Gilmar Mendes diz que ministros do STF não são odiados pela população

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou que ele e seus colegas da Suprema Corte não são odiados pela “maioria da população”. Essa afirmação foi feita durante a conferência de encerramento do III Congresso Internacional dos Tribunais de Contas.

Gilmar Mendes mencionou uma declaração feita por um advogado recentemente na tribuna do Supremo, que afirmou que os ministros eram “pouco amados” ou até mesmo “odiados”. O ministro comentou que, embora possam não ser amados pela maioria da população, o papel de contramajoritariedade que desempenham muitas vezes leva a atitudes de incompreensão e antipatia.

“Recentemente, na tribuna do Supremo, um advogado disse que nós éramos bastante pouco amados, ou até mesmo odiados”, comentou o ministro. “Certamente, não somos pela maioria da população. Mas, é claro, o papel da contra majoritariedade é muito difícil. Ele muitas vezes leva a atitudes de incompreensão e antipatia.”

Essa declaração ocorre em resposta a comentários feitos pelo desembargador aposentado Sebastião Reis Coelho, que durante a defesa de um condenado pelos atos do 8 de janeiro lembrou aos togados o sentimento da população. Em setembro, Coelho afirmou que os ministros do STF são as “pessoas mais odiadas do Brasil”.

“Alguém tem de dizer isso”, constatou Coelho, ao mencionar que proferiu a declaração com “muita tristeza”, sobretudo por ter fotos com juízes do STF e um carinho especial por Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF que morreu em julho deste ano.

No Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, em Fortaleza, Gilmar Mendes ressaltou que embora haja críticas, eles não são odiados pela maioria da população. O evento contou com a presença de servidores de tribunais de contas de outros países.

Sebastião Coelho, em sua apresentação de defesa, afirmou que os ministros do STF são as “pessoas mais odiadas do país” e reiterou essa declaração, dizendo que eles precisam saber disso. Essa afirmação causou constrangimento entre os ministros presentes no plenário.