mas parecia que minhas orações não estavam chegando até Ele…”, disse a jovem.

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Em estado de desespero, tentou tirar a própria vida. “Eu queria me matar, pois parecia a única saída para a agonia que eu sofria todos os dias”, afirmou. Também revelou ter dúvidas se sua família acreditaria que ela não havia ido com Adnan por vontade própria.

Pressão para mentir e ameaças à família

No dia 26 de maio de 2023, Muskan conseguiu fazer uma ligação para sua irmã mais velha, informando sua localização e os nomes dos sequestradores. A família buscou apoio na Justiça, mas segundo o testemunho de Muskan, os sequestradores reagiram com ameaças: “Disseram-me para declarar ao tribunal que havia me convertido ao islamismo e me casado com Adnan por livre e espontânea vontade.”

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Ela afirmou ter feito a declaração sob coação. Relatos como o de Muskan refletem um padrão denunciado por entidades de direitos humanos no país. Segundo essas organizações, meninas cristãs, algumas com apenas 10 anos de idade, são sequestradas, convertidas à força e forçadas a casamentos com seus sequestradores. As vítimas são frequentemente induzidas ou pressionadas a mentir em juízo.

Repressão judicial e agravamento da violência

A tentativa da família de recuperar a filha por meios legais resultou, segundo Muskan, em mais violência. “Adnan fraturou meu braço esquerdo com uma barra de ferro e me causou outros ferimentos”, declarou. Foi apenas em 3 de junho de 2025, após ser deixada sozinha por Adnan, que ela conseguiu escapar.

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“Sou verdadeiramente grata a Deus por me resgatar do cativeiro e à minha família por confiar em mim, mesmo que eu não tivesse ido com Adnan por vontade própria”, afirmou.

Apoio jurídico e abrigo cristão

Após sua fuga, a família procurou ajuda da Christians’ True Spirit (CTS), uma organização cristã que oferece apoio jurídico e abrigo a mulheres cristãs no Paquistão. A diretora executiva da entidade, Katherine Sapna, explicou que a polícia local inicialmente recusou-se a registrar o caso de sequestro.

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“A pobre família foi forçada a procurar a filha por conta própria”, disse Sapna ao Christian Daily International – Morning Star News. Após o contato da jovem com sua irmã, a CTS apresentou um pedido de habeas corpus ao tribunal, que determinou que Muskan fosse localizada e apresentada.

No entanto, no tribunal, Muskan confirmou a versão dos sequestradores. “Ficamos decepcionados, mas compreendemos que ela havia sido forçada a depor sob ameaça”, explicou Sapna.

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Ações judiciais em curso

Após a fuga da jovem, a CTS a transferiu para um abrigo seguro. “Ela sofreu graves traumas físicos e mentais durante seus dois anos de cativeiro. Levará tempo para se curar, mas temos fé que o Senhor a restaurará completamente”, declarou Sapna.

A equipe jurídica da CTS entrou com uma ação penal contra Muhammad Adnan e seus cúmplices. “Garantiremos que sejam responsabilizados judicialmente por sequestro, violência sexual e física, e por forçar falsa conversão e casamento”, afirmou a diretora.

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Vulnerabilidade

O Paquistão é um país de maioria muçulmana, com cerca de 96% da população seguindo o islamismo. A minoria cristã enfrenta diversos desafios. Em 2025, o país apareceu na 8ª posição da Lista Mundial da Perseguição publicada pela organização cristã Portas Abertas, que avalia os lugares mais difíceis para ser cristão.

Casos como o de Muskan apontam para violações recorrentes de direitos humanos, especialmente contra meninas de minorias religiosas. “A família mal consegue sobreviver”, disse Sapna, ao comentar que o pai da jovem, Liaqat Masih, adoeceu e perdeu a capacidade de trabalhar após o desaparecimento da filha. A CTS tem prestado apoio jurídico, médico e psicológico à família.

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Apesar do trauma, Muskan agora está segura e recebe apoio enquanto aguarda os desdobramentos do processo judicial. A situação de Muskan evidencia a realidade enfrentada por meninas cristãs em regiões onde a liberdade religiosa e a proteção da infância ainda são severamente comprometidas. A família e os advogados permanecem firmes na busca por justiça, confiando na providência divina e no amparo da comunidade cristã.

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