opinião
É pecado ter árvore ou enfeites de Natal em casa?
Celebrar ou não o Natal é uma decisão pessoal.

Paz, amado(a) leitor(a) do Good Prime.
A cada ano, durante a época do natal. Alguns cristãos me perguntam: “Pastor, é correto celebrar o Natal no dia 25 de dezembro. As decorações de Natal têm origens pagãs? É errado montar árvores de Natal ou colocar enfeites de Natal nas nossas casas?”
Primeiro, vamos dar uma olhada em algumas razões por que alguns cristãos optam por não celebrarem o Natal. Os cristãos que escolhem não celebrar o Natal argumentam que as tradições que cercam o feriado têm origem no paganismo. A busca por informações confiáveis sobre este tema é difícil porque as origens de muitas das nossas tradições são tão obscuras que as fontes muitas vezes se contradizem. Sinos, velas, azevinhos e decorações natalinas são mencionados na história do culto pagão, mas o seu uso no próprio lar certamente não indica um retorno ao paganismo. Embora algumas tradições definitivamente possuam raízes pagãs, existem muitas mais tradições associadas com o verdadeiro significado do Natal — o nascimento do Salvador do mundo em Belém. Sinos são tocados para espalhar a alegre notícia, velas são acesas para lembrar a gente de que Cristo é a Luz do mundo (João 1:4-9), uma estrela é colocada no topo de uma árvore de Natal para simbolizar a Estrela de Belém e presentes são trocados para nos lembrar dos presentes dos magos a Jesus, o maior dom de Deus para a humanidade.
Um outro argumento contra o Natal, especialmente em ter uma árvore de Natal, é a suposição de que a Bíblia proíbe trazer árvores a nossas casas e decorá-las. A passagem frequentemente citada é Jeremias 10:1-16, mas ela se refere a cortar árvores, esculpir a madeira para fazer um ídolo e em seguida decorar o ídolo com prata e ouro com a finalidade de curvar-se perante ele para adorá-lo (ver também Isaías 44:9-18). A passagem em Jeremias não pode ser retirada de seu contexto e usada para fazer um argumento legítimo contra as árvores de Natal.
Os cristãos que optam por ignorar o Natal apontam ao fato de que a Bíblia não nos dá a data do nascimento de Cristo, o que é certamente verdade. 25 de dezembro talvez não seja nem perto do tempo em que Jesus nasceu, e os argumentos de ambos os lados são inúmeros, alguns relacionados com o clima em Israel, com as práticas dos pastores no inverno e com as datas do censo romano. Nenhum desses pontos estão sem certa quantidade de conjectura, o que nos leva de volta ao fato de que a Bíblia não nos diz quando Jesus nasceu. Alguns veem isso como uma prova positiva de que Deus não queria que celebrássemos o nascimento, enquanto outros veem o silêncio da Bíblia sobre a questão como uma aprovação tácita.
Alguns cristãos dizem que já que o mundo comemora o Natal — embora esteja ficando cada vez mais politicamente correto referir-se a ele como “boas festas” — os cristãos devem evitá-lo. Entretanto, esse é o mesmo argumento feito por falsas religiões que negam a Cristo completamente, bem como pelas seitas que negam a Sua divindade. Os cristãos que celebram o Natal muitas vezes veem a ocasião como uma oportunidade para proclamar Cristo como “a razão para a temporada” entre as nações e àqueles presos a falsas religiões.
Historicamente falando, enfeitar árvores é um ritual super antigo, e está presente em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a fertilidade da natureza. Os primeiros registros dessa prática pelo cristianismo vêm do norte da Europa (terra dos pinheiros, a árvore de Natal clássica), no começo do século XVI – mas tudo indica que, a essa altura, já era uma tradição medieval. No antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva, cuja história costumava ser reencenada nas igrejas. “O paraíso era representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral”, diz o teólogo Fernando Altermeyer, da PUC-SP.
As pessoas, então, passaram a montar essas alegorias em suas casas, com árvores cada vez mais decoradas: de velas (simbolizando a luz de Jesus) a estrela no topo da árvore (fazendo alusão à estrela de Belém), os presentes (representando os presentes dedicados à Jesus), e as bolas (orações a Deus). Nos séculos XVII e XVIII, o hábito se tornou tão popular entre os povos germânicos que eles mesmos atribuem a adesão da árvore de Natal no cristianismo a Martinho Lutero (1483-1546). A árvore de Natal só se difundiu pelo resto do planeta a partir de 1841, quando o príncipe Albert (1819-1861) – esposo alemão da rainha Vitória – montou uma delas no palácio real britânico. Na época, o império vitoriano dominava mais de meio mundo e o costume logo se tornou universal.
Então, como a gente viu, não existe nenhuma razão bíblica legítima para não celebrar o Natal em dezembro, ou para não montar uma árvore de Natal, nem para não colocar decoração de Natal na sua casa. Ao mesmo tempo, também não há um mandamento bíblico nem ao menos para celebrar o Natal. No final, é claro, celebrar ou não o Natal é uma decisão pessoal. Apesar de que pessoalmente eu acho o nascimento de Jesus digno de celebração tantas vezes quantas a gente lembrar.
Enfim, qualquer que seja a decisão de cristãos de diferentes denominações a respeito disso, os pontos de vista divergentes não devem ser usados como um bastão para bater ou denegrir pessoas com opiniões contrárias, nem se deve enxergar certa opinião como um símbolo de honra que encoraje o orgulho por celebrar ou não. Como em todas as coisas, buscamos a sabedoria dAquele que a dá liberalmente a todos os que pedem (Tiago 1:5) e aceitamos uns aos outros em graça e amor cristão, independentemente das nossas opiniões sobre quando celebrar o Natal, e como sobre decorar a nossa casa durante o Natal.
Deus te abençoe muitíssimo.

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