Ministros do STF dividem tarefas em articulação contra o voto auditável

Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estão apoiando o colega Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em articulação contra o voto impresso e auditável.

Barroso teria recebido 29 parlamentares e presidentes de partidos no último mês para tentar convencê-los de que a mudança no voto não ajudará o Brasil, apesar de toda a desconfiança que as urnas eletrônicas têm levantado para a população.

A Corte eleitoral tenta, segundo informações do O Globo, “esvaziar” o projeto do voto impresso e auditável que tramita na Câmara dos Deputados e se tornou uma das principais bandeiras do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Além de Barroso, os “guardiões da urna eletrônica” também são Moraes e Fachin, ambos integrantes do TSE e vão presidir o tribunal no ano eleitoral de 2022. Fachin vai comandar de fevereiro a agosto, quando passa o comando para Moraes, que ficará responsável pelas eleições presidenciais.

O atual presidente do TSE estaria responsável por tentar convencer a opinião pública, promovendo eventos institucionais, enquanto Fachin apoia com declarações sobre a suposta segurança do sistema atual. Já Moraes, por sua vez, trabalha nos bastidores, convencendo a classe política.

Barroso manteve encontros com parlamentares aliados de Bolsonaro, como o presidente da Câmara , Arthur Lira (PP-AL), e os deputados Cezinha de Madureira (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

O presidente do TSE também esteve com membros da oposição, como Talíria Petrone (PSOL-RJ), Fernanda Melchiona (PSOL- RS) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Aos parlamentares e dirigentes, o ministro repete o bordão de que o sistema atual é seguro e auditável, apesar de demonstrar receio pela mudança que comprovaria o voto.