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Rumores de guerra: pastores tomam medida para proteger rebanho

Com a guerra na Ucrânia entrando em seu terceiro ano e rumores de guerra no continente se intensificando, líderes da União Europeia têm chamado atenção para a necessidade de preparo diante de ameaças à segurança do continente. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou: “Se a Europa quer evitar a guerra, a Europa deve se preparar para a guerra”.
O secretário-geral da OTAN e ex-primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, reforçou esse posicionamento ao exortar os países a adotarem uma “mentalidade de guerra”. Segundo ele, muitos Estados europeus ainda não estariam prontos para enfrentar uma agressão direta da Rússia ou de outra potência.
O governo da Holanda foi um dos primeiros a emitir recomendações à população, sugerindo a montagem de kits de emergência para 72 horas e a guarda de dinheiro em espécie, como precaução contra possíveis falhas no sistema bancário digital provocadas por ataques cibernéticos. Iniciativas semelhantes foram adotadas em outras nações da União Europeia.
Diante desses sinais, a comunidade cristã do continente começa a se mobilizar. Em meio aos “rumores de guerra”, como profetizado em Mateus 24:6, líderes e organizações cristãs passaram a buscar caminhos para responder espiritualmente e de forma prática aos desafios de um futuro incerto.
CEC e o apelo à paz
Desde o início do conflito na Ucrânia, o Conselho de Igrejas Europeias (CEC) lançou a iniciativa Pathways to Peace (Caminhos para a Paz). O projeto une igrejas de diferentes tradições em torno do esforço de reconstrução e mediação. Entre as ações destacadas estão o apoio a templos danificados e a reflexão teológica sobre o papel da igreja em tempos de guerra.
Em um vídeo recente, o CEC levantou a pergunta: “O que significa ser uma igreja em tempos de guerra?”, trazendo exemplos concretos de suas ações na Ucrânia e chamando cristãos à solidariedade, oração e atuação prática.
Alemanha: fé como antídoto contra o medo
Na Alemanha, o ex-deputado federal e ex-copresidente da Aliança Evangélica Alemã, Frank Heinrich, apontou para o medo como um dos maiores desafios enfrentados pelas igrejas.
“O medo é uma infecção do nosso tempo. E o medo é algo que funciona muito bem”, declarou Heinrich, destacando que crises anteriores, como a pandemia da Covid-19, já haviam revelado como o pânico afeta profundamente a vida espiritual das pessoas.
Segundo ele, a igreja deve assumir uma postura proativa, relembrando seus membros da centralidade do Evangelho. “Ajudar os mais vulneráveis não significa julgá-los, mas agir como Jesus agiria”, disse. Para Heinrich, a igreja precisa resgatar sua missão de servir, mesmo em tempos de incerteza, e manter o foco no amor prático e sacrificial.
Itália: resistência ao rearmamento e esperança escatológica
Na Itália, onde o aumento dos gastos militares enfrenta forte resistência social, o teólogo e pastor Leonardo De Chirico, da igreja Breccia di Roma, apontou para um despreparo geracional diante da guerra.
“Não estamos preparados para lidar com esse medo, pois não faz parte do nosso horizonte”, afirmou. De Chirico observou que ao menos três gerações de italianos cresceram sem vivenciar conflitos armados, o que limita a compreensão e a resposta diante de uma eventual calamidade.
Embora afirme que os cristãos devem buscar a paz, De Chirico enfatiza que a esperança do crente não deve se limitar a soluções terrenas. “Esta vida é passageira. Precisamos manter nossos pensamentos voltados para os lugares celestiais”, declarou, lembrando que a segurança verdadeira está em Cristo.
Suécia: preparo prático e espiritual
Na Suécia, o pastor Jonas Ahlforn von Beetzen, da Igreja da Suécia em Örebro, tem se destacado por seu trabalho pioneiro na preparação para desastres. Autor do livro “O livro de preparação do pastor preparador”, ele já vendeu mais de duas mil cópias e oferece treinamentos voltados para líderes cristãos.
Desde 2013, após um ataque de teste russo ao espaço aéreo sueco, von Beetzen passou a ministrar cursos pela Agência de Defesa Sueca. Após o início da guerra na Ucrânia, intensificou seu chamado para que igrejas se tornem centros de apoio em tempos de crise.
“Como podemos capacitar os outros para que tomem suas próprias decisões éticas?”, questiona o pastor, ao defender que a igreja deve ser diferente da sociedade individualista, colaborando de forma prática e espiritual. Ele também alerta para a necessidade de discernimento teológico: “Precisamos de uma visão pastoral que possa lidar com a escuridão do homem.”
Para ele, a guerra não é um evento isolado, mas parte da história da humanidade caída. “A humanidade sempre esteve em guerra e continuará assim até o retorno de Cristo. O que realmente importa é como você caminha com o Senhor.”
Letônia: prontidão e solidariedade
Na Letônia, o pastor Martins Martinsons, da igreja Reformātu Pārdaugavas Draudze, em Riga, reconhece que a possibilidade de conflito com a Rússia está no horizonte. Ainda assim, ele afirma que muitos veem essa ameaça como distante.
“Estamos prontos para reunir a congregação caso algo ruim aconteça”, diz Martinsons, ressaltando que as decisões em sua igreja são tomadas coletivamente, como uma família da fé.
Sua comunidade tem se envolvido ativamente no apoio à Ucrânia, promovendo o envio de medicamentos, recursos financeiros e equipamentos de proteção para capelães na linha de frente. Para Martinsons, a igreja não pode se omitir diante do sofrimento. “Precisamos ser graciosos. E todos somos irmãos e irmãs em Cristo”, afirmou.
Em tempos de incerteza, líderes cristãos na Europa têm buscado reafirmar sua missão de testemunho e serviço. Enquanto governos se preparam para a guerra, muitos pastores e teólogos conclamam suas igrejas a se prepararem espiritualmente, ajudando os aflitos, rejeitando o medo e proclamando a esperança eterna que há em Jesus Cristo.
Como escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 12:12: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração”. Este tem sido o chamado de muitos líderes cristãos diante dos desafios do presente.

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