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Número de evangélicos cresce na Suíça
Ao contrário dos países africanos e sul-americanos, a população abastada não se aproxima de Deus por questões financeiras, mas pela solidão
O crescimento do número de evangélicos na Suíça tem despertado a atenção de sociólogos, pois ao contrário dos países subdesenvolvidos onde o fenômeno também acontece, a suíça tem alto padrão de vida e mesmo assim a população tem sido atraída para igrejas pentecostais.
No início do século XX eram 52 milhões de evangélicos, hoje são quase meio bilhão de pessoas. Mas no dia de domingo as igrejas evangélicas carismáticas e pentecostais atraem duas vezes mais o número de pessoas que as igrejas tradicionais no país.
Enquanto nos países pobres as pessoas se interessam pelo evangelho que prega a interferência de Deus na vida cotidiana, na Suíça as pessoas são atraídas pelo discurso de ter uma relação pessoal com Deus.
“Na nossa sociedade bastante individualizada, marcada pela solidão, a ideia de ter uma relação pessoal com Deus, crer que ele responde às orações, que pode curar as doenças e provocar milagres responde a uma necessidade espiritual. Além disso, a maneira bem moderna de celebrar o culto atrai os jovens” explica Olivier Favre que é pastor e professor de Sociologia das Religiões em uma universidade suíça.
Em entrevista ao portal Swissinfo.ch o pastor falou sobre a aproximação dos evangélicos na política e da forma como esse crescimento tem afetado a sociedade daquele país. Ainda sobre o crescimento das igrejas evangélicas ele cita que muitas aproximam os emigrantes de suas culturas locais.
“Essa progressão deve igualmente bastante à imigração e ao surgimento das igrejas chamadas de “étnicas”, bem presentes nas cidades. Essas igrejas funcionam como peneiras de entrada para os migrantes africanos e sul-americanos. São de lugares essenciais de apoio. Lá eles encontram também a música e o idioma que lhes lembra do país de origem”.
Mas apesar do crescimento evidente, Favre não acredita que esse fenômeno possa barrar o crescimento da secularização na Europa. “Na Europa, os evangélicos sofrem dificuldades para se desenvolver e nunca poderão reverter essa tendência à secularização. Ao mesmo tempo também não estou seguro que o retorno aos valores tradicionais seja massivo na população” disse ele.
Com informações de Swissinfo.ch

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