sociedade
Ministros do STF se consideram “acima de Deus”, diz jurista
Jurista criticou postura da Corte diante da Constituição.
O jurista Ives Gandra Martins, um dos mais respeitados no país, fez duras críticas contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que os togados se consideram “acima de Deus”. O comentário foi feito ao “Os Pingos nos Is”, da rádio Jovem Pan.
Ives Gandra se referia aos episódios envolvendo o jornalista Oswaldo Eustáquio, preso sob perseguição do Supremo, no âmbito do inquérito que investiga supostos “atos antidemocráticos” e o caso do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi preso por criticar os ministros da Corte.
Quando questionado sobre o duplo padrão adotado pelos ministros do STF, dando como exemplo ataques promovidos contra o presidente da República, Ives Gandra citou casos de vilipendio contra o Cristianismo, como os envolvendo o Porta dos Fundos.
“É evidente que a impressão que se passa a ter é de que o que não se pode atacar é o Supremo Tribunal Federal […] Há um dado que me impressiona muito em relação a essas manifestações. Para os cristãos em geral e aqueles que dedicam sua vida, um sacerdote, aqueles que, enfim, abandonam tudo para poder se dedicar exclusivamente, isto é o próprio Deus, tem que ser tratado de uma forma absolutamente respeitosa”, introduziu.
Em seguida, o jurista afirmou que as pessoas são livres para não acreditar em Deus, mas não devem agredir a fé de terceiros. “Aqueles que não acreditam em Deus, eles não têm a necessidade de acreditar, liberdade, livre-arbítrio, mas não devem agredir porque é a convicção da maioria dos brasileiros. A grande maioria brasileira é cristã”, acrescentou Ives Gandra.
Depois disso, Ives citou casos de agressão e ofensa contra símbolos religiosos promovido pelo Porta dos Fundos, que frequentemente promovem ataques contra o Cristianismo.
“Fazem um filme, apresentando a imagem do que Ele não é. E apresentam isto como se fosse uma grande novidade. Aqueles que acreditam recorrem ao Supremo Tribunal Federal, aí diz que… ‘liberdade de expressão’. Desfiguram aquilo, que para a esmagadora maioria dos brasileiros é o próprio Deus encarnado, e esses, não: ‘Posso agredir da forma que quiser, desfigurar a imagem, isso é liberdade de expressão’”, disse.
“Agora, quando um deputado, ‘inviolável por quaisquer das suas manifestações’ – é o que está escrito no texto constitucional – faz menção aos ministros da Suprema Corte, são intocáveis, lei de segurança nacional, ‘nós estamos acima de Cristo, acima de Deus, de todos os cristãos’, e aí, sim, ele [Daniel Silveira] tem que ser preso. Os outros, não. Foi liberado. ‘Liberdade de expressão’”, protestou.
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