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Cristãos enfrentam média de dois ataques por dia na Índia em 2025

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Cristãos enfrentam média de dois ataques por dia na Índia em 2025

Pelo menos dois ataques contra cristãos têm sido registrados diariamente na Índia ao longo de 2025, segundo dados divulgados pelo United Christian Forum (UCF), um grupo interdenominacional de defesa dos direitos cristãos sediado em Nova Déli. Entre janeiro e maio, a organização contabilizou 313 incidentes relatados por meio de sua linha de ajuda gratuita, conforme informado pela agência Union of Catholic Asian News (UCA News).

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O número representa uma continuidade no crescimento dos casos nos últimos anos. Em 2024, a UCF registrou 834 episódios de perseguição, em comparação com 734 em 2023 e 601 em 2022. Desde 2014 — ano em que o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP) assumiu o poder —, a organização tem documentado uma escalada contínua na violência, partindo de 127 casos registrados naquele ano.

O coordenador nacional da UCF, AC Michael, que também foi membro da Comissão de Minorias de Déli, afirmou que os relatos envolvem “ódio viral, violência brutal de multidões e ostracismo social desenfreado”. Segundo ele, os estados de Uttar Pradesh e Chhattisgarh estão entre os mais afetados. Em 2024, Uttar Pradesh registrou 209 incidentes, seguido por 165 em Chhattisgarh. Até o final de maio de 2025, Chhattisgarh somava 64 casos, e Uttar Pradesh, 58.

Minakshi Singh, ativista cristã em Uttar Pradesh, declarou que muitos desses ataques são motivados por acusações de conversões religiosas forçadas. Singh, no entanto, rejeita essa justificativa. “Em 2022, a Suprema Corte da Índia solicitou relatórios sobre conversões forçadas dos governos federal e estadual, mas até hoje, nenhum governo foi capaz de fornecer provas documentais”, afirmou.

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Doze dos 28 estados indianos possuem legislações que restringem mudanças de fé. A maioria desses estados é governada pelo BJP. Segundo líderes cristãos, essas normas têm sido usadas como instrumento de perseguição, permitindo que grupos nacionalistas hindus assediem comunidades cristãs sob o pretexto de combater conversões ilegais.

“A menos que essa tendência seja interrompida imediatamente, ela ameaçará a identidade e a existência da comunidade cristã indiana em sua própria terra”, declarou AC Michael. Ele denunciou ainda que muitas vítimas evitam registrar denúncias por medo de retaliações e que os sistemas jurídico e judicial não têm oferecido proteção eficaz às minorias.

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A UCF mantém um banco de dados com as reclamações recebidas por meio de sua rede de contatos e atendimento. Os registros apontam um crescimento ano após ano desde 2014. Em dezembro do ano passado, Michael solicitou ao governo central a nomeação de um secretário responsável por investigar o aumento da perseguição religiosa no país.

Os cristãos representam 2,3% da população indiana, de acordo com o último censo nacional, realizado em 2011. A UCF afirma que essa minoria tem enfrentado crescente hostilidade nos últimos anos, impulsionada por legislações e discursos promovidos por setores do nacionalismo hindu, de acordo com o The Christian Post.

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Em um dos casos registrados este ano, cristãos foram presos em março, após um ataque a uma igreja em Raipur, capital de Chhattisgarh. Segundo relatos ao Morning Star News, dezenas de radicais hindus invadiram o templo, interromperam a energia elétrica e agrediram fiéis. Rajesh Sharma, um dos cristãos detidos, informou que teve seu pedido de fiança antecipada negado por tribunais locais de primeira e segunda instância.

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